Crítica | Playmobil – O Filme
Em meados dos anos 70 a empresa alemã Bradstatter se viu num dilema: devido à crise do aumento petróleo sua linha de brinquedos de plástico passou por um baque que quase acabou com sua produção. Mas alguém teve uma luz e resolveu literalmente minimizar o problema. A fábrica começou a produzir brinquedos menores, quase miniaturas. Então seus bonecos, carros, cenários em versão diminuta fizeram com que os bonecos Playmobil realmente se transformassem em sucesso no mundo inteiro, provocando uma febre no globo dos versáteis brinquedinhos de plástico. No Brasil logicamente não foi diferente: franqueadas pela empresa Troll de propriedade de Dílson Funaro, que de presidente do BNDS, a convite de José Sarney, se tornou ministro da economia sendo um dos papas do ilusório Plano Cruzado em 1986. Plano que fez o brasileiro gastar e achar que tinha dinheiro, mas enfim estamos falando de Playmobil e graças a Troll o sonho de vários brasileirinhos e brasileirinhas virava realidade nos pequenos bonecos de plástico que simulavam forte apaches, navios piratas, lanchonetes, batalhas romanas e vikings e faziam todos brincar de Playmobil. Sucesso mundial, e que apesar de certa demora, uma história inspirada nos famosos bonecos enfim chega às telas como um mix de animação e realidade nas mãos do diretor Lino Di Salvio com Playmobil – o Filme (Playmobil – the Movie).
O filme nos apresenta a história de dois irmãos. Marla (Anna Taylor Joy) e Charlie (Gabriel Bateman). Ela é uma menina ávida por viagens e experiências, ele é um menino apaixonado pelos Playmobil. Devido a uma fatalidade pessoal a menina tem que deixar seus sonhos de lado e cuidar de sua vida e de seu irmão. Até que um dia Charlie foge de casa e encontra um local com diversos cenários de Playmobil numa espécie de loja de brinquedos, Marla vai atrás dele e os dois são transportados para um mundo de animação se transformando em bonecos e enfrentando os perigos de cada mundo e cenários diferentes do universo dos pequenos brinquedos.
Vindo na onda de animações do Lego transpostas ao cinema, essa simpática adaptação do gigantesco universo dos bonecos de plástico vem em boa hora para animar as crianças e despertar a inocência dos nostálgicos. É sabido que o Playmobil foi uma febre no Brasil bem antes do Lego. Seus cenários diversos de brinquedos despertavam desejo em crianças que sonhavam em ter e completar suas coleções – esses, com certeza, não irão se desapontar com o filme. O roteiro é bem redondinho com uma história ingênua e extremamente mágica feita sob medida para agradar ao público sessão da tarde de hoje em dia. Uma história de irmãos unidos, uma aventura de primeira com tensão e perigo, canções pegajosas e uma belíssima animação fazem do filme uma experiencia divertida de passar de pai para filho a importância do que foi o Playmobil na vida de muita gente. Estão lá os barcos piratas, os trailers de lanchonete, os vikings, os castelos medievais e fadas encantadas, reino de dinossauros, robôs, soldados romanos, personagens de velho oeste, enfim toda a magia dos brinquedos está ali representada na história. Aliás, animação caprichada com detalhes clássicos como as barbas e cabelos característicos dos bonecos ali muito bem recriados sendo um ponto essencial para os fãs dos brinquedos.
Playmobil – o Filme, não faz uma revolução nas animações, longe disso, é um filme bem definido, uma história bem dividida, quadradinha e tem como mérito exatamente isso, ser um filme simples, direto, ingênuo às vezes, mas que funciona bem no que veio, tem tudo para agradar aos pais que brincaram muito de Playmobil, quanto aos filhos que podem se encantar com o incrível universo rico em cenários, personagens e o principal intuito dos brinquedos que há quase 50 anos conquistaram o mundo: contar histórias, isso o longa consegue e muito bem.
Sinopse – Playmobil – O Filme: Quando seu irmão mais novo, Charlie, inesperadamente desaparece no universo mágico e animado de PLAYMOBIL®, Marla deve embarcar na maior aventura de sua vida para trazê-lo de volta para casa. Enquanto se aventura numa fantástica jornada por incríveis novos mundos, Marla encontra amigos corajosos e inesperados: o caminhoneiro Del, o agente secreto e carismático Rex Dasher, um robô rebelde, uma fada madrinha extravagante e muitos mais. Nesta vibrante aventura, Marla e Charlie percebem que não importa onde a vida os leve. É possível conseguir qualquer coisa quando se acredita em si mesmo!
Ficha Técnica
Diretor: Lino DiSalvo
Roteirista: Blaise Hemingway, Jason Oremland, Greg Erb
Duração: 89 minutos
Classificação indicativa: Livre
Gênero: Animação | Infantil