A queda da casa dos Atreides – “Dune”
O gênero da ficção científica é responsável por aguçar a curiosidade de muitos autores e criadores de histórias, são inúmeros os livros, filmes e séries que abordam um “futuro não muito distante”, um “futuro distante” e afins.
Uma das histórias que servem como referência para a atual geração de escritores e demais criativos da ficção científica é “Duna”, escrita por Frank Herbert em 1965. Várias adaptações surgiram dessa inspiração, uma delas no cinema, com filme homônimo estrelado por Zendaya e Timothée Chalamet e dirigido por Denis Villeneuve.
Outra adaptação surgiu pelas mãos do filho do autor, Brian Herbet, em associação ao escritor Kevin J. Anderson, ao diretor Raúl Allén, à desenhista, letrista e ilustradora Patricia Martín e ao ilustrador Bill Sienkiewicz. Trata-se da versão em graphic novel, que ganhou o primeiro volume em 2020, obra que chega ao Brasil pela editora Intrinseca, com tradução de Ulisses Teixeira.
Nesse primeiro contato a estória apresenta a casa dos Astreides, liderada pelo duque Leto. Ele recebe a missão de explorar um planeta desértico chamado Arrakis, também conhecido por Duna, para que isso possa acontecer ele precisa se mudar para lá com sua concubina, Jéssica, e seu filho, Paul, além de toda sua corte e sistema de segurança.
Há vários detalhes a serem conhecidos na estória. Primeiro tem a questão familiar, Jéssica nunca foi esposa oficial de Leto, embora ele a ame de verdade, politicamente ele precisou ficar livre para formar alianças nobres com outras casas, em outras palavras, casar-se com a filha de algum nobre.
O que nunca aconteceu, mas isso deixa Jéssica desamparada e alvo de rumores internos. O fato de ela ser considerada uma bruxa também não ajuda muito, isso porque ela foi criada na casa das Bene Gesserit, sendo treinada para isso também. Pode até parecer uma união de interesses, mas há amor verdadeiro entre Jéssica e Leto.
O filho deles, Paul, tem um destino maior do que qualquer Bene Gesserit poderia prever. A missão dele será substituir o pai algum dia, isso requer dele treinamento que lida com a mente e o corpo, além disso, a mãe também o treinou para o que poderia surgir a um filho de alguém como ela.
A segunda perspectiva da história é a política. A mudança para Arrakis não é nada pacífica e todos sabiam disso, o planeta apresenta condições totalmente diferentes do lar da família Astreides, além de ter um histórico de guerra.
Arrakis tem dois povos, os Harkonnen e os Fremen. Este segundo aceitou viver pacificamente com os novos aliados, voluntariando-se para servir o duque Leto e ajudar na exploração. Já os Harkonnen são agressivos e não aceitariam a chegada de um novo líder assim tão fácil.
Por motivos pessoais do passado e questões políticas, o barão Vladimir Harkonnen consegue colocar um espião na casa dos Astreides, que pode provocar a queda precoce do novo líder.
E é aí que, depois de algumas revelações surpreendentes, que o primeiro volume termina.
Segundo o prefácio do livro, serão mais dois volumes, respeitando a linha temporal da história inicial, que também foi dividida em três livros.
A criação de todo um universo com tantos detalhes é sempre motivo de elogios, “Duna” não fica para trás, contudo, para quem não conhece a história, como eu, pode ficar um pouco perdido no início, porque já começa com muitos termos próprios e sem referências aos significados.
Mas as imagens ajudam muito a se situar, antes da metade da história já é possível se envolver com toda a trama e ficar curioso pelos próximos volumes, até querer procurar um pouco mais sobre as outras adaptações.
Quando se começou a falar do filme “Duna” eu não me animei muito, não sou muito fã de ficção científica, mas agora, ao entender melhor e me sentir envolvida pela história.
Até mais!