Christian Figueiredo por Christian Figueiredo – Trilogia “Eu Fico Loko”
Todos os dias surgem mais e mais influenciadores digitais, alguns surgem de uma das plataformas mais usadas no mundo, o YouTube. Muitos deles, com pouco tempo de fama, surgem com biografias e frases motivacionais.
Quando eu recebi os três livros de Christian Figueiredo eu pensei que seria esse tipo de livro, fiquei até um pouco desanimada, confesso. Mas aos ler os livros quebrei a cara, cheguei até a me emocionar com algumas passagens.
Para falar a verdade, eu só conhecia o moço por nome mesmo, não sigo o canal dele, mas já tinha ouvido falar dele, especialmente no começo de outro canal, “O (Sur)Real Mundo de Any Malu”. Lembro que Christian era a paixonite de Any Malu, ele até ganhou versão animada por isso!
Se você não conhece Christian Figueiredo, ele é um dos maiores youtubers do Brasil, seu canal, “Eu Fico Loko” surgiu por volta de 2013. Ele se tornou uma figura pública e um dos primeiros influenciadores digitais.
A ideia do livro foi mostrar algumas histórias muito loucas do cara por trás das câmeras, muito antes de ele imaginar que seria quem é hoje. Na verdade, quem ele já era entre os anos de 2015 e 2016, anos em que os livros foram publicados, todos pela Editora Novas Páginas.
Lendo os três livros em sequência, como eu fiz, é possível ver a evolução desse moço como escritor mesmo. Ele começo bem adolescente, usando o livro como um diário, falando de suas inseguranças, ideias malucas e desejos para a vida. Já no terceiro livro, pode-se ver um cara mais adulto, consciente do que faz e do que representa.
O primeiro livro tem o subtítulo “As Desventuras de Adolescente Nada Convencional”, o que justifica o estilo da escrita. Nesse livro ele fala do começo da adolescência, começando com uma declaração da mãe dele.
A história mais bizarra desse primeiro livro, que eu chorei de rir imaginando a situação, foi a narração dele de uma viagem que com três amigos para a casa de campo de deles. Seguinte, quatro adolescentes, naquela fase que faz as coisas escondidas e quer se embebedar em todas as oportunidades que estão longe dos pais.
Na verdade, três, porque Christian nunca gostou de embebedar (segundo ele mesmo).
Então, esses quatro moços, por volta dos 14 anos, com litros de vodka. Eles resolveram beber logo no primeiro dia, o resultado foi um quase sóbrio (Christian) tentando cuidar de um cara em quase como alcóolico, o outro quase desmaiado no sofá e o outro louco se achando invencível e atravessando a porta de vidro e sobrevivendo a isso.
Ao ler a história dá para lembrar daquele filme, “Se Beber Não Case”, faltando só o leão no banheiro e o bebê desconhecido.
O segundo livro tem como subtítulo “As Histórias que Tive Medo de Contar”, com introdução do pai dele. Nesse tem histórias hilárias também, mas tem uma bem emocionante.
A história emocionante tem a ver com um amigo que o convidou para um rolê estranho, envolvendo drogas e álcool. Resumindo, esse amigo dele se envolveu em uma briga, sofreu uma surra e já estava entrando em coma alcóolico, Christian acabou o levando para um hospital já bem mal.
Ele salvou o amigo e ainda conseguiu mostrar aos pais dele que ele estava assim por algum problema com eles.
Outra história, essa engraçada, foi quando ele se achou o próprio Leonardo DiCaprio em “Prenda-me Se For Capaz”, falsificando um convite de uma festa de 15 anos de uma menina que ele nem conhecia. Ele só queria se sentir espião e ser penetra em uma festa.
O convite ficou quase perfeito, ele e o amigo conseguiram entrar na festa, curtiram 15 minutos de festa e foram expulsos pelos seguranças da festa.
O terceiro livro tem o subtítulo de “O livro Secreto dos Bastidores”, com a introdução da irmã, 07 anos mais velha. Nesse ele trouxe histórias dele já como alguém famoso, dos tours de lançamento dos livros, e tem uma história que eu me senti no lugar dele.
A primeira é com um ídolo meu, na verdade, um ídolo da minha geração (eu tenho 27 anos e Christian tem seus 25, então estamos na mesma geração), Maurício de Souza. O segundo livro de Christian foi lançado na Bienal do Livro de São Paulo, em 2015, evento em que também recebia o pai da Turma da Mônica.
A surpresa foi que o próprio Maurício de Souza chamou Christian para o conhecer. Ele diz que quase não acreditou que aquilo fosse verdade, e eu entendo, eu teria me beliscado toda para ter certeza que não era um sonho. O melhor foi a história que ele compartilhou.
Quando a mãe de Christian era pequena ela tinha uma gatinha, que teve alguns filhotes e ela não poderia ficar com eles, então ela colocou um anúncio no jornal dizendo que estavam a venda. Um dia um tal de Maurício de Souza apareceu na porta da casa dela, com a filha, Mônica, interessado em comprar um filhote.
Christian disse que contou essa história para Maurício de Souza e pensou que ele não tinha lembrado disso, que só foi educado em ouvir. Só que, alguns minutos depois, disse que o gatinho serviu de inspiração para Mingau, o gatinho de Magali nos quadrinhos.
Imaginam isso? Descobrir que uma história de infância da sua mãe se tornou em uma história de Maurício de Souza?!
Juro como me emocionei em ler essa história. Na verdade, muito do terceiro livro é emocionante, porque é possível entender de verdade o trabalho que dá ser uma pessoa pública.
Para quem o segue no canal do YouTube os três livros têm um recurso interessante, ele escolheu uma história de cada livro para ligar com algum vídeo do canal. No primeiro ele começou a contar uma história e deixou um QR Code que direciona para o vídeo em que ele continua a história, já no último livro ele continua uma história que começou em um dos vídeos.
Achei bem interessante esse recurso, ele conseguiu que seus dois “locais de trabalho” conversassem, atraindo o público de um para o outro.
Até mais!