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CRÔNICAS ERA UMA VEZ

Conto: Osvaldotimista e Pepessimista

Conto: Osvaldotimista e Pepessimista
  • Publicado em: dezembro 17, 2016

Após vários anos, dois amigos se reencontram. E acontece a tradicional conversa de como você está, o que anda fazendo, e a família…

– Pepessimista!!!!

– Osvaldotimista.

– Quanto tempo meu amigo! Você está tão bem!

– Não posso dizer o mesmo a você, amigo, te achei muito diferente.

– O velho Pepe de sempre. Cheio de piadinhas. E me conte, como anda sua esposa?

– Ah, nada bem amigo. Ela passou por um mau bocado. Teve uma lesão na perna, e está fazendo fisioterapia. Mas está tão demorado! Em seis meses ela apenas conseguiu andar lentamente. Que absurdo!

– Amigo Pepe, veja o lado bom! Em tão pouco tempo ela já pode andar! Com o tempo estará andando mais rápido. O importante é que vai andar!

– Ah sim amigo, mas estou gastando um dinheirão com essa fisioterapia. E isso que minha empresa me paga 70%. Ah não, este pessoal pensa que temos dinheiro sobrando.

– Mas Pepe, imagine se você fosse pagar tudo do seu bolso? Agradeça que te ajudam. Tem empresa que nem quer saber de nada!

– Pode ser…mas com essa crise, a cada dia está mais difícil. Sabe, os dias estão piores, o mercado está mais caro, a água do mundo acabando…Olha amigo, acho que o mundo está perdido mesmo. Está acabando. O melhor a se fazer é se conformar. Lutar por quê?

– Amigo, essa crise vai passar. O importante agora é nos adaptarmos, frearmos o consumo exagerado, procurar não fazer dívidas. E economizar água. Mas te digo que isso tudo deve ser feito não apenas em tempo de crise, amigo. Mas sempre!

– Entendo. E como está sua esposa?

– Ah, está ótima meu amigo. Também passou por um problema sério: câncer de mama. Mas ela lutou bravamente. Tinha esperanças todos os dias e se mantinha firme no tratamento. Foram dois anos de luta. Mas ela venceu, Nós vencemos. Agradecemos todos os dias pela saúde dela.

– Nossa amigo, e ela não entrou em depressão? Puxa, dois longos anos sofrendo com quimioterapia? Ah não, eu acho que teria ficado em depressão. Não sei se teria forças. Coitado de você amigo. A vida é muito difícil mesmo…

– Amigo, eu só tenho o que agradecer! Ela teve o câncer, mas tivemos os melhores e mais educados médicos. Trataram minha esposa com todo o cuidado. Retiraram o seio afetado pelo câncer, mas ela está viva!!! E que maravilha é ter minha amada ao meu lado.

– Coitada! Ela tá sem um seio e você ainda agradece? Isso é uma desgraça, isso sim!

– Não, Pepe. Isso é uma benção. Ela está viva. Sem um pedaço de seu corpo? E daí? Minha querida está comigo.

– Entendo. Bom Osvaldo, vou indo que estou atrasado. A porcaria do meu carro quebrou de novo. Vou ter que pegar ônibus. Uma droga.

– Bom, pelo menos você tem carro para consertar não é mesmo? O meu foi roubado. Ando de ônibus todos os dias, pois não tinha seguro. E sabe o que é o melhor? Minha saúde melhorou, não enfrento mais trânsito. Até estou caminhando alguns dias. Não queria que roubassem meu carro. Mas teve o lado bom.

– Ai, amigo Pepe. Você é um otimista incorrigível. Enxerga sempre algo bom nas situações.

– Tente agir assim amigo Pepe. Mude de opinião, mude o ângulo de visão. Mude. Sempre que você pensar em reclamar, ache uma coisa que poderia ser boa nessa situação. Antes de condenar, pense o que aquilo está te trazendo de bom. Mude amigo. Seja positivo!

– Não sei não amigo…acho que pensar positivo não dá nada certo… o mundo é ruim. As pessoas são ruins. Não existe a tal esperança.

– Enfim, espero que tente. Vamos nos encontrar mais vezes! É ótimo relembrar o passado! Abraço amigo!!!

– O passado…uma porcaria meu passado. E acho que meu futuro será do mesmo jeito…

– E o meu será maravilhoso! Adeus amigo. Tente mudar!

E assim, cada um segue seu rumo. Direções opostas. Pensamentos opostos. O otimista em sua vida simples. Mas feliz. O pessimista chorando de barriga cheia. Não, Pepe, não é o mundo que está errado. Mas a visão dele. Seja feliz!

 

Written By
Aline Zuim

Alguém que ama ler e escrever. Cinema, séries, internet, música, livros e marketing são paixões. Adora falar do cotidiano e suas peripécias.

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