Alien: Surgido das Sombras. A verdadeira continuação de o 8º Passageiro.

Com base na curadoria do escritor Affonso Solano, a editora Leya trouxe para o Brasil a trilogia que dá sequência à saga de Ellen Ripley, personagem vivida nos cinemas por Sigourney Weaver. Alien – Surgido das Sombras – é a imediata sequência dos fatos após o filme Alien, o 8º passageiro, antecipando, inclusive, o clássico Aliens, o resgate. Por trás dessa publicação, podemos enxergar uma nítida jogada de marketing da editora que buscou acompanhar o provável sucesso da nova produção da fraquia já lançada nos cinemas: Alien – Covenant. Entretanto, ao contrário do que esperávamos, Covenant não foi um sucesso. Duras críticas foram feitas em relação à falta de coerência e ao excesso de efeitos especiais em detrimento da trama. Isso foi ruim para a franquia no cinema, porém despertou ainda mais o interesse dos leitores e fãs por uma obra à altura do material original. Assim, mesmo não se valendo da estratégia inicial, Alien – Surgido das Sombras acabou por ser um sucesso de vendas. Claro que ter um grande número de cópias vendidas não é sinônimo de qualidade. Felizmente, essa trilogia quebrou essa premissa. O livro é um achado para os fãs carentes dos monstros espaciais. Um escrito digno da trama original, cheio de suspense e com cenas agonizantes. Então, fiquem comigo mais um pouco e descubram alguns pormenores de Surgido das Sombras. Vale cada segundo de leitura, prometo. Apesar do costumeiro cuidado para evitar spoilers, pequenos detalhes serão abordados, exceto o final. A história começa… Marion é o nome da nave de mineração que explora o planeta LV178. Os tripulantes são apresentados e logo identificamos um grupo tão coeso quanto o que havia na Nostromo. Isso, definitivamente, é um péssimo indício, um alerta ao leitor para que não se afeiçoe muito a eles. Tudo corre bem até que duas naves de apoio da Marion se chocam com ela, provocando algumas das mais caóticas cenas de acidente que li. Para piorar a situação, há alguns tripulantes em uma delas, a Samson, infectados por Facehuggers, as famigeradas criaturas que usam os humanos para incubar Aliens. Felizmente, o isolamento da nave está intacto. Alguns problemas decorrem desta colisão: a Marion está com sua estrutura comprometida e sistemas propulsores muito avariados; há, ainda, a necessidade de ir até LV178 para buscar uma célula de energia capaz de dar autonomia de navegação aos sobreviventes, mas não na Marion, já que ela está sendo arrastada para o planeta e isso é irreversível. Dias se passam até que uma inesperada visita surge: a nave que contém ninguém menos que Ellen Ripley, a única sobrevivente (humana) da Nostromo. Após a atração da nave auxiliar, a Narcissus, Ripley é tirada do estado de hibernação. Passaram-se 57 anos desde o pesadelo vivido. A tripulação ainda está indecisa sobre como fazer para ir ao planeta LV178, principalmente por causa da eclosão dos Aliens e sua evolução. Essa péssima notícia, aliada a outra que informa da provável morte de todos caso a Marion entre na atmosfera de LV178, faz com que Ripley quase entre em choque. Claro que nada está tão ruim que não possa piorar. A Narcissus está sob o controle da Inteligência Artificial que um dia fora Ash, o androide programado para descartar vidas humanas e priorizar a captura de Aliens. Como podem perceber, a influência maligna da corporação Weyland-Yutani não cessa. Decisões difíceis. Agora, diante do impasse entre enfrentar os Aliens para retomar o controle da Samson ou aguardar a Marion ser desintegrada pela reentrada na atmosfera, os tripulantes resolvem enfrentar o desconhecido, apoiados pelo relato e a experiência de Ellen Ripley sobre os monstros alienígenas. Há um outro fator que a tripulação cogita. Caso sobrevivam aos Aliens, o que fazer para entrar e sair ilesos de LV178, a provável fonte das criaturas? Lidar com cinco deles é algo quase impensável, mas o que dizer de encarar um planeta que pode ter centenas deles? Armas. Nesse livro vocês irão sofrer, literalmente, por temer o que pode acontecer com cada um dos personagens. Ao contrário do que foi visto em Aliens, o Resgate, não há militares ou armas de verdade para defender Ripley e os demais tripulantes. Eles precisarão de toda a astúcia, coragem (ou loucura) e sorte para sobreviver ao que encontrarão na Samson e no planeta. Sem outras opções, eles sabem que as probabilidades estão todas contra eles. Personagens. Tim Lebbon nos apresenta personagens que vão sendo abraçados pelo leitor aos poucos. Todos têm seus motivos para estar tão longe de casa e uma pequena parcela de suas histórias é revelada. Os destaques maiores ficam por conta do passado de Ellen Ripley e também por um detalhamento da vida pregressa do engenheiro-chefe Hoop. Os outros também são importantes e mereceriam não só um maior destaque como o detalhamento de suas vidas e intenções, mas o autor preferiu lançar pequenos detalhes deles durante toda a trama, o que implica em afirmar que dificulta a compreensão de como são ou de quem se trata. Claro que eles vão ganhando vulto em nossa mente até o final da trama. Logo, no terceiro ato, já estamos habituados e sabemos quem é quem na história. Isso, obviamente, acontece por se tratar de coadjuvantes. Preciso relembrar o destino da maioria dos coadjuvantes em Alien? Ash. A presença de Ash é bem sutil no início do livro. Ele surge desde antes da primeira parte, vigilante e ativo. É como se sua existência fosse a garantia de que o mal continua por perto. As características dele vistas em Alien, o 8º passageiro ainda estão lá. A Inteligência Artificial sabe quais são seus propósitos e está disposta a tudo para atingi-los. Tudo. RELATÓRIO DE PROGRESSO ANUAL: PARA: CORPORAÇÃO WEYLAND-YUTANI. ÁREA DE CIÊNCIAS. [REF: CÓDIGO 937] DATA [NÃO ESPECIFICADA] TRANSMISSÃO: PENDENTE. MINHA BUSCA CONTINUA. Sobreviver. A palavra de ordem durante todo o livro é essa: sobreviver. A tripulação restante da Marion e Ripley têm que expor para que haja uma chance mínima de sobrevivência. Entre eles e a vida há alguns sombrios detalhes: os Aliens … Continue lendo Alien: Surgido das Sombras. A verdadeira continuação de o 8º Passageiro.