O que vem a sua mente quando se fala em Digital Influencer?
Eu sou suspeita, amo e trabalho em volta desses profissionais, mas aposto que muitos ainda os vêm com um olhar preconceituoso. De toda forma, assistir o documentário da primeira Influencer de Moda, a italiana Chiara Ferragni.
O documentário se chama “Chiara Ferragni” e é uma produção original Prime Video, que o disponibiliza no áudio original (italiano), mas com legendas em outros idiomas, inclusive o português brasileiro.
Antes de mais nada, um esclarecimento: Digital Influencer é aquele profissional que trabalha com as redes sociais, podendo atuar em vários nichos. Não é regra, mas a maioria das blogueiras que falavam de moda “antigamente” migraram para as redes sociais, podendo ser chamadas de Influencers de Moda.
O que aconteceu com Chiara Ferragni, e o que é mostrado no documentário, é que ela não fez só migrar, ela conseguiu tornar o Instagram (principal rede sociais dos Influencers) uma linguagem de seu trabalho. Isso foi tão relevante que ela começou a ser convidada para sentar na primeira fileira dos desfiles de Moda da Alta Costura.
Esse “lugar” era elitista, somente profissionais da moda, jornalistas do ramo e grandes celebridades sentavam na primeira fila, as Influencers não eram bem vistas pelas marcas da Alta Costura. Essa aproximação com a indústria, ao ponto de ser ouvida por essas marcas, fez com que Chiara ficasse conhecida como a primeira Influencer de Moda.
Chiara cresceu no interior da Itália, a mãe vinha do mundo da moda, sendo uma das grandes referências para ela, especialmente no quesito registrar momentos da vida. Ela tem registros da vida inteira porque a mãe sempre tinha uma câmera ao seu lado, sabendo que isso seria importante um dia.
Embora criada sem muitas regalias, Chiara viajou muito com os pais, o que a fez amar a ideia de conhecer o mundo. O amor pela moda e por compartilhar seus momentos foi acompanhando o amor pelas viagens, além da evolução da internet e suas redes sociais.
Ela começou em uma rede famosa na Itália, depois apostou no Flickr, onde fez sucesso, ganhando seguidores, fãs e haters. Aos poucos ela foi percebendo o alcance que isso poderia ter, conhecendo os blogs que outras meninas que tinham o mesmo perfil dela, então ela criou o dela, o “The Blond Salad”.
A ideia de usar o “blond”, que significa loira, foi para quebrar o preconceito e estereótipo da “loira burra”, com o qual Chiara sofreu muito ao longo de toda sua carreira, mesmo depois de se tornar dona de sua própria empresa.
O “The Blond Salad” cresceu, sendo notada pelas tais marcas de moda, fazendo com que Chiara fosse introduzida oficialmente no mundo da moda. Isso foi acontecendo, mais ou menos, na mesma época em que começou a usar o Instagram e o tonar parte da sua própria linguagem.
Atualmente o “The Blond Salad” não é só um blog, é o TBS Crew, com direito a uma marca própria de roupas, a Serendipity, e parceiras das mais diversas que resultaram, por exemplo, em linhas de maquiagem e até uma linha de café gourmet da Nespresso.
Detalhe (que não está no documentário, porque aconteceu depois), a linha mais recente de cafés de Chiara com a Nespresso foi lançada em meio aos eventos do Festival de Cannes de 2021.
No documentário podemos acompanhar essa evolução dela, bem como suas relações familiares, sua postura como chefe e dona de seu próprio negócio (com os desafios que só uma mulher nesta posição pode entender), o nascimento de seu primeiro filho e seu casamento apoteótico.
Só para vocês terem noção desse casamento, ele foi tão esperado quanto o do príncipe Harry e Meghan Markle. Inclusive, uma das convidadas do documentário fala sobre isso, falando o quão impressionante foi ver essa comparação, entre a realiza tradicional e a realeza da internet.
É impossível ignorar a importância das Influencers de Moda e Chiara Ferragni tem uma grande parcela de responsabilidade sobre isso, e ela carrega isso com a graciosidade de uma rainha.
Até Mais!