Mais caos no mundo – “A Pergunta e a Resposta”
Recentemente um filme passou a ser divulgado com o querido menino aranha, Tom Holland, cujo título é “Mundo em Caos”.
Como muitos, não sabia que se tratava de uma adaptação de um dos livros best-sellers de maior sucesso da atualidade, escrito pelo autor inglês Patrick Ness. Acontece que esse caos todo não caberia em um só filme, a história de Todd Hewitt e de Viola precisava de continuação.
Essa continuação chega no livro “A Pergunta e a Resposta”, publicado no Brasil pela Intrinseca, com tradução de Edmundo Barreiros.
O primeiro livro termina com Todd e Viola fugindo do prefeito Prentiss e de seu filho, Davy, que havia baleado Viola. A ideia era chegar na cidade chamada Refúgio, local onde provavelmente existia relativa paz e estabilidade do Novo Mundo, mas eles não encontraram isso.
O tal prefeito Prentiss chegou primeiro na cidade, usou de seus supostos poderes de persuasão para negociar com o prefeito de lá a entrega da cidade nas mãos daquele que evitaria uma nova guerra, que cessaria qualquer movimento violento, seria a salvação definitiva do Novo Mundo. Então ele se autonomeou de presidente e se tornou novamente um tirano.
Prentiss sabe que tanto Todd quanto Viola são armas secretas para essa evolução toda, ele com suas virtudes e bondade (é incapaz de matar), além do vislumbre do tal poder em seu Ruído, ela pela comunicação com as naves vindas do Velho Mundo com mais colonos.
O plano desse tirano foi separar Todd e Viola. Ele se tornou um prisioneiro que compartilhou “cela” com o ex-prefeito de Refúgio, agora teria que trabalhar lado a lado com o filho do prefeito/presidente, Davy. A ideia era que um fosse influenciado pelo outro, assim Prentiss teria dois guarda-costas para si.
Já Viola teve que ser levada para uma Casa de Cura para se recuperar do ferimento. Lá ela não só se recuperou, como se tronou aprendiz de curandeira da Mestra Coyle, estando, assim, no olho de um novo movimento revolucionário que se levantava discretamente.
Eles dois, Todd e Viola, só queriam se encontrar e procurar comunicação com as naves, mas os destinos deles se mostraram mais complexos, especialmente com a “ajudinha” de Prentiss.
Confira o trailer do filme inspirado no primeiro livro da série “Mundo em Caos”:
As artimanhas dele fizeram que os heróis da história tivessem dúvidas da lealdade um ao outro, fazendo com que Todd se filiasse ainda mais ao seu plano de dominação, mas tudo com muita sutileza.
Ah, o tal movimento liderado pela Mestra Coyle se chamava “Resposta”, fomentado pelas técnicas que as mulheres aprenderam durante a Guerra com os Spackle (povo nem humano nem animal, nativos do Novo Mundo, que também estava sendo explorado). Os ataques delas envolviam bombas em locais estratégicos, sempre deixando um “R” azul no local.
Para barrar esses ataques o prefeitos/presidente Prentiss fundou a Secretaria da Pergunta, local onde mulheres e possíveis homens simpatizantes do movimentos seriam “perguntados” (era um local de tortura à lá Ditatura Militar e afins).
Esse segundo volume de “Mundo em Caos” termina com a ascensão de uma possível nova guerra, com direito a alianças surpreendentes, e muito ainda a ser explicado. Tem um “brinde” do autor, um conto que se passa 13 anos antes disso tudo, quando a Guerra dos Spackle estava iniciando.
Esse conto é a estória de amor entre um garoto humano, que havia chegado no Novo Mundo ainda criança, e uma fêmea Spackle que se encantou com as estórias dos livros humanos. Isso aconteceu no povoado onde a Mestra Coyle era prefeita, antes de chegar em Refúgio, talvez o terceiro volume traga alguma coisa sobre eles.
Apesar de ter começado essa resenha falando do filme “Mundo em Caos”, eu ainda não assisti, mesmo tendo o Tom Holland, Daisy Ridley, Hans Mikkelsen, Nick Jonas, David Oyelowo e Cythia Crivo. Na verdade, só sabia de Holland e Ridley. Também não li o primeiro livro, então foi difícil entender o que era o tal do Ruído, a razão pela qual Viola era chamada de Hildy por um personagem secundário e o que era um Spackle.
Contudo, a forma como essa nova etapa foi se desenvolvendo, com a discrição detalhada da tirania e a infeliz coincidência (ou inspiração) em fatos históricos mundiais, chamou minha atenção e me prendeu à leitura.
Possivelmente a parte mais intrigante foi a relação entre humanos e Spackle, representada pelas tentativas de comunicação entre Todd e o “povoado” que estava sendo explorado por Prentiss. Como Spackle só se comunicam pelo Ruído e no Refúgio (ou Nova Prentisstown) havia uma cura para isso, eles foram silenciados pelo tirano, isso os fez mais revoltados, com foi um desafio para Todd.
Pelo que entendi, essa relação será explorada no terceiro volume da série.
Um detalhe na escrita deixou toda a estória ainda mais dinâmica e interessante, foi a “aceitação” da forma falada do idioma. Todd não tem estudos, ele não sabe ler e fala com alguns erros gramaticais, esses erros são inclusos na escrita dos diálogos, inclusive um desses erros é usado de usado de forma carinhosa por Viola, para demonstrar que nada havia mudado entre eles (confiança, lealdade, amor, tudo estava ali).
O autor pensou nisso e escreveu em inglês (idioma original) dessa forma, achei interessante as adaptações para os erros gramaticais em português, um trabalho muito bem feito.
Até Mais.