Teatro Alfa retoma atividade com estreia online da Temporada Alfa Criança 2020
O Teatro Alfa retoma sua Temporada Alfa Criança, de forma online, dia 19 de setembro, sábado, às 17h30. Serão apresentados três conceituados espetáculos especialmente criados ou adaptados para o ambiente virtual: aos sábados, às 17h30, É Tudo Família! Virtual, premiada peça da Cartasis, que estreou no Teatro Alfa, em 2018; aos domingos, às 17h30, Lolo Barnabé, livre adaptação do livro homônimo de Eva Furnari, da Cia. Circo de Bonecos; e o espetáculo de mágica de Célio Amino, criado durante a quarentena, Cinemágica! Virtual e Interativo!, aos sábados às 18h30. Os ingressos custam R$ 20,00.
Os espectadores receberão também, por e-mail, o programa dos espetáculos, com as informações, curiosidades da produção e uma sugestão de brincadeira sobre o tema ou a técnica utilizada na montagem.
Sandra Aoki, da equipe do teatro, comenta: “Apesar de entender que nada substitui o ao vivo, acreditamos que é muito importante continuar a alimentar a cultura, a criatividade e continuar sonhando. Acreditamos que a linguagem para o ambiente virtual é muito diferente do presencial, uma nova forma de arte que veio para ficar e terá um alcance mais democrático para um público de locais distantes de São Paulo. Por isso a nossa preocupação em escolher produções que tenham o cuidado em oferecer uma nova forma de entretenimento divertida e agradável ao espectador.”
A Temporada Alfa 2020 tem o patrocínio do Banco Alfa e o apoio da Rede D’Or, Whirlpool, Bain Company e Deutsche Bank.
PROGRAMAÇÃO
É TUDO FAMÍLIA! VIRTUAL– Encenada online e ao vivo, como uma sala de aula virtual. Transmissão pela plataforma Sympla, no Zoom. Sábados às 17h30. Ingressos a R$ 20,00.
Prêmio APCA 2018 de melhor espetáculo infantil de texto adaptado, Prêmio São Paulo de Teatro Infantil e Jovem 2018 nas categorias de melhor espetáculo infantil e melhor texto adaptado e indicado na categoria de melhor espetáculo para público infantil e jovem do Prêmio Aplauso Brasil, É Tudo Família!Virtual teve sua encenação adaptada para o ambiente digital. Nesta versão, a sala de aula onde se desenrola a trama foi transferida para o contexto virtual – como acontece hoje com a maioria das escolas que estão fazendo aulas online com os alunos.
A atriz Aline Volpi conta que o processo de mudança para o online exigiu uma adaptação na dramaturgia, no sentido de enxugar o texto. Residentes em Jundiaí, os atores do elenco, cada um em sua casa, ensaiaram de forma remota com o diretor Kiko Marques, que estava em sua casa em São Paulo. Na busca por melhores resultados no vídeo, eles receberam orientação de Marisa Bentivegna em relação à escolha de locais adequados em termos de cenário e iluminação. “Essas mudanças influenciaram a adaptação do texto, afirma Aline, comentando que toda a encenação acontece ao vivo, com o auxílio de um técnico que opera o som e solta a trilha especialmente composta.
Sinopse – Dá pra responder rápida e objetivamente “o que é família”? Davi, Lucas, Lucinha e Júlia têm 9 anos, estão na mesma classe e precisam responder “O que é família?” em forma de seminário para a sala toda e para o professor bem bravo. Eles terão alguns desafios pela frente… Primeiro: por conta da pandemia, as aulas estão sendo on-line, logo, o seminário precisará ser por videoconferência. Segundo: Davi tem uma irmã, um meio-irmão e duas meias-meias-irmãs; tem uma mãe e um meio-pai, um pai e uma meia-mãe, um meio-meio-pai e uma meia-meia-mãe.
Lucas tem uma irmã, um pai e uma mãe; quando briga com a irmã, ele vai pra casa dos avós. Lucinha tem pais que nem se falam; mora só com a mãe; e queria ter um irmão pra brincar. Júlia não tem irmãos, mas tem tudo em dobro. Então, eles não sabem o que dizer: família é um grupo de pessoas com laços de sangue? Ou um grupo de pessoas que moram na mesma casa? Ou um grupo de pessoas que se gostam? Ou um grupo em que há pai-mãe-filhos? Ou é tudo família?
Este é o mote da peça É Tudo Família, livremente inspirada no premiado livro homônimo da autora alemã Alexandra Maxeiner (publicado pela KlettKinderbuch, Leipzig/Alemanha). O que é família? É possível escolhê-la? Laços que se formam a partir de relações não catalogadas ou comumente aceitas podem levar esse nome? Se não, qual nome dar aos cada vez mais diversos tipos de união que existem? Seriam uma espécie de “genérico” de família? Receberiam o nome do seu princípio ativo, nesse caso, “Amor”?
LOLO BARNABÉ – Encenada no palco do teatro ao vivo, com trechos pré-gravados. Transmissão pela plataforma Sympla, no Zoom. Domingos às 17h30. Ingressos a R$ 20,00.
Encenada no palco da Sala B, carinhosamente chamada de Alfinha, a peça Lolo Barnabé conta com trechos ao vivo e outros pré-gravados (captados com três câmeras, durante ensaio no teatro, na primeira semana de setembro), e editados posteriormente. Assim, toda semana o elenco estará no tablado, de onde será transmitido o espetáculo. Técnicos de luz e som darão o suporte. Apenas uma câmera, em plano aberto, fará a captação das imagens ao vivo.
De acordo com o ator e diretor Claudio Saltini, na adaptação para o digital o texto dramático precisou ser refeito. Para não cansar o espectador, explica ele, o roteiro das cenas e falas ganhou mais agilidade”, diz, animado com a possibilidade de atingir o Brasil todo.
Ele acredita ser essa uma linguagem veio para ficar. “Dá uma trabalheira danada, mas é bem divertido filmar, e entender esse formato. Claro, estamos criando uma nova linguagem: não é Teatro, não é cinema, mas é bom! Essa linguagem veio para ficar! O presencial é encantador, sempre existirá e nunca haverá nada que o substitua.”
Para obter resultados em termos de qualidade, o grupo testou iluminação de vídeo para criar texturas de cinema e ousou na forma de narrar, usando a cumplicidade da câmera em alguns momentos, quando o personagem se dirige ao espectador, isto é, como se estivesse falando com ele.
Saltini optou por um cenário formado por caixas de madeira em diversos tamanhos, usadas como símbolos para representar todos os objetos que os personagens vão inventando durante a história – a casa, a mesa, as cadeiras, a cama, o controle remoto da televisão. Eles vão acumulando coisas no decorrer da trama. “A brincadeira da arte é quebrar o realismo”, diz Claudio sobre a montagem.
A virada da peça acontece quando a grande pilha de caixas cai, e os personagens se percebem infelizes. Os personagens não negam a modernidade, mas arrumam um jeito de resgatar o que resta de humanos neles próprios. “A pandemia é uma casa que caiu”, reflete o ator e diretor, fazendo um paralelo com as consequências da pandemia. “A peça é absolutamente atual, que diverte o espectador e ao mesmo tempo chama para a reflexão, pois o mundo nunca mais será como era.”
A montagem da Cia Circo de Bonecos tem o aval da escritora Eva Furnari, autora do texto em que a peça se baseia. “A companhia fez uma adaptação super bacana. Exploram aspectos muito interessantes e vão até muito além do livro. Vale a pena vocês verem”, recomenda.
Sinopse – A história conta a vida de Lolo, um sujeito criativo e inteligente que nasceu há muito tempo, na pré-história. Casou-se com Brisa e juntos tiveram um filho: Finfo Barnabé. Eles eram muito felizes… mas nem tanto! Moravam numa caverna, um lugar úmido e escuro. Então, a família Barnabé começou a inventar um monte de coisas para o conforto e a felicidade de suas vidas. Afinal, conforto é bom demais!
Nessa busca pelo conforto algo saiu errado: o excesso de invenções e a falta de tempo trouxeram problemas para os Barnabés. E assim, viveram cada vez mais infelizes… Mas como eram pessoas inteligentes e criativas, acabaram inventando um jeito de reencontrar a felicidade.
O aumento populacional e o consumo desenfreado há tempos vem gerando problemas que se tornam cada vez mais críticos. Esse contexto faz parte de um sistema que necessita ser repensado para uma mudança urgente e global. Lolo Barnabé, uma adaptação livre do livro Lolo Barnabé de Eva Furnari, abre o debate sobre o consumo consciente.
“A sutileza cenográfica associada ao jogo clownesco dos personagens contribui para aprofundar o tema que o livro propõe. Lolo Barnabé é uma dessas raras histórias que diverte ao mesmo tempo em que faz pensar. Durante todo o espetáculo a plateia se diverte com as invenções dessa família e no final se emociona com o desfecho poético da história. Em um momento em que a palavra de ordem é sustentabilidade, levar adiante a mensagem do Lolo Barnabé é de fundamental importância para adultos e crianças”, finaliza Claudio Saltini.
PROJETO ESCOLA ONLINE
Lolo Barnabé terá também a versão para o Projeto Escola, que, além do espetáculo, oferecerá aos professores, sugestões de atividades pedagógicas que podem ser abordadas antes e depois do espetáculo, especialmente criadas pela pedagoga e curadora Paula Zurawski, para enriquecer a experiência teatral. Dia 17 de setembro, 18h, haverá uma sessão para apresentação do projeto para os professores, coordenadores e diretores de escolas convidados. Esta atividade extracurricular (espetáculo com as sugestões pedagógicas) pode ser adquirida pelas escolas para um trabalho em grupo com os alunos.
___________________________________________________________________
CINEMÁGICA! VIRTUAL E INTERATIVO ! – Encenado ao vivo da casa do ator, com inserts pré-gravados. Transmissão pela plataforma Sympla, no Zoom. Sábados, às 18h30. Ingressos a R$ 20,00.
É a versão para crianças de O Presente de um Passado Futuro?, criado durante o período de isolamento para o ambiente virtual ao vivo e pioneiro na utilização de recursos de realidade aumentada e técnicas cinematográficas. A necessidade de ritmo mais ágil, resultou em quase um efeito de mágica ou efeito especial por minuto de espetáculo e em um texto mais enxuto.
Retomando a relação dos mágicos com o audiovisual, iniciado com George Méliès, ilusionista francês e precursor dos efeitos especiais no cinema, um dos personagens da apresentação, Célio incorporou a lógica cinematográfica e televisiva de edição para criar momentos nos quais o espectador fica em dúvida se ele está ao vivo ou gravado. O espectador inclusive interage com o ator para tentar tirar esta dúvida. Usa também referências a virais do Tik Tok, surpreendendo ainda mais aqueles que os conhecem, pela adição de novas camadas de surpresa.
Onde está no momento a fronteira entre mágica e tecnologia? As crianças se divertirão, interagirão e sairão interessadas em saber mais sobre o funcionamento do olho, a mágica e as novas tecnologias. Os adultos e adolescentes serão surpreendidos com o vislumbre de novas possibilidades dentro do que já conhecem do ambiente virtual.
Brasileiro, 50 anos, é mágico profissional há 30 anos. Começou a se envolver com mágica aos seis. Formado em Física pela USP, é fundador da Magicorp, uma das maiores empresas de ilusionismo da América Latina. É autor da peça Além da Mágica e Wakatta, esta última toda falada em japonês.