Parece que alguns temas do gênero do terror andam saturados e, quando filmes como Baghead – A Bruxa dos Mortos chega aos cinemas, temos a convicção disso. Partindo de uma premissa onde uma menina que vive de forma solitária herda um imóvel do pai que acabou de falecer sob circunstâncias suspeitas. O advogado da família até sugere que ela apenas venda o casarão, mas como ela não sabia da existência do lugar e, até para tentar entender o que aconteceu com o pai, ela resolve ficar com o imóvel provisoriamente.
Iris (Freya Allan) assina os documentos do imóvel e passa então a ser a proprietária do lugar. O local, além de residencial, funcionava como ponto comercial, a princípio um bar. A questão é que se trata de um imóvel antigo, que até onde se sabe tem pelo menos 400 anos e além de muita história o lugar conta com uma inquilina especial.
Entretanto, Iris só vai saber disso quando recebe a visita de um homem inesperadamente, ele é Neil (Jeremy Irvine), ele oferece 2 mil dólares alegando que precisa falar com a esposa que está no porão. Parecendo uma papo de maluco ou de alguém sob efeito de entorpecentes, ele explica que o que está dizendo é verdade e que ele já fez aquilo antes. No caso, de alguma forma o pai de Iris, promovia o encontro entre Neil e a sua falecida esposa.
Mesmo com medo e com receio de onde aquilo pode dar. Iris tira proveito da situação, cobra o dobro e permite que Neil encontre a sua esposa no porão da casa. Antes disso, ela chama sua amiga Katie (Ruby Barker), para caso das coisas sairem dos eixos e algo acabe dando errado.
Quando os três chegam ao porão, apesar da experiência de Neil com os encontros, elas não estão levando muito a sério, até que a entidade ou coisa coberta com saco de batata sai de dentro de um buraco na parede. Então, elas percebem que se trata de algo real, Neil explica o que é necessário para se fazer o ritual. A bruxa precisa ser amarrada a cadeira, você entrega um pertence do falecido, ela se transforma na pessoa e você tem dois minutos para falar com a pessoa. Caso passe desse prazo, ela assume o controle e coisas terríveis podem acontecer.
O resumo da obra é este, e o que acontece depois já é bem fácil de prever e esse é o problema. São tantos os filmes de pessoas tentando fazer contatos com mortos e de bruxas que ficaria impossível mencionar aqui, pois a lista é longa. Mas, fazer filmes com esses temas e que funcionem, ou sejam bons, acaba sendo complicado mesmo. Se não tiver uma ideia nova ou souber desenvolver situações peca pelo clichê.
ALTERNATIVAS PARA QUEM CURTE FILMES DO GÊNERO SOBRENATURAL
Um exemplo recente de filme de contato com os mortos e que deu super certo foi Fale Comigo, adolescentes descobrem que uma mão embalsamada permite fazer contato com o plano espiritual. E, além disso, permite que quem toca na mão seja incorporado pelo espírito e os adolescentes acabam fazendo isso como uma forma de diversão até que as coisas saem completamente do controle.
Já sobre bruxas, um longa-metragem que assisti e particularmente achei interessante é Rogai Por Nós. O filme é de 2021, conta com Jeffrey Dean Morgan como protagonista. Ele faz um jornalista investigativo, que busca analisar e comprovar casos de sobrenaturais ou de possíveis milagres. Enquanto investiga o caso de uma menina deficiente auditiva, que passou a ouvir e falar, enquanto a jovem começa a testemunhar e evangelizar sobre o seu milagre. Em contrapartida, ele tenta investigar e comprovar o evento, com isso ele vai descobrir que na verdade a entidade por trás dos milagres não é exatamente uma santa e que ela tem um propósito sinistro por trás.
AFINAL, QUEM ESTÁ POR TRÁS DE “BAGHEAD” E O FILME VALE O INGRESSO?
O longa-metragem é do diretor Alberto Corredor, que dirigiu o curta-metragem de 2017, Baghead. O roteiro é assinado por Bryce McGuire, ao que parece anda inspirado em transformar curtas em longas, pois recentemente estreou Mergulho Noturno, que também é baseado em um curta, que ele adaptou dirigindo e roteirizando.
Mergulho Noturno apesar de não ser assustador e não se aprofundar em seu próprio mistério. Tem um argumento mais convincente e elementos que funcionam bem mais que Baghead: A Bruxa dos Mortos. Baghead, na verdade é um suspense bem previsível, tudo que você imagina que vai acontecer, acontece, exceto pelo final.
Na minha opinião, o final é a única coisa realmente boa do filme, pois é um pouco inesperado e ainda entrega um gancho para uma sequência. Mas, se ela vai acontecer já é outra história. Porque definitivamente esse filme nem vale o ingresso, no máximo para quem tiver curiosidade ou interesse, vale mais a pena ver no streaming, que qualquer coisa é só pausar e desistir.
Nota: 2/5
Trailer
Ficha Técnica
Título Original: Baghead
Direção: Alberto Corredor
Duração: Bryce McGuire
Elenco: Freya Allan, Jeremy Irvine, Ruby Barker
Sinopse: Em Baghead: A Bruxa dos Mortos, uma garota explora uma entidade capaz de falar com os mortos e sofre consequências terríveis. No filme de terror, Iris (Freya Allan) herda o bar de seu falecido pai e descobre que o antigo establecimento abriga Baghead, uma entidade capaz de encorporar aqueles que já morreram. Desesperada por dinheiro, ela usa os poderes de Baghead para vender uma espécie de ponte de comunicação com os mortos para pessoas sofrendo com o luto. Porém, ao explorar o sobrenatural ela acaba pagando o preço.