Close
MOTOVELOCIDADE

Marc Márquez conquista o sétimo título mundial em Motegi e assina o maior retorno da história da MotoGP

Marc Márquez conquista o sétimo título mundial em Motegi e assina o maior retorno da história da MotoGP
Foto: MotoGP
  • Publishedsetembro 28, 2025

Foram 2184 dias de espera. Mais de seis anos desde o último título, quatro cirurgias no braço direito, quedas dolorosas, dúvidas sobre o futuro e até questionamentos se ele voltaria a ser competitivo. Mas neste domingo (14), no GP do Japão 2025, em Motegi, Marc Márquez finalmente quebrou o jejum e levantou seu sétimo título da MotoGP, coroando uma jornada que já é chamada de o maior retorno da história do motociclismo.

Sprint decisiva e Bagnaia como protagonista

O clima de decisão começou ainda no sábado. Na Sprint Race, Francesco Bagnaia mostrou força com a Ducati e venceu de forma convincente. Márquez foi cirúrgico: não se arriscou em batalhas desnecessárias, administrou o desgaste dos pneus e cruzou em segundo lugar, resultado que teve peso de ouro.

Seu principal rival na disputa pelo título, o irmão Álex Márquez, não conseguiu reagir. Com apenas o 10º lugar, ficou fora da zona de pontos e deixou o caminho livre para que Marc entrasse no domingo precisando apenas repetir o desempenho da Sprint para sacramentar o campeonato.

Corrida em ritmo de tensão

No domingo, Bagnaia novamente largou na ponta e rapidamente abriu vantagem, em busca da segunda vitória no fim de semana. Márquez, por sua vez, mostrou toda sua maturidade. Largou bem, manteve a posição e logo tratou de ultrapassar Pedro Acosta, garantindo o segundo lugar que já bastava para a conquista.

Atrás, a grande história foi o desempenho de Joan Mir, que surpreendeu e levou a Honda de volta ao pódio em casa, algo que não acontecia desde 2021. Para os japoneses, foi um alívio ver a marca novamente competitiva em seu circuito, ainda que a vitória tenha escapado.

No entanto, a liderança de Bagnaia quase terminou em drama. A moto do italiano apresentou fumaça nas voltas finais, levantando dúvidas sobre um possível abandono. Mesmo assim, o piloto resistiu e cruzou em primeiro, seguido por Márquez e Mir.

E foi nesse momento que o #93 escreveu mais uma página para a história: com o segundo lugar, garantiu matematicamente o campeonato, sem precisar depender dos resultados das próximas etapas.

O maior retorno do motociclismo

O feito de Márquez transcende números. Após a queda em Jerez, em 2020, e as complicações nas cirurgias subsequentes, muitos acreditavam que o espanhol jamais voltaria ao nível de antes. Entre altos e baixos com a Honda e depois a mudança para a Ducati, sua trajetória virou quase uma luta contra o tempo e contra seu próprio corpo.

Com o título de 2025, Márquez se junta a lendas do esporte em feitos de superação. Comparado a Niki Lauda, que voltou às pistas após sobreviver a um incêndio quase fatal; a Michael Jordan, que saiu da aposentadoria para conquistar mais troféus; e a Monica Seles, que superou um ataque brutal para retornar ao tênis. Cada um com sua marca, mas todos com a mesma essência: nunca desistir.

No motociclismo, esse retorno é único. Nenhum outro piloto enfrentou tantas adversidades físicas e competitivas para recuperar a coroa.

Márquez entre os gigantes

Agora, Marc Márquez soma 7 títulos na MotoGP, ficando atrás apenas de Valentino Rossi (7 na MotoGP, 9 no total) e Giacomo Agostini (8 na categoria rainha, 15 somando todas as classes).

Mais do que números, esse campeonato prova que o espanhol ainda tem muito combustível para escrever novos capítulos. Se 2019 parecia distante demais, 2025 chega como o renascimento de um campeão que não aceita limites.

Um título que inspira

No paddock, a emoção foi evidente. Equipes rivais, pilotos e fãs aplaudiram de pé o feito histórico. A própria Ducati celebrou não apenas a vitória de Bagnaia, mas também a glória de Márquez, que mostrou que talento e perseverança podem superar até os maiores obstáculos.

De Motegi para o mundo, a mensagem é clara: Marc Márquez está de volta ao topo. E sua lenda, agora maior do que nunca, continua a ser escrita curva após curva, vitória após vitória.

Written By
Matheus Gama