Salve Nosetmaníacos, eu sou o Marcelo Moura e hoje indico mais um filme de invasão alienígena.
A Chegada (2016): Direção Denis Villeneuve, produção Shawn Levy, Dan Levine, Aaron Ryder e David Linde, roteiro Eric Heisserer, história Story of Your Life de Ted Chiang. Elenco Amy Adams, Jeremy Renner e Forest Whitaker, Companhia produtora FilmNation Entertainment, Lava Bear Films e 21 Laps Entertainment, distribuição Paramount Pictures.
Sinopse: Seres extraterrestres chegam em doze naves e pousam em doze pontos diferentes da Terra. Após as autoridades americanas perceberem que eles querem fazer contato, a Dra. Louise Banks (Amy Adams), uma renomada linguista que já ajudara o Estado anteriormente, e o físico Ian Donnelly (Jeremy Renner), são procurados por militares para interagirem com as criaturas, traduzir os sinais e desvendar se os alienígenas representam uma ameaça ou não. Ambos são pressionados a descobrir o propósito dos extraterrestres, assim como outras onze equipes de países onde as naves pousaram. Porém, os interesses políticos, a corrida pela supremacia, o medo do desconhecido e as diferenças culturais entrarão no caminho da ciência.
Crítica: Apesar da pouca rodagem do bom diretor canadense Villeneuve, A Chegada é um filme de ficção realmente interessante, apesar do seu do seu ritmo lento, mas com um dos melhores roteiros de sci fi cheio de pegadinhas e críticas sociais. Villeneuve abusa da dúvida, com conotações sociais contra uma sociedade alienígena pseudo utópica e muito mais avançada, em um enredo bem construído onde você só consegue chegar a uma conclusão no final. O diretor brinca com o público deixando a dúvida como principal ingrediente sobre quais eram as verdadeiras intenções dos sombrios alienígenas e dos pesadelos da Dr. Banks, através do dons que o ser humano possui. Seu trabalho engrandece o Ser Humano como um todo e não como nações, com diferenças sociais, politicas e religiosas, novamente um tapa na sociedade.
Em Seu primeiro trabalho Holliwoodiano, Villeneuve passa muito longe de filmes como Independence Day, Aliens ou Guerra dos Mundos, lembrando muito mais o belíssimo e clássico filme Contato (1997) do diretor Robert Zemeckis e no elenco Jodie Foster e Matthew McConaughey, principalmente na introspecção do filme e sua mensagem, que desde a década de 90 mostrava a posição da sociedade como um todo. Novamente a humanidade, agora no novo século, como no citado filme anterior, não consegue entender um presente, pois com tantas diferenças e interesses, somos inimigos de nós mesmos. Simplesmente adorei a comparação de ensinamento onde a troca tem mais valor que o jogo, um a onde em um todos ganham e em outra, um perde. Villeneuve não quer deixar claro quem é o vilão ou quantos são, se os alienígenas, o exército ou a própria humanidade, os dois último se boicotando com ganância e poder, isso só é respondido no final do filme. É um filme inspirador, de confiança no próximo e de beleza, mas não se preocupe que também tem ótimas cenas de efeitos especiais e uns alienígenas que dão medo mesmo. Outro ponto é o cuidado do trabalho de relacionamento e comunicação entre os aliens e a humanidade, ponto para o diretor que criou sequencias bem trabalhadas de aprendizado de maneira positiva e entendimento razoável para o grande público, mas novamente, este não é o ponto principal do filme e sim confiança, inspiração e determinação. Do bom elenco estão Amy Adams (BVS) como Dr. Louise Banks, Jeremy Renner (Vingadores) como Ian Donnelly e Forest Whitaker (Star Wars) como GT Weber, todos eles representando um lado emocional da humanidade, onde o medo e a determinação andam de mãos dadas. O emocional se faz presente em decisões que podem envolver mais do que a salvação ou a derrota da humanidade, quando o aprendizado e o poder são antagônicos. Se todo presente for um Cavalo de Tróia, então todos somos inimigos.
O filme ganhou o Critics’ Choice Awards de Melhor roteiro adaptado por Eric Heisserer, Melhor filme sci-fi/terror e algumas indicações para o Oscar 2017. Se você gosta de um bom filme Sci Fi, com conteúdo e refências, mais técnico e menos ação e terror, A Chegada é uma boa dica.
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