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P Segredo de BrokeBack Mountain: 11 anos após o filme

P Segredo de BrokeBack Mountain: 11 anos após o filme
  • Publicado em: julho 8, 2016

Salve Nosetmaníacos, eu sou o Marcelo Moura e hoje falamos de um polêmico filme que marcou uma época.

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O Segredo de Brokeback Mountain (2005): É um filme norte-americano e canadense, um drama romântico que retrata o complexo relacionamento romântico de um casal do mesmo sexo na Região Oeste dos Estados Unidos entre 1963 e 1981. O filme foi dirigido pelo cineasta taiwanês Ang Lee a partir de um roteiro escrito por Diana Ossana e Larry McMurtry no final da década de 1990, adaptado do conto homônimo de Annie Proulx. No elenco principal estão Heath Ledger, Jake Gyllenhaal, Anne Hathaway, Michelle Williams e Anna Faris. Brokeback Mountain venceu o Leão de Ouro no Festival de Veneza, além dos prêmios BAFTA, Globo de Ouro e Independent Spirit Awards de melhor filme e direção para Ang Lee, além do reconhecimento de outras organizações e festivais. Brokeback Mountain recebeu o maior número de indicações aos 78os Prêmios Oscar, oito ao todo, ganhando em três: melhor direção para Ang Lee, roteiro adaptado e trilha-sonora. O filme era considerado o favorito na disputa pelo prêmio de melhor filme, mas acabou perdendo para o ótimo Crash. Ao sair de cartaz, Brokeback Mountain conquistou o oitavo lugar na lista dos filmes românticos de drama de maior bilheteria de todos os tempos.

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Roteiro: O filme se inicia no verão de 1963. Jack e Ennis são contratados após procurarem emprego com um rancheiro de ovelhas (Randy Quaid). O trabalho deles é dividido da seguinte forma: enquanto um vigia as ovelhas do alto da montanha (que estão pastando em área de proteção ambiental, e portanto, ilegal, o outro fica na base e é responsável pelos alimentos e pela vigilância daquela área. Os dois se encontram apenas para partilharem as refeições, mas isso não impede com que tornem-se bons amigos. Após uma noite de bebedeira pesada, Ennis decide ficar na base da montanha e dormir em frente à fogueira ao invés de retornar para vigiar as ovelhas. Preocupado com a fria madrugada, Jack convida-o para dormir junto com ele em sua barraca. Ali, eles têm um rápido contato sexual. No dia seguinte, insistem em dizer um ao outro que “não são gays”; no entanto, antes do fim do verão, o relacionamento emocional e físico deles se aprofunda. Enquanto isso, o rebanho de ovelhas que deveriam vigiar acaba por misturar-se com outro, uma ovelha é abocanhada por um lobo, e várias delas morrem de frio devido a uma tempestade de neve. No último dia de trabalho, as frustrações de ambos (por terem que deixar um ao outro) se manifestam através de uma discussão que acaba evoluindo para uma briga física. Jack faz o nariz de Ennis sangrar, e Ennis esmurra a cara de Jack. Após se separarem, com o fim do trabalho, Ennis se casa com sua namorada Alma Beers (Michelle Williams), e eles têm duas filhas, Alma Jr. e Jenny. Jack acaba indo para o Texas, onde conhece e se casa com a cowgirl Lureen Newsome (Anne Hathaway), filha de um magnata de equipamentos agrícolas.

O casal tem um filho, Bobby. Jack vai trabalhar para o pai de Lureen na negociadora de equipamentos agrícolas, apesar de ser constantemente desprezado por seu sogro. Quatro anos após a separação, Ennis recebe um cartão postal de Jack no qual ele diz que vai passar pela região onde Ennis mora e pergunta se ele quer revê-lo. Ao se reencontrarem, eles se beijam apaixonadamente em frente à casa de Ennis e são acidentalmente testemunhados por Alma. Ao irem acampar, no dia seguinte, Jack fala da ideia de construírem uma vida juntos num pequeno rancho. Ennis, atormentado pela dolorosa memória de infância na qual um homem suspeito de ser homossexual é torturado e assassinado em sua cidade-natal, teme que isso venha a acontecer com algum deles também. Além disso, ele argumenta que não pode abandonar a esposa e as filhas. Não dispostos a expor seu relacionamento abertamente, Jack e Ennis marcam encontros esporádicos nos quais vão acampar nas montanhas. Com o passar dos anos, o casamento de Ennis e Alma se deteriora. Enquanto fazem amor certa noite, Alma insulta a capacidade de Ennis de sustentar sua família ao insistir que ele use camisinha, por não possuírem condições de terem outro filho. Logo após tal evento, o casamento deles acaba em divórcio. Ennis se muda para uma casa na periferia da cidade e agora tem que pagar pensão alimentícia para as filhas. Jack, ao ficar sabendo da notícia do divórcio, se dirige para o Wyoming na esperança de que agora os dois possam, finalmente, viver juntos. No entanto, Ennis recusa a se afastar de suas filhas e ainda teme pelo que possa lhes ocorrer se viverem juntos. Algum tempo após tais acontecimentos, Alma se casa com seu ex-patrão e tem outro bebê com ele.

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Durante a celebração do dia de Ação de Graças na casa deles, Alma confronta Ennis insinuando que sabe de seu relacionamento com Jack. Enquanto isso, Jack começa a namorar o marido de uma amiga de Lureen após flertar intensamente com ele numa festa. Ennis arruma uma namorada garçonete chamada Cassie Cartwright (Linda Cardellini), mas acabará perdendo-a por não criar muitas expectativas para o futuro do relacionamento. Em uma outra viagem às montanhas em 1983, Ennis e Jack revisam suas vidas naquele momento: Ennis comenta que está namorando Cassie, enquanto Jack diz estar namorando uma amiga da esposa (o que não é verdade, considerando que ele flerta com o marido desta nas cenas da festa). O clímax emocional entre os dois acontece enquanto estão arrumando as coisas para irem embora e Ennis diz que devido ao trabalho não poderá ir no próximo encontro que planejaram (o que significa que vão ficar sem se encontrar por vários meses). A frustração crescente de Jack acaba explodindo em uma discussão. Após lamentar que os sentimentos que sente por Ennis o aprisionaram e acabaram com sua vida, Jack começa a chorar.

Quando Jack tenta abraçar Ennis, este acaba por resistir, mas no final trocam um longo abraço e vão embora. Alguns meses após isso, um cartão postal que Ennis enviou a Jack sobre o futuro encontro deles em novembro, volta carimbado com a mensagem “falecido”. Numa conversa telefônica, Lureen diz a Ennis que Jack morreu acidentalmente enquanto trocava um pneu do carro que explodiu em sua face. Enquanto ela explica as circunstâncias do acidente, são sobrepostas imagens de Jack sendo espancado brutalmente por três homens; é possível interpretar essas imagens como um receio de Ennis sobre o que realmente aconteceu (inspirado pela sua experiência de assassinato homofóbico em sua infância) ou uma forma de mostrar que Lureen sabia qual tinha sido o real destino de seu marido, contando a Ennis uma outra versão. Lureen diz a Ennis que Jack mencionou-lhe certa vez que gostaria que suas cinzas fossem espalhadas na montanha Brokeback, mas ela não descobriu onde fica. Ela diz que metade das cinzas de Jack foram enterradas no Texas e que o restante ela enviou para os pais dele. Ennis tenta explicar a Lureen sobre a importância da montanha Brokeback para Jack, possivelmente chamando a atenção dela para o real motivo das viagens de acampamento que ele fazia. Ela secamente sugere a Ennis que entre em contato com os pais de Jack para ver se eles podem realizar a vontade dele. Ennis viaja até Lightning Flat para conhecer os pais de Jack. Chegando lá, se oferece a levar as cinzas de Jack para a montanha Brokeback.

O pai de Jack recusa rabugentamente, insistindo que os restos mortais de Jack devem ser enterrados junto com o resto da família dele. A mãe de Jack é mais gentil, e insiste com Ennis que vá ver o quarto onde Jack passou a infância antes de ir embora. No quarto, Ennis descobre duas camisetas, sujas de sangue nas mangas, escondidas no fundo do armário. As camisetas são as que os dois usaram quando brigaram em seu último dia na montanha Brokeback. Ennis abraça as camisetas procurando sentir o cheiro de Jack. A mãe de Jack permite que ele leve as camisetas para si. No final do filme, Ennis está vivendo sozinho num pequeno trailer. Sua filha Alma Jr., agora com 19 anos, visita-o e lhe conta que está noiva. Ela pede ao pai que a leve até o altar no dia da cerimônia de seu casamento. Depois de perguntar se seu namorado realmente a ama (estando agora profundamente ciente da importância do amor), ele fica primeiramente relutante, dizendo que não vai poder ir porque tem que trabalhar. No entanto, depois de perceber o quão desapontada sua filha está com ele, Ennis decide ir ao casamento, e pega um copo de vinho para celebrar com a filha seu noivado. Assim que sua filha vai embora, Ennis percebe que ela esqueceu seu suéter, o qual ele dobra e coloca no armário. Dentro deste, penduradas num prego preso à porta, vemos as duas camisetas, mas agora a dele está em cima da de Jack. Junto a elas há um cartão postal com uma foto da montanha Brokeback. Ennis cuidadosamente abotoa os botões da parte de cima da camiseta de Jack, e, com lágrimas nos olhos, murmura “Jack, eu juro…”, enquanto endireita o cartão postal lentamente.

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Crítica: Difícil analisar um filme desse porte, principalmente porque envolve inúmeras interpretações, gostos e preceitos, mas não podemos deixar de admirar, principalmente porque quem está por detrás da lente é o aclamado e premiado diretor que admiro demais, Ang Lee. Lee que nos trouxe simplesmente uma gama de filmes com uma sutileza incrível onde a imagem e a linguagem se fundem em um só movimento entre a tela e o público, filmes como A Vida de PI (2012) e O Tigre e o Dragão (2000) são meus preferidos do diretor, mas até ele já fez coisas deploráveis como seu Hulk (2003), este ainda sem a fase da Marvel de filmes com ligação no roteiro. Quando assisti no cinema Brokeback Mountain , me prometi que nada seria mais importante do que ver um drama romântico, não importava o tipo de conteúdo, e é simplesmente nisso que o filme me agradou muito.

Principalmente porque nada deste tipo tinha sdo feito em grande escala até aquele período. Filmes de relacionamento do mesmo sexo somente em produções independentes ou de maneira a esconder o contexto dramático de fundo com piadas e festas de frente. Lee consegue contar uma ótima história romântica, possivelmente real em muitas situações, dramática e sem cair em estereótipos e nos excessos que poderiam chocar o público, sem exceder em glamour pasteurizados e contando a história de um amor proibido moderno de “Romeu e Julieta” de maneira competente, assim como os belíssimos cenários (marca registrada do diretor), só que agora são dois Cowboys Romeus de cidades pequenas tentando sobreviver ao difícil constrangimento social de sua escolha amorosa, sendo que este é o principal ponto do filme, ser feliz com quem se ama ou apenas sobreviver sem se constranger com os tabus sociais.

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Liberdade com risco ou uma vida longa, mas mal vivida, novamente um belo trabalho do visionário diretor Lee. Do elenco, vou citar apenas o camaleão e ganhador do Oscar Póstumo Heath Ledger (Batman), que nos deixou cedo e que esteve muito bem no papel principal, levando o filme como um trabalho inovador em sua carreira de filmes adolescentes (até aquele momento), e o ator, diretor e poeta Jake Gyllenhaal, que apesar de ter uma química absurda com Ledger, chegando ao ponto de poder dizer que se o filme fosse feito por um casal hetero, não teria a mesma expressão, ou o mesmo sucesso, e isso é novamente devido a excelente química do elenco e do diretor. Infelizmente Gyllenhaal ficou marcado pelo papel e nunca mais conseguiu um trabalho que não trouxesse a lembrança deste filme. Depois de 2005, só conseguiu um papel em filmes Blockbusters em 2010, na fraca adaptação do Game Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo, mas que não emplacou para virar uma franquia e jogou novamente o ator no esquecimento. Lembro-me, de na fila do cinema para ver o filme Príncipe da Pérsia, ouvi uma senhora que passava com os filhos ao meu lado dizer que não pagaria para ver o menino de Brokeback Mountains se fazer de homem agora em um filme infantil. Infelizmente este tipo de preconceito é a verdade que o cinema impregna ao público despreparado e alguns atores ficam marcados por escolha de papeis controversos como esse.

Com orçamento de US$ 14 milhões, o filme bateu a belíssima receita de US$ 200 milhões em todo mundo e nos ensinou que o amor é maior do que o preconceito e que não é necessário um transatlântico e um Iceberg para se fazer sucesso e ganhar prêmios. Pode ver sem preconceito que o filme e ótimo mesmo.

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Curiosidades com banimentos e controvérsias: Na República das Bahamas, Brokeback Mountain foi proibido em decisão feita pelo Escritório de Controle do país, que justificou o ato por que o filme contém “cenas extremas de homossexualidade, pessoas nuas, vulgaridades que não podem trazer nenhum valor positivo ao público das Bahamas”. Imediatamente surgiram protestos de grupos homossexuais no país caribenho.

Na República Popular da China: o filme não teve sua exibição garantida pelo governo. As razões dadas foram que o público seria pequeno, o que não justificaria o lançamento comercial. De acordo com a mídia internacional, o governo não permitiu o lançamento do filme porque ainda é hostil quanto à homossexualidade. Apesar disto, a mídia local elogiou o diretor do filme, Ang Lee (nascido na Ilha de Taiwan, atual República Democrática da China), que se tornou o primeiro diretor de cinema chinês a receber um Oscar. Cópias piratas de DVD foram distribuídas no país. Foi exibido na Taiwan nativa de Lee e estreou em Hong Kong em 23 de fevereiro de 2006.

Estados Unidos: Brokeback Mountain foi o estopim de uma grande polêmica midiática nos Estados Unidos quando foi banido, um dia antes de sua estreia, da rede de cinemas de Larry H. Miller, integrante da igreja mórmon e dono do time de basquete Utah Jazz. Aproximadamente um ano após a controvérsia, quando o ex-jogador da NBA John Amaechi se declarou homossexual, Miller se desculpou por ter banido o filme de sua rede de cinemas dizendo que agiu de maneira estúpida. No entanto, afirmou que não sabe como reagiria se um dos jogadores de seu time fosse homossexual. No dia 13 de março de 2007, a família de Jessica Turner, uma garota de 12 anos de idade, processou a Secretaria de Educação de Chicago em mais de quatrocentos mil dólares por causa da exibição de Brokeback Mountain à classe de Turner por uma professora substituta.

No Oriente Médio: O filme transformou-se em questão política. A homossexualidade ainda é crime na maior parte das nações daquela região (sendo punida com pena de morte na Arábia Saudita e no Irã com frequência, e com menor comando expresso de execução do governo central embora ainda assim presente no Afeganistão, no Iraque e nos Emirados Árabes Unidos), ou ao menos tabu nas poucas onde não é ilegal – a presença da religião nestas sociedades se faz muito mais forte e presente, e é usada como instrumento de pressão a grupos que a sociedade vê como desleais, antissociais, blasfêmicos ou obscenos, e o laicismo e os direitos humanos ainda estão distantes dos padrões da maioria dos países ocidentais, incluso latino-americanos. Foi oficialmente banido pelo governo dos Emirados Árabes Unidos. No Líbano, país que até três décadas antes da estreia do filme tinha maioria cristã, e um dos únicos países desta região onde o trabalho de Lee pode ser exibido, algumas cenas foram censuradas. Na Turquia, o filme foi exibido, mas foi proibido para menores de dezoito anos de idade pelo governo. Em Israel, onde existem leis que protegem os homossexuais contra a discriminação verbal, foi apresentada a versão completa original.

Na Itália: Em dezembro de 2008, o canal de televisão pública generalista italiano Rai Due exibíu o filme, com corte de três cenas básicas para a compreensão do mesmo. São elas: a cena em que Jack e Enis fazem sexo anal no acampamento, num impulso repentino, a cena em que Jack e Enis assumem o amor que sentem um pelo outro e, dão o primeiro beijo e depois se enchem mutuamente de carinho, ainda no acampamento e, por fim, a cena em que os dois se beijam de fronte da casa de Enis e, são vistos por Alma, esposa de Enis. A estação foi alvo de imensas queixas por homofobia e discriminação. O argumento dado foi o de, por ser ter sido exibido durante a tarde, não ferir a susceptibilidade de espectadores mais jovens. Porém, o diretor da estação Claudio Petruccioli, exibiu um pedido público de desculpas, anunciando exibir o filme completo cerca de três meses depois, sem cortes, mas a um horário tardio, 23h e 45m, com círculo vermelho no canto superior direito do ecrã, para ser mais dificilmente visto por espectadores mais novos.

 

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Written By
Marcelo Moura

Moura gosta de Cinema, Tv, Livros, Games, Shows e HQ´s, do moderno ao Cult. Se diverte com o Trash, Clássico e Capitalista. e um pouco de tudo isso você vai encontrar aqui. Muitos dizem que quem escreve é a sua esposa ou mesmo seus três filhos. É ler para crer....

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