“Eu não sou o homem que eles pensam que sou em casa”
A cinebiografia de Elton John pode ser traduzida por esse trecho da música Rocketman.
Um musical pitoresco em alguns momentos, com mudanças em sua fotografia, nuances que tornam esse filme uma composição com seu ritmo e batidas ao estilo do músico.
Reginald Dwight cresceu em uma família desestruturada. Seu pai, Stanley Dwight, era um veterano de guerra e nunca demostrou afeto pelo garoto, o tratando com indiferença e despejando preconceito em tudo o que ele fazia. Stanley estava sempre ausente, mesmo quando presente e, apesar de ser músico, nunca demonstrou orgulho pelo trabalho de Elton, mas agia completamente diferente com a outra família que teve ao abandoná-lo aos 15 anos.
Quando Elton começou sua carreira conheceu John Reid que, pelo filme, podemos entender como um homem abusivo e que se aproveitava por ser amante e empresário, sendo obrigado a fazer diversos shows sem descanso e até a esconder sua homossexualidade.
A busca pela aceitação e pelo amor que nunca teve marcaram a sua vida, o que o tornou um viciado e a partir disso, vemos um paralelo entre o garoto tímido e o personagem excêntrico. Só que, claro, Elton John não poderia perder a oportunidade de dar uma bela de uma cutucada no fim do filme para que possa mostrar como está bem e feliz.
Porém, a única falha é numa mudança no ritmo para acelerar a história, o que tirou um pouco do que eu esperava ter mais emoção, que é quando Elton chega ao colapso, próximo de sua auto destruição.
É um filme que deverá agradar muito mais aqueles que conhecem as músicas do cantor e provavelmente causará polêmicas, pois o cantor não permitiu que cortassem as cenas de sexo ou amenizassem o uso de drogas.
Só que se você não gosta ou não conhece as músicas do Elton John, aproveite e dê uma chance.
O filme está lindo e é muito importante para as pessoas entenderem que por trás de todo personagem existe uma pessoa que como todos nós, precisa ser amado.