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FILMES CRÍTICAS

Frozen 2: magia e revelações estão unidas à aventura.

Frozen 2: magia e revelações estão unidas à aventura.
  • Publicado em: janeiro 1, 2020

Não há o que questionar. Frozen foi um sucesso indiscutível que atraiu pais e filhos, adultos e crianças de todo o mundo para vivenciar a experiência de conhecer Arendelle e as irmãs Elsa e Anna. A canção “Let it go” virou um hit mundial e praticamente todas as festas de meninas do planeta tinham o tema “Frozen” como destaque. Ah! Não posso esquecer de destacar que o Oscar  (2014) foi marcado pela presença do longa que ganhou os prêmios de Melhor Animação e Canção Original.

A pertinência dessa animação se expandiu até chegar ao mundo das séries como Once Upon a Time onde inseriram Elsa e Anna na trama; adicionemos o curta-metragem Frozen – Febre Congelante, livros, brinquedos, cosplays e uma infinidade de produtos relacionados à história. A bilheteria mundial consagrou a animação na 15ª posição da lista dos maiores sucessos da história, após chegar a uma arrecadação de pouco mais de 1 bilhão e 276 milhões de dólares. Triunfo inquestionável!

Seis longos anos se passaram até que chegássemos ao aguardado momento da estreia de Frozen 2. Na verdade, no Brasil essa estreia só acontecerá em janeiro de 2020, mas já há um enorme público que curtiu e se emocionou com essa nova aventura das irmãs, de Olaf, Kristoff e demais personagens dessa fábula gelada que a Disney nos trouxe.

Nosso site teve o privilégio de assistir à cabine de imprensa para contemplar e se divertir (muito antes até mesmo que o pessoal da CCXP 2019) com a continuação da história e vamos passar algumas impressões para vocês através deste post. O que podemos adiantar? Que o filme é lindo, dinâmico, com um trama bem elaborada, musical e com um apuro gráfico muito maior que seu antecessor.

Querem descobrir mais? Continuem conosco após o trailer…

Novos elementos e a ampliação de velhas histórias.

Alguns pontos ficaram obscuros no primeiro longa de animação. Qual seria a origem dos poderes de Elsa? O que realmente aconteceu aos pais dela e de Anna? Há outros capazes de controlar os elementos, tal como a própria rainha do gelo o faz? As respostas a essas perguntas (e outras) estão presentes na trama e foram inseridas com maestria.

Mais do que uma simples continuação, Frozen 2 tem a difícil missão de manter o enorme público interessado na trama nova, assim como preservar aquilo que ocorreu na história inicial. E aos que pensam que essa seria uma tarefa simples, basta lembrar que são raras as continuações que mantêm a qualidade do longa original. Frozen 2 manteve e até ampliou o encanto da trama de 2013.


Humor.

Antes de falarmos das canções (este é um longa quase musical… quase), precisamos abordar um dos pontos altos da trama: o humor. Ao contrário do que poderíamos pensar, o humor não foi infantilizado a ponto de incomodar um público certo, os pais. Com muita inteligência e até mesmo um certo apelo à memória destes mesmos pais, Frozen 2 traz em sua narrativa cenas divertidíssimas que incluem praticamente todas as principais personagens, mas que tem destaque principal em Olaf e, ainda, há uma canção – na verdade um videoclip – onde Kristoff nos remete aos clips como Show Me The Meaning Of Being Lonely (Backstreet Boys), She´s like the Wind (Patrick Swayze) e All Out of Love (Air Supply).

Canções.

Não esperem por outro hit do porte de Let it Go, até mesmo por que essa música foi “trabalhada” por meses antes do lançamento da animação. Mesmo assim há muitas canções bonitas, divertidas e que complementam perfeitamente a obra, sejam as versões originais ou as dubladas.

O Enredo.

Frozen 2 narra a continuidade das vidas de Elsa, Anna, Kristoff, Olaf e Sven após os eventos do primeiro longa. Mas o filme não se resume a dar sequência aos fatos que já havíamos visto. Na verdade, o roteiro de Jennifer Lee (que também é diretora) e Allison Schoroeder busca esclarecer alguns pontos primordiais da obra inicial, sobretudo a origem dos poderes de Elsa e um pouco mais de destaque para o passado das irmãs com seus pais (mortos em um acidente marítimo).

A história conta o passado da própria Arendelle onde, por sede de poder e desconfiança, o líder comete um ato lamentável contra o povo considerado inimigo. Esses atos de violência geram a raiva dos principais elementos da natureza que se voltam contra ambos os povos. A partir deste ponto, a chamada Floresta Encantada é isolada de Arendelle, assim como os “inimigos” da cidade e os próprios guerreiros de Arendelle somem.

Nessa mesma floresta ocorre um fato inusitado de vital importância para os pais de Anna e Elsa, mas isso caberá a vocês descobrirem ao assistir ao longa.

Longos anos se passaram. Já estamos diante da realidade onde Elsa é a rainha e Anna a princesa de Arendelle. Ambas estão felizes e nutrem um amor incondicional por seu povo. Entretanto há algo que “chama” por Elsa, uma voz melodiosa que será vital quando eventos estranhos e uma força sobrenatural colocarem a cidade em perigo. Diante desta convocação, Elsa e seus amigos partem para uma jornada de descobrimento, aventura, perigos e superação. Uma jornada que revelará segredos obscuros, a história dos pais delas, a força de suas vontades e o poder que só a amizade e o amor unidos têm.

Boato acerca da sexualidade de Elsa.

Muito se questionou e muito foi dito sobre a sexualidade de Elsa. Alguns queriam que ela conseguisse ser feliz ao lado de um homem, outros desejavam vê-la feliz ao lado de uma mulher e há os que não se importaram com a vida livre de compromissos dela. Eis o que a Disney fez – corretamente- sobre tudo isso…

Ao invés de dar ouvidos aos pedidos de grupos que buscam “representação”, a Disney optou por manter Elsa como uma mulher independente, resolvida e que considera seu dever como rainha algo muito mais importante que a vida conjugal. Não há insinuações sobre uma opção de ser eternamente solteira ou que ela seja lésbica, apenas a situam como uma mulher que prioriza o bem estar do próximo, despreocupada com o amor pois, afinal, ele ainda não chegou.

A vida sexual dela, algo muito próximo de um celibato, não mudará sua vontade em servir ao próximo, porém sem significar que isso permanecerá até o fim de seus dias. O amor virá, seja ele qual for, mas o momento é de dar suporte à irmã, aos súditos e ao território que rege. Essa é a decisão dela – a personagem – até o momento, esta é a decisão correta da Disney que não quis polemizar ou chocar os conservadores e liberais.

Dublado ou legendado?

Esse é um ponto de pouca controvérsia. As duas versões são excelentes. Gosta das vozes originais ou quer treinar sua audição em inglês? A versão legendada é a ideal para você. Quer assistir com seus filhos e curtir as vozes dos dubladores brasileiros – os mesmo do primeiro longa – e não ter preocupação com a leitura dos diálogos e a perda de alguma passagem importante? A versão dublada é a ideal para você.

Poderes.

A origem dos poderes de Elsa é revelada. Isso, contudo, não é o melhor ponto da personagem no filme. O que realmente marca são as cenas onde a rainha de Arendelle atravessa obstáculos e conduz um elemental da água. O vínculo entre as irmãs é posto à prova quando Elsa precisa chegar não apenas ao cerne de seus poderes, mas a um passado que sua família preferiu esquecer.

Quanto a este passado, o que permanece é a seguinte lição: os erros de nossos parentes não são determinantes para que erremos também. Somos o dono de nosso destino.

Elementais.

Dois elementais ganham destaque na trama: o elemental do fogo e o da água. Ambos são interessantes em perspectivas diferentes. Ao passo que um é engraçado e “fofinho”, o outro é poderoso, praticamente indomável e de um porte incomum. A rainha Elsa lida com os dois e eles serão vitais em sua jornada pela verdade. Novamente ela descobre que qualquer caminho é mais facilmente trilhado quando temos pessoas que nos amam e apoiam.

Aprimoramento técnico.

Creio que concordamos quando é afirmado que o primeiro Frozen é um longa de animação primoroso, tanto no quesito roteiro como também na parte técnica, sobretudo no visual e na recriação dos ambientes congelados que estão presentes em boa parte da história.

Contudo, todo este apuro e tecnologia usadas ganham mais força e qualidade. As cenas aquáticas são lindas, o gelo é de um realismo assustador. Folhas, tecidos, as peles… tudo está em um patamar acima do antecessor. A trama ganha em impacto ao usar uma narrativa mais tensa, forte, dramática e com revelações que quebram teorias da internet. Uma obra feita para adultos e crianças.


Com grandes poderes…

Grandes poderes podem ser uma benção, desde que usados com sabedoria. O que fica claro após o término de Frozen 2 é que ter poder é bom, porém ter quem amamos por perto é muito melhor.

E por falar em grandes poderes, parabéns à Disney que acertou ao trazer uma trama acessível a todos, dramática em momentos certos e suave quando deve ser. Honestamente, eu gostei mais deste filme do que do primeiro, pois todos os pontos fortes do longa original foram ampliados neste (exceto o já citado “hit” musical).

Aproveitem esta aventura e divirtam-se ao lado de quem amam. Afinal, amar e ter por perto quem amamos é uma das melhores lições desta nova obra-prima da Disney.

Written By
Franz Lima

Escritor de contos de terror e thrillers psicológicos, desenhista e leitor ávido por livros e quadrinhos. Escrever é um constante ato de aprendizado. Escrevo também no www.apogeudoabismo.blogspot.com