A virada do ano nos dá aquela sensação de reflexão e desejo de novos objetivos na vida, é um momento sentimental, sem dúvidas. Os filmes com essa temática tendem a mostrar esse aspecto.
Mas imagina ter decretado que aquela será a última virada de ano da sua vida?
Isso é o que Georgia Byrd ouve no comecinho de “As Férias da Minha Vida”, longa escrito por Jeffrey Price, Peter S. Seaman e J.B. Priestley, com direção de Wayne Wang. Originalmente lançado em 2006, mas está disponível no Amazon Prime Video já há algum tempo.
Georgia é uma mulher cautelosa, funcionária fiel de uma grande loja de departamento, sempre sendo destaque no quesito produtividade, evita gastar dinheiro desnecessariamente e sempre segue uma dieta balanceada. Sempre segue as regras, mas nunca vê resultados.
Ela ama cozinhar, acompanha programas do gênero e reproduz as receitas que vê, mas nunca come. Ela tem um crush em um colega de trabalho, Sean, mas nunca teve coragem de se declarar.
Certo dia ela é diagnosticada com uma doença rara, o médico, que trabalha para a loja de departamento e não tem equipamentos de qualidade à disposição, avisa a Georgia que pode até haver tratamento, mas que, do jeito que está, ela só tem umas duas semanas de vida, o que coincidia com as semanas do Natal e da virada do ano.
Georgia se revolta, vê tudo que poderia ter feito e aproveitado, mas se poupou para o futuro. Cansada de não ser ouvida no trabalho e revoltada com a situação, ela pede demissão, pega todos os valores que tem para receber e junta com a poupança que tem no banco.
Qual o plano? Passar as duas últimas semanas de vida no hotel de luxo que sempre sonhou em visitar, na República Tcheca, cuja cozinha é liderada por um chef de cozinha que muito admira. Se fosse morrer, ela passaria os últimos momentos curtindo a vida.
E ela vai, com aquele pensamento de: não sou daqui e não vim para ficar. Paga por privilégios que sempre quis ter, mas nunca teve acesso, mas nunca esquecendo de quem era. Isso chama atenção da equipe do hotel, acostumada a ser maltratada por hóspedes que gastam como ela.
Para “animar” ainda mais o momento, Georgia descobre que o dono da loja de departamentos onde trabalha, Kragen, também está hospedado naquele hotel, junto a sua amante e com a missão de conseguir um “arrumadinho” com o Senador Dilings, que também está lá.
Dilings se elegeu prometendo melhorias para a comunidade de Georgia, ela sabe quem ele é, mas ele não sabia que ela era, até parecer uma milionária comendo bem em um hotel de luxo, recebendo atenção do famoso chef de cozinha.
Apesar dos pesares, Georgia se aproxima desse grupo, colocando juízo na inocente amante de Kragen e falando umas verdades para Kragen e Dilings, coisas que eles não ouviriam caso ela continuasse “invisível”, como costuvama ser.
Enquanto isso Sean estranha o comportamento e o sumiço de Georgia, então vai atrás de respostas. Primeiro fala com o médico, descobrindo sobre o diagnóstico e algo a mais, estava errado, a máquina do exame estava quebrada, resultado no diagnóstico enganado.
Ao descobrir isso tudo e unindo ao fato que Georgia era apaixonada por ele, assim como ele era por ela e onde ela estava, Sean pega o primeiro voo para o tal hotel e, na primeira oportunidade, ele conta tudo a Georgia.
É ela não iria morrer, mas a experiência de quase morte a vez sair da zona de conforto, ela não fez resoluções de ano novo, mas passou a ter objetivos reais de vida, que ela passou a executar de fato.
Esse é um daqueles filmes bem Sessão da Tarde, com alguns detalhes caricatos e uma estória, mas com uma trilha sonora muito gostosa e desenvolvimento que envolve quem está assistindo. Pode te fazer refletir, mas com alívios cômicos com timing certo.
Mas o elenco chama mais atenção.
Liderando o elenco, na pele de Georgia Byrd, está Queen Latifah, que não tem esse nome por acaso, é uma rainha mesmo. Ela é famosa por filmes com essa “vibe”, mas tem o poder de os tornar relevantes, tal como “Jogada Certa”, “Taxi”, “Um Salão do Barulho”, dentre outros.
Ah, ela também interpreta algumas músicas da trilha. Algo que seu co-star também poderia fazer, mas não fez.
Sean é vivido por LL Cool J, cantor, ator e apresentador, conhecido por produções como “NCIS: Los Angeles” e, lógico, o Lip Sync Batlle, aquele programa onde atores e atrizes batalham com reproduções de músicas famosas.
Lembram de Tom Holland dançando “Umbrella”? Então, LL Cool J foi testemunha ocular desse momento icônico!
Kragen, patrão de Goergia, é vivido por Timothy Hutton, conhecido por “American Crime”, “The Haunted of Hill House” e “How to Get Away with Murder”. a amante dele, senhorita Burns, é vivida por Alicia Witt, conhecida por obras como “Nashville”, “The Exorcist” (a série de 2017), “Orange is The New Black” e “Eu Me Importo”.
O chef Didier, de quem Georgia era fã, é vivido por Gérard Depardieu, o eterno Obélix. Lógico que ele é famoso por muitas outras obras, como “O Homem da Máscara de Ferro”, “As Aventuras de Pi” e “Minhas Tardes com Margueritte”, mas é impossível não lembrar de Obélix, é uma memória afetiva.
O senador Dilings também é vivido por alguém famoso, embora não tão aclamado como deveria, Giancarlo Esposito. famoso, atualmente, por obras como “Once Upon a Time”, “Better Call Saul”, “Dear White People” (narrador), “The Mandalorian” e “The Boys”.
Tenho certeza que você entenderá que precisava ver Queen Lafifah ao lado de Gérard Depardieu e Giancarlo Esposito. São três atores totalmente diferentes, mas que fazem sentido nessa comédia romântica de final de ano.
Até Mais!