Cinderela é um clássico absoluto da animação infantil e das histórias para crianças. Certamente boa parte das pessoas já conhece essa obra e sabe qual é a trama do início ao fim. Assim, pensando em trazer algo diferente, a diretora Lynne Southerland (Mulan 2) e o roteirista* Francis Glebas (Alladin, O Rei Leão, Leitão – O Filme) criaram Cinderela e o Príncipe Secreto, uma divertida e muito diferente versão da órfã que se torna princesa.
* O longa conta com outros roteiristas.
Antes, peço que esqueçam a versão clássica, pois essa animação mistura aventura e humor para dar vida a uma novíssima Cinderela e demais personagens da obra, além de alguns novos…
Animais Fantásticos.
Para começarmos é preciso dizer que esta aventura não começa com a tradicional menina que vive sob o jugo da madrasta e suas “irmãs” más. A trama começa com uma bagunça provocada por três ratinhos, justamente na casa onde Cinderela trabalha. As cenas nessa passagem são bem divertidas e mostram o quanto a fome de três ratinhos pode trazer de problemas.
Finda a bagunça, os pequenos são cuidados por Cinderela. Ela continua sendo uma espécie de empregada doméstica, sempre jogada para escanteio e desprezada pela madrasta e suas filhas.
Com muitas coisa a fazer, principalmente depois do caos que os bichinhos provocaram, a garota recebe a notícia do baile que o príncipe dará, porém não dá a devida atenção, já que tem serviços demais a dar conta. Os ratinhos não aceitam a negativa da garota e a ajudam a encontrar a única pessoa que pode dar a ela os meios de ir até o baile: a fada madrinha.
O que não esperávamos era encontrar uma fada madrinha tão diferente…
Encantados.
O encanto de alguns personagens foi desfeito. Nessa nova produção, o príncipe está bem próximo daquele visto em Shrek. Surge também uma rainha, mas logo percebemos que há algo estranho nela.
De qualquer forma, sempre com a ajuda dos ratinhos e da fada madrinha (uma fada estagiária, na verdade), a bela Cinderela parte para o baile, o lugar onde poderá encontrar o amor de sua vida… ou não.
A tradicional cena da transformação dos bichos em cavalos e da abóbora em carroça ganha nova roupagem. A própria Cinderela ganha um visual diferente (o que explicaria o fato do príncipe não reconhecê-la na trama original). Nessa passagem, algumas das mais belas cenas da animação mostram a qualidade visual da obra, mas precisamos falar um pouco mais sobre isso adiante.
Quesitos técnicos.
Cinderela e o Príncipe Secreto é uma boa animação. Há momentos em que o apuro nas cenas é impressionante. Entretanto, essa qualidade não é mantida durante todo o filme. Assisti a animação com minhas crianças que, honestamente, nada notaram, porém pude perceber que há pontos onde a qualidade da animação cai. Não sei se isso é fruto de um investimento menor (principalmente quando comparamos com produções Disney ou Pixar) ou falha técnica mesmo, pois a obra merecia manter sua qualidade muito boa mantida do início ao fim.
Ainda assim, vocês verão algumas das mais belas cenas relacionadas à personagem.
Vilões.
Além das já conhecidas e citadas Madastra e filhas, essa nova produção ousou ao incluir uma vilã nova, a Rainha. As explicações são coerentes e a maldade presente na personagem é perceptível muito cedo. Em alguns aspectos ela traz à memória o visual da Malévola, principalmente por ter um pássaro negro como aliado.
Por se tratar de uma animação voltada ao público infantil, vocês devem já ter deduzido qual será o final dessa vilã.
Opinião das crianças (com um inevitável Spoiler!!!!).
Meus filhos, sempre que possível, vão às sessões de imprensa voltadas aos pequeninos. Eu acompanho as reações deles e isso é um dos melhores indicadores de qualidade que uma animação pode ter.
No geral, os dois concordaram que é um “desenho” bom. Houve momentos onde minha pequena ficou tensa (e essa era a intenção da obra), outros onde meu garoto ria com as confusões dos ratinhos e era perceptível o encanto com algumas passagens cheias de cores e alegria.
Vê-los felizes ao final da projeção é o melhor indicador possível. O único “porém” ficou por conta do final, já que minha filha queria um final realmente feliz, onde os protagonistas pudessem viver a plenitude da felicidade. Isso não ocorreu em prol de uma provável continuação que seria – na minha opinião e das crianças – desnecessária.
Enfim, Cinderela e o Príncipe Secreto cumpre com sua função, diverte e traz um novo ânimo à clássica história. Certamente será uma boa pedida para esse final de semana que segue o Dia das Crianças. Preparem a pipoca e divirtam-se com essa nova animação da Imagem Filmes.