Beatles for birthday!
Sou dessas que ama comemorar o próprio aniversário, que foi no último domingo, dia 17 (ainda aceito parabéns, à propósito), e fiquei imaginando de que filme ou série eu falaria nesta semana para comemorar minha data.
Cheguei a conclusão que escolher por gêneros não iria adiantar muito, mas pensei em musicais, muito próximo a tudo que gosto, depois a qual seria o melhor. Aí me peguei tentando escolher quais músicas?De quais musicais eu mais gosto de ouvir? Não são poucas, mas tem um que nunca sai das minhas playlists nem da minha cabeça. Estas são as músicas dos Beatles, que aprendi a amar ao me aprofundar para um espetáculo do qual participai dançando, e me lembrei de um dos filmes mais tocantes que já assisti: “Across The Universe”.
“Across The Universe” é um filme de 2007, ambientado nos anos de 1960, que narra a história de amor entre uma menina de classe social abastada dos EUA, Lucy, e um cara vindo de Liverpool, cidade portuária conhecida, à época, pelas miséria, Jude. O plano de fundo era a Guerra do Vietnã, ou melhor, os enormes protestos e movimentos pacifistas provocados pelo violento conflito contra o comunismo no sudoeste asiático. Tudo isto embalado ao som de músicas dos Beatles, muitas escritas na Década de 60 com a intenção de protestar também. Como se pode perceber os Beatles não são o foco da história, acredito que alguns beatlemaniácos devem ter desencantado ao perceber isso, aí vem a pergunta: “Tia Nívia, se você é fã dos Beatles e queria falar deles por que não escolheu um dos filmes deles para falar, preferiu um que nem se refere a eles?”. Sim, eu poderia falar de “Help”, o filme promocional deles que mais amo (o único que assisti inteiro, confesso), mas, apesar de recomendar que todos assistam a este filme, “Across The Universe” é muito mais tocante por diversas razões.
O filme mostra uma juventude que já assistiu as consequências da Segunda Guerra Mundial e vivem a Guerra Fria, mostrando realidades completamente diferentes. O personagem de Jude, por exemplo, é filho de um ex combatente de guerra dos EUA, serviu à sua pátria nos portos de Liverpool, conheceu a futura mãe de Jude, mas a abandonou depois da guerra, deixando-a para criar o filho deles sozinha. Do outro lado, a família de Lucy e Max (seu irmão) são tradicionais, ricos, provavelmente a primeira vez que entram em contato com a guerra é quando o namorado de Lucy do colegial é recrutado.
Por tanto verem tais realidades, são jovens que procuram a liberdade em todas suas ações, rejeitam regras pré-estabelecidas, vivem da noite, pensando mais no presente do que no futuro. Não é que eles estivessem totalmente certos, eles apenas estavam reagindo ao que viam e queriam ser diferentes da geração anterior, porém chegaram ao exagero e ao extremo. Ao mesmo tempo mostra o quão rígido o governo era com eles, punindo toda e qualquer pessoa que se se opusesse à Guerra do Vietnã, patrocinada pelos EUA.
Em meio a toda essa bagunça eles tinham a música, era como se pela música eles conseguissem viver mesmo com tantos obstáculos. E aí entra a parte mais encantadora, pelo menos para esta colunista: os roteiristas conseguiram selecionar músicas dos Beatles de várias de suas fases, encaixar em cada momentos de modo perfeito e criar versões próprios, mas que não diminuíram o brilhantismo do original. Eles começam com “All My Loving”, descrevendo o quão estava tudo bem antes de começar a trama e termina (alerta spoiler, sorry) com “Across The Universe”, mostrando o quão severa estava a situação no auge do movimento.
Eu amo todo o arranjo musical que foi feito durante todo o filme, o trabalho foi incrível, mas tenho momentos preferidos, como qualquer ser humano, em especial três: toda a sequência em que se canta “With a Little Help From My Friends”, dificilmente se encontrará uma definição tão perfeita de amizade; a adaptação feita em “I Want You (She So Heavy)”, que é uma música aparentemente simples, é praticamente só a repetição de uma frase, mas conseguiram utilizar de forma que agregou muitos significados; e, por fim, “Dear Prudence”, não consigo descrever, só assistindo para entender (sim, eu rimei).
Para finalizar é preciso falar do elenco, que não tem muitos grandes nomes comerciais, até onde eu sei alguns fazem mais sucesso no mundo da música ou nos teatros musicais, mas são um show à parte. Lucy é interpretada por Evan Rachel Wood, ela é da cota de grandes nomes, sempre associada com filmes e séries mais sombrias, fez parte do elenco de “True Blood”, entre 2009 e 2011, e atualmente está na série “The Westworld”. Quem completa a cota dos grandes nomes é Jim Sturgess, que interpreta Jude, ele é bem mais conhecido, um pouco mais eclético em suas atuações, esteve na comédia romântica “One Day”, 2011, mas também estrelou filmes mais sérios como “Kidnapping Mr. Heinken”, 2015 (já no Netflix, recomendo para quem gosta de ação e estratégia).
Max, o irmão de Lucy e amigo de Jude, possivelmente a “cola” que une o filme, é interpretado por Joe Anderson, ele esteve no último filme da Saga Crepúsculo, em um participação bem rápida, mas atualmente estrela a série Hannibal (tem no Netflix, não sei se está atualizada, recomendo muito). Uma curiosidade (só porque sou fã mesmo) é que ele é inglês, mas interpretou um estadunidense no filme. O resto do elenco é formada por lindas vozes, como a de T.V Carpio (famosa na Brodway), Dana Fuchs e Martin Luther (escutem “Come Together” e “While My Guitar Gently Weeps” na voz dele, é de arrepiar). Ah, ainda tem a participação de Salma Hayek e Bono (do U2).
Bom, acho que já dei razões o suficientes para você ir ali conferir esse filme, não é? Como é um filme com um trabalho artístico muito acentuado causa diferentes interpretações e reações, quero saber o que foi que você sentiu ao assistir “Across The Universe”, comente aqui, compartilhe comigo!!!!
Beijos e até próxima semana!