Há mais de um ano o mundo vive essa fase estranha e triste de pandemia mundial, alguns países já conseguem sentir a volta do “normal”, mas o Brasil ainda tem vive constantemente a necessidade da quarentena.
O nosso modo de viver mudou muito, assim como as formas de demonstrar e viver o amor. O filme “Me Sinto Bem com Você”, escrito por Manu Gavassi e Matheus Souza, que também é o diretor do projeto, une cinco estórias de amores diferentes, todos sofrendo com as consequências da quarentena e da vida. O longa está disponível na Prime Video.
A primeira estória é de Adriana e Tom, dois ex-namorados que tiveram um término traumático, mas que ambos sabiam a importância de para o outro, eles, literalmente, se sentiam bem um com o outro. Eles nunca haviam se falado depois do término, mas Adriana se sentiu mal com seus pensamentos solitários em casa e lembrou que precisava ouvir palavras calmantes de Tom.
Eles analisam o passado, o presente e o possível futuro, juntos ou não. Ele fala da perda da avó paterna, com quem ele tinha muita proximidade, e de ter presenciado a mãe se assumir bissexual. Ela pensa em seus erros e nas oportunidades perdidas.
Os roteiristas, Manu Gavassi e Matheus Souza, é que dão vida a esse ex-casal. Sou muito suspeita para falar de Manu Gavassi, desde que acompanhei o BBB20 (edição que ela participou) ela se tornou uma grande influência para mim, o texto em si é muito inteligente e tem alguns trechos que traduzem bem o que eu senti nesse período de quarentena.
Matheus Souza é mais conhecido por trás das câmeras, dirigiu o filme “Ana e Vitória” e contribuiu para os roteiros de obras como “Amor e Sexo”, “Onde Está Meu Coração” e “Confissões de Adolescente”.
Ah, no filme Adriana e Tom também são envolvidos com cinema, só que ele teve mais oportunidades do que ela, embora ela tenha grande talento para desenhar (o que pode lhe abrir portas para animações).
A segunda estória é de outro casal, Dora e Fernando, esse está vivendo algo que muitos namorados passam nessa época, precisaram morar juntos para fazer o isolamento social sem se distanciarem. A questão é que as manias de cada um começam a irritar o outro, isso e o tédio de se verem totalmente sozinho fazem com que o relacionamento vá se afundando e eles tentam reerguer o que têm com ferramentas que não conhecem ainda.
Quem vive essa estória é Thati Lopes e Victor Lamoglia. Ela faz parte da equipe do Porta dos Fundos, embora seja conhecida pela comédia, no filme ela mostra um lado mais dramático bem-vindo. Ele é conhecido pela série brasileira “Ninguém Tá Olhando”. Os dois trabalharam juntos, e com Manu Gavassi, no filme “Socorro, Virei uma Garota”.
A terceira e a quarta estória é de dois futuros casais, pessoas que se conheceram antes da pandemia estourar e, quando deveriam estar se conhecendo melhor, precisaram ficar cada um na sua casa.
Eduardo e Helena eram só ficantes, para ela não existia nem um relacionamento mesmo, era puramente sexo, já ele pensava em ter algo mais sério, embora não confessasse isso. Eles tentaram manter o relacionamento casual por ligações de vídeo, mas, depois de muitas tentativas frustradas, perceberam que eles eram sim um casal, havia muito mais sentimento ali do que eles pensavam. Eduardo é vivido por Richard Abelha e Helena por Amanda Benevides.
Priscila e Giovanna sentem muita conexão entre elas, só que, por algum tempo, sentem receio de abrir todos os pensamentos, desejos e sonhos uma para outra. Na verdade, é Priscila que tem mais receio, porque ela é intensa e tem medo de afastar Giovana. E isso acontece com mais frequência do que se imagina, muitas pessoas sentem esse receio dela.
As duas são artísticas, Priscila compõe e canta, além de também ter certa popularidade na internet, podendo ser vista como Influencer, Giovanna escreve poesias. Elas acabam escrevendo uma música juntas, música essa que toca nos créditos do filme.
Gabz, rapper paulista, dá vida a Giovanna, ela também é conhecida por trabalhos populares como “Ciranda de Pedra”, “Viver a Vida”, “Malhação: Toda Forma de Amor”, “Ana e Vitória” e “Tudo por um Popstar”. Clarissa Muller interpreta Priscila, ela trabalhou com Gabz em “Ana e Vitória”.
A última estória não de amor romântico, mas sim de amor entre duas irmãs, Vanessa e Lívia. Elas haviam se distanciado tempos antes da pandemia, possivelmente quando a mãe delas faleceu, mas tentam se reconectar nesse período estranho e triste. Quase todo dia elas conversam por vídeo e tentam incentivar uma a outra a investir em seus talentos.
Lívia toca violão e compõe músicas, já Vanessa está cursando a faculdade de Cinema, sonha em ser roteirista. Elas tentam criar algo em homenagem à mãe, demoram muito para encontrar uma ideia boa, mas no caminho elas foram se divertindo e lembrando como era bom ter essa parceria de irmãs.
Vanessa é vivida por Thuany Parente, atriz conhecida pelo teatro musical e está atualmente na novela “Apocalipse”, da Rede Record. Lívia é interpretada por Bel Moreira, conhecida pela novela “As Aventuras de Poliana”, da SBT, e de filmes como “É Fada” e “Eu Fico Loko”.
O filme tem uma aparência de filme independente, mas com texto muito bem escrito. É quase todo filmado por meio do Zoom (ou aplicativo semelhante), mostrando cada um em sua casa, mas também mostra conversas de whatsapp, com direito à áudios longos (sem acelerador), o que deixa todas as estórias mais reais e próximas ao público.
Até mais!