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Análise WWE 2K25 | O show não pode parar

Análise WWE 2K25 | O show não pode parar
Foto: Visual Concepts/2K
  • Publishedmaio 30, 2025

Depois de anos conturbados e uma recuperação que começou de forma sólida com WWE 2K22, a Visual Concepts emplaca mais um capítulo vitorioso na franquia com WWE 2K25. Embora não traga uma revolução, o game se estabelece como uma das experiências mais completas e refinadas da série até aqui, apostando em melhorias consistentes, modos de jogo robustos e novidades que, ainda que nem sempre acertem em cheio, mostram ambição e respeito à rica história da luta livre.

Um gameplay cada vez mais afiado
Quem vem acompanhando a evolução da jogabilidade desde o reboot em 2K22 vai se sentir em casa aqui — e isso é uma boa notícia. O ritmo dos combates permanece intenso e acessível, mas agora com mais camadas para quem busca domínio técnico. A volta do chain wrestling e do mini-game de submissão por barra deslizante são adições que aprofundam a experiência, enquanto mecânicas como o mergulho sobre a barricada e finalizações contextuais no topo de escadas (sim, você pode aplicar um Swanton Bomb de um jeito bem cinematográfico) adicionam aquele tempero extra nas lutas mais caóticas.
Visualmente, o jogo dá mais um passo adiante: os modelos de lutadores estão mais fiéis e as arenas seguem impressionando, mesmo que alguns bugs e colisões esquisitas ainda apareçam aqui e ali — especialmente em interações com objetos como mesas e escadas.

Um roster de respeito e lutas sem barreiras
O elenco é um dos maiores da história da franquia, equilibrando nomes atuais como Cody Rhodes e Rhea Ripley com lendas como The Rock, Yokozuna, Shawn Michaels e Razor Ramon. Mas o verdadeiro divisor de águas aqui é a inclusão oficial de combates intergender. Agora é possível, por exemplo, colocar Becky Lynch para enfrentar o Undertaker — um recurso pedido há anos pelos fãs e que finalmente abre novas possibilidades criativas para partidas casuais e até para criações insanas na comunidade online.

Showcase: The Bloodline sob os holofotes
Depois do tributo aos 40 anos da WrestleMania em 2K24, o Showcase deste ano foca na dinastia samoana que domina a WWE: a Bloodline. A narrativa conduzida por Paul Heyman é envolvente e valoriza lutas históricas e hipotéticas, divididas em três estilos — reviver, reescrever e criar momentos — com destaque para combates como Yokozuna vs. Hulk Hogan no King of the Ring 1993.
A estrutura é dinâmica, com cutscenes completas e narração ao invés de apenas vídeos de arquivo, o que confere mais fluidez ao modo. A crítica principal fica por conta das missões com tempo limitado: os objetivos cronometrados podem frustrar, especialmente em lutas com múltiplos lutadores, o que tira parte do brilho dessa celebração histórica.

MyRise e o Motim da NXT
O modo carreira também brilha com uma narrativa única chamada MyRise: Mutiny, em que uma invasão da NXT ameaça dominar Raw e Smackdown. O jogador assume o papel de uma estrela customizada (masculina ou feminina), que se junta a nomes como CM Punk para enfrentar essa ameaça. A trama satiriza rumores de bastidores, brinca com rivalidades reais e traz caminhos ramificados, incentivando múltiplos playthroughs.

O modo também ganha novos recursos como Live Events (eventos paralelos com recompensas) e Ally Storylines, que permitem jogar com superstars reais em tramas paralelas. É um pacote robusto que oferece variedade e replay de forma inteligente.

The Island: ambição que tropeça
Inspirado na “The City” de NBA 2K, The Island é a tentativa da franquia de criar um hub social multiplayer. Nele, você cria seu “MySUPERSTAR” e interage com outros jogadores em um parque temático da WWE. A ideia é boa, com lojas baseadas em gimmicks icônicos (como o cemitério do Undertaker ou o fliperama da Asuka), mas esbarra em gráficos datados, missões repetitivas e uma monetização agressiva.
Apesar de funcionar como um passatempo alternativo, The Island ainda parece mais uma vitrine de microtransações do que um modo essencial. É o ponto mais fraco do pacote, mas pode evoluir em edições futuras.

MyFaction, MyGM e Universe: ajustes bem-vindos
Os modos mais gerenciais também foram refinados. MyFaction, o sistema de cartas colecionáveis, agora conta com o World Tour, substituindo os antigos Proving Grounds e trazendo desafios variados pelo mundo. Já Universe resgata as promos e permite novos tipos de rivalidade, além de eventos de dois dias. E MyGM agora pode ser jogado online, com até quatro jogadores, além de incluir eventos intermarcas nos PLEs.
Esses modos seguem sendo pilares da longevidade do jogo, oferecendo ferramentas para jogadores criativos e fãs de simulação pura.

Prós:
• Jogabilidade fluida e técnica
• Showcase bem produzido com narração de Paul Heyman
• MyRise com história original e caminhos ramificados
• Retorno do chain wrestling e novos tipos de lutas
• MyFaction mais engajante com World Tour
• Roster imenso com lutas intergender
Contras:
• The Island visualmente fraco e com microtransações intrusivas
• Objetivos cronometrados no Showcase tiram o ritmo
• Pequenos bugs e colisões persistem

Veredito
WWE 2K25 não reinventa a roda, mas também não precisa. Ao invés disso, a Visual Concepts entrega um dos pacotes mais completos, jogáveis e celebratórios da história da franquia, mesmo tropeçando em pontos como a monetização de The Island ou bugs ocasionais. Entre uma Showcase nostálgica, uma campanha criativa e modos secundários sólidos, este é o tipo de jogo que faz o fã de wrestling sorrir — seja ele um veterano da era Attitude ou um novato empolgado com a Bloodline.
Nota: 9/10

Written By
Weskley Vieira