A Bizarra Confeitaria de Christine McConnell: humor macabro e doces de alto nível.
Programas de culinária são sucesso no mundo todo e atraem uma verdadeira legião de fãs. Nomes como Giada de Laurentis, Henrique Fogaça, Jamie Olivier, Gordon Ramsay, Alex Atala, Joan Roca são reconhecidos no mundo inteiro, sendo que alguns deles levam seus trabalhos para programas de TV onde ensinam seus segredos e, obviamente, ampliam a fama e o reconhecimento. No campo da confeitaria o grande destaque internacional é Buddy Valastro, responsável pelo sucesso de Cake Boss, do TLC.
Certamente a Netflix não ficaria fora desse seguimento lucrativo e interessante onde esses mestres da culinária mostram seus talentos. Mas há pontos que tornam A Bizarra confeitaria de Christine McConnell ainda mais interessante. O primeiro é a presença marcante da bela e sombria confeiteira Christine H. McConnell (ela ganhou fama ao transformar a casa dos pais em algo muito próximo ao visto na animação A Casa Monstro). O segundo é a temática que foca em produções voltadas para o terror (desde aranhas até cabeças encolhidas). Por último, o humor negro usado nos seis episódios da série e que tem em seus três coadjuvantes uma atração a parte. São eles: Rose (Colleen Smith) uma guaxinim esmagada por um caminho e reconstruída e ressuscitada por Christine; Rose tem um apetite voraz, é um animal com a libido em alta e está sempre discutindo com Rankle (Michael Oosterom), o gato mumificado que se considera um Deus, dono de um humor cáustico que sempre atinge Rose e o lobisomem Edgar (Drew Massey), um monstro abandonado e que foi adotado por Christine.
Gostei muito da interação entre os moradores da casa. Christine é uma matriarca que consegue manter os ânimos controlados. Conforme os episódios se passam, novos personagens surgem e dão ainda mais dinâmica à série. Entre eles temos a linda fantasma Vivienne (Dita Von Teese) e o misterioso Norman (Adam Mayfield), além do devorador de carteiros, Bernard (Tim Lagasse). Sombrios, góticos, macabros e assustadores… mas sempre simpáticos e encantadores. Não tem como não amar essa “família”.
A série tem apenas seis episódios com 25 minutos em média cada. A narrativa flui bem e cativa o espectador por causa do humor, da interação dos personagens e das obras de arte que Christine produz, sempre com o pretexto de agradar um dos moradores ou visitantes. Os episódios servem para nos embutir nessa estranha família que pode aparentar ser sinistra, mas é cheia de carinho. Adicionemos a essa receita de sucesso a direção de Darcy Prevost e também à acertada escolha de utilização de bonecos em animatronic e marionetes (algo muito parecido com os Muppets), ao invés do famigerado CGI, o que além de baratear a produção, trouxe um ar mais nostálgico.
P.S.: a música de abertura é marcante e me trouxe à memória algumas das músicas de Plants vs Zombies.
A Netflix disponibilizou a série na versão original e na dublada. Assisti na versão original (em inglês com legendas) e depois a vi em português, porém a dublagem nacional (ótima, só para citar) foi atrapalhada quando a utilizaram sobreposta a original, sem que as palavras em inglês fossem suprimidas. Esse é o único “porém” da série. No mais, recomendo muito e peço para que assistam A Bizarra Confeitaria de Christine McConnell. Fãs do terror e de séries como A Família Addams vão adorar… e aguardar ansiosos pela segunda temporada.