Close
CRÍTICAS FILMES

A lenda de Kumandra – “Raya e o Último Draão”

A lenda de Kumandra – “Raya e o Último Draão”
  • Publicado em: agosto 12, 2021

A Disney tem realmente uma magia quando se trata de filmes de animação, cada vez mais elaborados e atualizados. Por alguma razão demorei um pouco a assistir “Raya e o Último Dragão”, mas finalmente tomei juízo e assisti.

O filme é dirigido por Don Hall, Carlos López Estrada, Pal Brigfs e John Ripa, que também fizeram parte do time de escritores, ao lado de Dean Wellins, Kiel Murray, Adele Lim e Qui Nguyen, sendo os dois últimos os responsáveis pelo roteiro original. Esse é o terceiro filme de “princesa” que conta com uma história original, não uma adaptação de contos antigos (os irmãos Grimm agradecem por isso).

A estória de Kumandra é o ponto de partida para a aventura de Raya. O mundo vivia em união entre humanos e dragões na época da Kumandra, até que Druun, um monstro que transforma tudo por onde passa em pedra, surgir e ameaçar toda essa harmonia.

Para salvar os humanos os dragões lutaram bravamente contra Druun, mas eles também foram sendo derrotados, sobrando apenas Sisu e seus irmãos, que confiaram nela para unir toda magia, concentrando na Joia do Dragão. Isso parou a destruição de Drunn e fez com que os humanos voltassem a viver, mas os dragões não. A vida voltou diferente, os povos se dividiram por guerrearem, tendo como o objetivo a posse da Joia do Dragão.

Kumandra passou a ser cinco povos rivais, cada um com o nome de uma parte do corpo de um dragão: Presa, Coração, Coluna, Garra e Calda.

O povo do Coração se tornou guardião da Joia do Dragão por 500 anos, mas Benja, o atual chefe do povo, acredita fortemente que os povos podem se unir novamente. Ele treinou sua filha, Raya, para ser uma boa guardiã de joia, mas a ensina que a melhor opção é tentar se unir aos demais povos.

Benja abre os portões do povoado para as demais tribos com a missão de paz, tentando superar as suspeitas e diferenças. Raya não acredita muito de primeira, mas confia no pai e, logo de cara, faz amizade com a filha de Virana, a líder do povo da Presa, Namaari.

A menina se sente tão à vontade com a nova amiga que confia a ela o caminho do esconderijo da joia, e era exatamente o que Virana esperava, usando a boa vontade da filha para orquestrar um golpe. Na confusão entre tribos a joia é quebrada em cinco partes, os líderes de cada povo conseguiram pegar, cada um, um pedaço da joia, mas a desordem faz Drunn acordar e voltar a ameaçar o mundo.

Resultado: Benja é transformado em pedra, assim como boa parte do povo do Coração, e Raya ganha uma missão, encontrar o último dragão, Sisu, unir a joia novamente e salvar o mundo.

Raya passa 06 anos procurando por Sisu nos rios de cada tribo, fugindo dos ataques de Drunn e, quando a encontra, passa a fugir daquela que a fez desconfiar de tudo e todos, Namaari.

Na rota de fuga e de busca pelas partes da joia Raya vai formando uma equipe que representa bem Kumandra, além do último dragão, Sisu, ela passou a contar com pessoas de outras tribos, reconstruindo sua capacidade de confiança nas outras pessoas. Ela relembra dos ensinamentos do pai e vai, aos poucos, quebrando as barreiras que o tempo sozinha e os golpes da vida construíram.

É lógico que, como um bom filme de princesa guerreira da Disney, tem muito detalhe nesse meio tempo, muitos detalhes que vão surgindo a cada vez que assiste e reassiste o filme, além das boas teorias de ligação entre os outros filmes, além do humor característico do gênero.

Ah, o visual do filme também não deixa desejar, a cada filme a animação fica mais perfeita, desde a imagem de um deserto até o movimento sutil de uma mecha de cabelo e dos pelos azuis de Sisu, passando pelas delicadas mudanças dos movimentos da água (poder de Sisu).

Mas o coração da trama é o que descrevi acima, focando muito nessa necessidade de voltarmos a acreditar no bem, nas pessoas e nas amizades verdadeiras, apesar de todas as diferenças e todos os obstáculos que nos são colocados. Raya mostra que confiar é fácil, o difícil é voltar a ter essa capacidade quando a ligação se quebra por motivos fúteis ou por algo poderia ser feito por meio do diálogo.

Algumas das vozes da versão original (em inglês) são de:

– Kelly Marie Tran, como Raya – a atriz é conhecida pelas séries e filmes de Star Wars e fez parte das vozes do filme “Os Croods 2: Uma Nova Era”;

– Awkwafina, como Sisu – a atriz é conhecida por filmes como “Oito Mulheres e um Segredo”, “Podres de Ricos”, “A Despedida” e fará parte do time da Marvel, no filme “Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis”;

– Gemma Chan, como Namaari – a atriz também é conhecida por “Podres de Rica” e fará parte da Marvel, mas no filme “Eternos”;

– Daniel Dae Kim, como Benja – o ator ficou famoso pelas séries “Lost” e “Hawaii Five-0”;

– Sandra Oh, como Virana – a atriz é conhecida pela célebre Christina Yang de “Grey’s Anatomy” (única personagem que pegou meu coração dessa série) e tem ganhado o público e a crítica em “Killing Eve”;

Detalhe, tem outro membro do time Marvel entre as vozes, é Benedict Wong, de “Doutor Estranho”.

 

Até Mais!

Written By
Nivia Xaxa

Advogada, focada no Direito da Moda (Fashion Law), bailarina amadora (clássico e jazz) e apaixonada por cultura pop. Amo escrever, ainda mais quando se trata de livros, filmes e séries.