Close
MOTOVELOCIDADE

Marcação cerrada até a última curva, mas o rei do Sachsenring não abdica do trono.

Marcação cerrada até a última curva, mas o rei do Sachsenring não abdica do trono.
Foto: MotoGP
  • Publishedjulho 13, 2025

Sob chuva no sábado e com pista seca no domingo, Marc Marquez transformou o fim de semana do Grande Prêmio da Alemanha num novo capítulo de sua hegemonia particular em Sachsenring. O espanhol da Ducati Lenovo primeiro venceu a Sprint em condições extremamente traiçoeiras, superando Marco Bezzecchi na volta final. Vinte e quatro horas depois, cravou a 69.ª vitória na classe rainha – agora isolado na vice‑liderança histórica atrás apenas de Valentino Rossi – e ampliou a vantagem no topo do Mundial.

A Sprint de 15 voltas começou com Marquez largando da pole, mas abrindo demais a trajetória na primeira curva e despencando para sexto. Quem assumiu o controle foi Bezzecchi, enquanto Fabio Quartararo avançava de sétimo para terceiro. Franco Morbidelli ainda aparecia como ameaça até cair rápido e forte na curva 8. A partir dali começou a remontada do líder do campeonato: uma volta após ultrapassar Quartararo, Marquez passou a descontar mais de meio segundo por giro sobre o ponteiro. A diferença que era de 2,4 s caiu para menos de meio segundo a três voltas do fim. Na passagem derradeira o #93 mergulhou por fora na curva 1, sustentou o lado interno na 2 e não deu outra chance ao italiano. Quartararo segurou Fabio Di Giannantonio e celebrou o primeiro pódio de Sprint da Yamaha desde 2023. Entre os dez que pontuaram ainda apareceram Jack Miller, Brad Binder, Johann Zarco e um Alex Marquez limitado pela mão fraturada, resultado que lhe custou dez pontos na tabela.

No domingo, sem a chuva prevista, a história foi de domínio absoluto. Marquez saiu limpo, tomou a dianteira e já na terceira volta tinha sete décimos sobre Fabio Di Giannantonio, autor de largada arrojada. Marco Bezzecchi, Alex Marquez e Pedro Acosta vinham logo atrás até o jovem da KTM escorregar na curva 2 e abandonar. Enquanto isso, o campeón era o único a virar constante nos 1m20s – ritmo inalcançável para o restante do grid. Antes da metade da prova sua vantagem ultrapassava os três segundos.

O segundo e o terceiro degraus do pódio tornaram‑se uma loteria depois que Di Giannantonio caiu sozinho na curva 1 na volta 18. No mesmo giro Johann Zarco também foi ao chão no mesmo ponto. Restaram Bezzecchi, Alex Marquez e Francesco Bagnaia na perseguição – mas o italiano da Aprilia também não resistiu ao traiçoeiro primeiro gancho e pagou o preço. Com isso a Ducati garantiu dobradinha familiar: Alex, mesmo pilotando com dores, cruzou 9 s atrás do irmão e limitou a perda no campeonato. Bagnaia completou o pódio, aliviando o revés de sábado.

Quartararo voltou a ser o melhor Yamaha com um sólido quarto lugar, depois de conter a pressão de Fermin Aldeguer. O retorno de Luca Marini rendeu seu melhor resultado na Honda, sexto, à frente de Binder e Miller. Raul Fernandez e Alex Rins fecharam a zona de pontos numa corrida de elevadíssima taxa de abandono – somente dez pilotos viram a bandeira quadriculada.

Ao todo, em seu 200.º GP na categoria principal, Marc Marquez saiu da Alemanha com mais 37 pontos – 12 pela Sprint, 25 pela prova – e estabeleceu vantagem ainda maior na luta pelo inédito título com a Ducati. A próxima parada será a retomada do GP da República Tcheca, em Brno. Se alguém quiser frear o piloto de número 93, precisará encontrar respostas rápidas: o SachsenKing voltou a reinar e agora mira a sétima coroa mundial.

Written By
Matheus Gama