A magia da Turma da Mônica – “Bios – Vidas que Marcaram a Sua: Maurício de Souza”

Há quase quatro décadas as crianças brasileiras, quiça as de outros países, têm tido um grande incentivo para a leitura, as histórias em quadrinhos da Turma da Mônica, escritas, desenhadas, imaginadas por Maurício de Souza.

Ele mesmo fala de sua vida e seu legado no documentário em forma de série “Bios – Vidas que Marcam a Sua”, da National Geographic. Originalmente o documentário foi apresentado em 07 episódios, no próprio canal, em 2019, mas agora ele está disponível na íntegra (1h30) na Disney+.

Se tem alguém que marcou a vida dessas quatro gerações de brasileiros esse alguém é Maurício de Souza, eu me incluo na geração dos anos 1990 (acho que já falei inúmeras vezes disso aqui), então foi uma excelente escolha dele para estrelar essa edição da série.

O documentário é conduzido/apresentado por Fábio Porchat, que comenta desde o início o que quanto também se inspira em Maurício de Souza e nas histórias assinadas por ele. Ele representa todos os fãs desse gênio que assistem a produção, com o mesmo espirito de criança que todos sentem quando estão em contato com algo relacionado à Turma da Mônica.

Eles começam do começo, indo ao bairro onde Maurício de Souza viveu quando pequeno, onde os pais o deixaram livre para imaginar e o incentivaram a desenhar. Eles foram também à escola onde ele frequentou, mostrando as notas, foi lá que Maurício compartilhou algo que eu me identifiquei.

Ele comentou com que sempre se dedicava mais naquelas matérias em que o professor era dinâmico, envolvia a turma, já naquelas que o professor era mais “chato”, só fazia ler, ele se dava mal.

Outra história que ele compartilhou foi de uma caricatura que ele desenhou do professor de matemática, cheia de preconceitos, e, segundo ele, por causa dessa caricatura ele reprovou na matéria por três anos seguidos só nessa matéria. O início real da carreira de Maurício de Souza foi desenhando as tirinhas para o jornal Folha de São Paulo e, por isso, eles foram até o arquivo de periódico, tiveram acesso a uma tirinha que celebrava uma determinava data em que todos os personagens se reuniam. É possível perceber a emoção de Maurício, de Porchat e do funcionário responsável pelo arquivo (por serem documentos antigos e valiosos, somente os funcionários podem manusear os arquivos).

Na parte familiar conhecemos um pouco melhor sua relação com a avó Nita, com suas raízes da cidade de origem e com os seus 10 filhos. Também são apresentados o Dona Bidu, vizinha da avó, e o Cebolinha de verdade, que é um amigo de infância … Detalhe, ele realmente tinha esse apelido, pouco cabelo e trocava o “r” pelo “l” (ele confessa que até hoje troca, vez por outra).

Quanto aos filhos, ele presa pela união e, mesmo sem ter forçado, quase todos têm alguma relação com a Maurício de Souza Produções, cada um em uma especialidade. Os próprios filhos comentam como ele é como pai, revelando que ele foi se “aperfeiçoando” com o tempo. O relato mais emocionante é de Mônica, ela é uma das mais velhas e, possivelmente, a mais parecida com o pai. Ela comenta que cobra do pai mais carinho, porque ele sempre foi mais duro com ela, e que ele respondeu uma vez que a trata como trata a si mesmo … Parece estranho, mas isso passa a impressão que ele confia muito nela.

Ao longo do documentário são mostrados registros em um grande evento, creio eu que seja CCXP de 2018, e no Parque da Mônica. Sejam adultos ou crianças vestidas com vestidos vermelhos, agarradas em seus respectivos coelhos azuis, é lindo de ver o quão essas histórias e personagens marcam nossas memórias.

E que continue ensinando muitas gerações, agregando valores de cada época e emocionando por onde passa.

Até mais!

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