Mais Forte que o Mundo – A História de José Aldo
Mais Forte que o Mundo – A História de José Aldo
Interessante filme nacional baseado na história do lutador de MMA que veio da periferia, José Aldo, um rapaz que milhares que existem no Brasil, de família pobre, marcada pela violência doméstica, que saiu do Amazonas para o Rio de Janeiro, como milhares de Norte – nordestinos, passando por várias dificuldades e problemas, mas sabendo que ainda terá que acertar contas com seu passado. O longa foi produzido por Black Maria e Globo Filmes, escrito e dirigido por Afonso Poyart (“2 coelhos” e “Presságios de um crime”). Pena que a Globo Filmes não sabe fazer filmes densos ou profundos e se preocupa mais com os resultados simples do que um risco real.
A ideia do filme veio após uma demorada pesquisa na internet feita por Poyart, após uma ligação do diretor de expansão e acionista da Paris Filmes que propôs um projeto de um longa-metragem envolvendo MMA. Não é preciso dizer, que com a queda da Formula Um depois da morte do Ayrton e nosso futebol afundando na lama, nossos últimos heróis populares vem do filão da luta. Em 2011, a produtora de Poyart, Black Maria, já estava comandando o desenvolvimento do filme que teve altos pontos de paralisação devido problemas que vai da escolha de elenco à ausência do próprio diretor para compromissos no cinema de Hollywood.
Visão
Mais Forte que o Mundo se coloca ao lado de grandes produções, como Rocky Balboa, e filmes brasileiros, como Tropa de Elite e Central do Brasil. Filmes que tornam os personagens representantes de uma classe sofrida e esquecida pelos seus governantes devido ao seu contexto e desmerecimentos dos mais ricos. A luta se torna o único meio em que uma pessoa pode chegar a ser alguém. O filme fala de Aldo, mas poderia ser Popó, poderia ser Maguila, ou mesmo nós, brasileiros simples e sonhadores.
Mais Forte que o Mundo conta uma história simples e de mais um brasileiro que “luta” para ser alguém na vida, que buscar realizar o seu maior sonho de ser herói brasileiro a ganhar o mundo, que se define através da dor e a superação, que não se limita pelo ambiente.
A verdade é que somos um mundo em que a violência doméstica, a falta de oportunidades, opções sociais e sexuais é que nos definem em nosso mundo, mas que existem saídas para os que buscam a vitória para si e para aqueles que amam. Aldo é um excelente trabalho de produção que merece ser visto no cinema e aproveitarmos uma auto crítica pessoal a onde queremos chegar em nossa vida, projetos e pensamentos.
O filme tem um bom roteiro, uma fotografia de primeiro mundo e José Loreto com uma atuação impecável, no elenco ainda temos Cléo Pires, Jackson Antunes, Claudia Ohana, Rafinha Bastos, Milhem Cortaz, Paloma Bernardi e Rômulo Arantes, com boas atuações e talvez este seja o pé esquerdo da produção. Por mais que gostei do filme e das atuações, somos um cinema nacional acostumados com comédias rasteiras e não com dramas de qualidade. Sem nenhum ator com o drama na carne, dificilmente alguém pagaria para ver Pires e Rafinha Bastos atuando em um drama.
Minha principal referência ao filme é o magnífico Clube da Luta de 1999 com Brad Pitt e Edward Norton. Em determinado momento percebemos o maior desafio de sua vida é: “Não se transformar no seu maior incentivador e no seu maior exemplo, que é seu pai.”
O interessante roteiro, como já falei, é completo trabalhando muito bem o Aldo lutador e o Aldo humanos, com seus amores e sua vida fora do Octógono.
https://www.youtube.com/watch?v=e1VXZIHlZqQ
Para viver o lutador, José Loreto treinou vários tipos de modalidades de artes marciais e perdeu 5 kg com uma dieta rigorosa.