Salve Nosetmaníaco, eu sou o Marcelo Moura e hoje indico um filme de pé e aplaudindo.
Irréversible (2012):
França, direção e roteiro Gaspar Noé, elenco Monica Bellucci, Vincent Cassel e Albert Dupontel.
Enredo: O filme narra em ordem inversa a história de dois homens em busca de vingança. A primeira sequência mostra dois amigos desesperados, Marcus (Vincent Cassel) e Pierre (Albert Dupontel), saindo pelo submundo de Paris à procura do homem que teria estuprado e espancado Alex (Monica Bellucci), então namorada de Marcus e ex-namorada de Pierre. Em seguida, a narrativa volta passo a passo no tempo para mostrar como Marcus e Pierre descobriram o nome do autor do crime, recuando até o próprio estupro e os eventos que o antecederam. Alex, seu namorado Marcus e seu amigo Pierre vão a uma festa, mas Alex acaba brigando com Marcus, e vai embora. Ela passa por uma passarela por baixo da avenida, e quando está lá embaixo, encontra um homem e uma travesti brigando. Ela tenta passar por eles, mas o homem acaba não deixando. A travesti vai embora, e eles dois ficam sós no túnel. Ele começa a assediá-la, e por fim, a estuprá-la. É, com certeza, uma das cenas de estupro mais reais e fortes do cinema. Depois o homem ainda a espanca, batendo e dando chutes principalmente em seu rosto. O filme tem cenas de violência extrema, como a própria cena do estupro, e a vingança do namorado dela contra o suposto estuprador. Ele tenta demonstrar, como o próprio nome do filme diz, que aquela situação é Irreversível, e por isso nada adiantaria encontrar e matar o criminoso. Durante a briga entre Marcus e quem ele julgava ser o estuprador, Marcus tem seu braço quebrado e o homem estava prestes a estuprá-lo quando Pierre o ataca com um extintor de incêndio, dando diversas pancadas no rosto dele, na outra cena mais controversa do filme. Os sentimentos de quem assiste variam entre ódio e nojo.
Crítica: O que você procura quando quer ver um filme europeu. Normalmente eu diria que procuro algo que fuja da normalidade e previsibilidade hollywoodiana. Quero me sentir impactado, ultrajado, desconfortável e ao mesmo pensativo com algo que nunca vi, tão diferente e tão irracional, politicamente incorreto e ao mesmo tempo uma crítica social com um filme claro e que não deixe margem para o desentendimento. Tudo isso eu encontrei em Irreversível, indicação do Sr. Paulo Diniz que há anos atrás me disse para assisti-lo e aprender porque o cinema europeu não se limitava ao ótimo diretor Pedro Almodóvar Caballero ou ao bom ator Antonio Bandeiras, ambos com o último trabalho A Pele que Habito (2011). Irreversível é um filme Francês do brilhante cineasta argentino Gaspar Noé (Sete Dias em Havana), que em sua maioria de filmes adora abordar cenas de violência, sexo e vingança, tanto fisicamente como psicologicamente. O filme nos é apresentado com uma característica única de ser contada de maneira inversa a história, então, brilhantemente você assiste primeiro as consequências dos atos para depois entender a causa. E como julgamos mal as pessoas com isso, sem entender os motivos e isso é fantástico no filme. No elenco a charmosa italiana Mônica Bellucci (Matrix Reloaded), e os franceses Vicent Cassel (Cisne Negro) e Albert Dupontel (Chrysales) estão ótimos em seu desempenho. O filme é uma salada cultural de nacionalidades nas mãos de um visionário diretor argentino. Não chegue a nenhuma conclusão antes de acabar o filme e muita atenção na última cena. Você precisará de estomago forte e coração de pedra para não chorar.
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