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FILMES CRÍTICAS

Líder psicopata – “A Infância de um Líder”

Líder psicopata – “A Infância de um Líder”
  • Publicado em: janeiro 17, 2019

Ainda existem questões das Grandes Guerras Mundiais que ainda não foram esclarecidas, surgindo assim suposições de como teriam ocorrido ou se teriam ocorrido de fato. Ao chegarem nas mentes brilhantes de autores e cineastas de Hollywood, tais suposições transformam-se em obras, sejam de drama, de ficção, romances românticos ou de terror.

O longa “A Infância de Um Líder” (“The Childhood of a Leader” – 2016) tem como cenário as negociações do Tratado de Versalhes, ferramenta que enterrou de vez a Primeira Guerra Mundial. Sabe-se que não foi uma época fácil, a Europa estava praticamente devastada e tinha urgência em dar a volta por cima, os EUA queriam ser protagonistas de qualquer forma e muitos inocentes sofreram neste meio tempo.

O jovem Prescott teve que sair de seu país, os EUA, porque o pai foi enviado para a França, sua missão era participar das negociações de Versalhes, ele era o enviado especial do presidente estadunidense Woodrow Wilson. A sua mãe, filha de uma família que participava de missões pelo mundo, falava três línguas e conhecia um pouco de tudo, mas não conseguia se adaptar ao novo comportamento do filho diante de tudo aquilo.

A única coisa que a mãe pensava que poderia ajudar Prescott neste momento era a Igreja, levando o garoto às missas e o fazendo participar dos eventos junto com as outras crianças. Ele até tentava, tinha aulas particulares de francês e se dedicou as leituras, mas algo o incomodava muito, fazendo-o se tornar rebelde e cometer alguns atos tidos como loucos, preocupando seus pais.

Não deixava ninguém cortar seus cabelos, logo todos achavam que se tratava se uma menina (aborrecendo o pai), era introspectivo, poderia até ser grosseiro com quem não merecia, inclusive com sua mãe. A única a quem ele obedecia era a babá, apesar do pouco tempo de convivência.

Depois de alguns meses nessa situação ele chegou ao limite, cometendo um crime inexplicável. Ao crescer se tornou um dos líderes mais temidos da Segunda Guerra Mundial (não especifica se o personagem é real ou não).

No elenco estão Bérénice Bejo (conhecida pelo filme “O Artista”), Liam Cunningham, Stacy Martin, Yolande Moreou, Tom Sweet, Sophie Lane Curtis, Robert Pattinson (o eterno Edward Cullen da Saga Crepúsculo).

Esse filme tinha tudo para dar certo, tudo mesmo. Como comentei no começo, essa época da história tem muito a trabalhar, muitas histórias podem ser resgatas ou construídas. Até mesmo pela tensão que existia e os mistérios que rondam, é possível fazer excelentes filmes de terror.

Mas não é o caso de “A Infância de Um Líder”, infelizmente.

O filme é lento, confuso, escuro demais, mas dá para entender qual a razão da rebeldia de Prescott. Em alguns momentos o comportamento dele parecia mais uma possessão, algo de filme de terror mesmo, mas nada é explicado, fica tudo muito solto na trama.

A participação de Robert Pattison pareceu apenas para chamar o público, ele aprece em duas ou três cenas, incluindo a final. A ideia (eu acho) era que ele aparecesse primeiro como um amigo da família, sofrido pelas consequências da guerra, já viúvo, sozinho no mundo, depois ele aparece como o Prescott adulto, já como o líder. Mas isso você só entende bem no final, possivelmente só quando for ler alguma coisa sobre filme ou se o rever.

Como nem tudo é ruim nessa vida, sempre tem um detalhe bom, devo elogiar a atuação de Bérénice Bejo. Ainda estava com a imagem dela do outro filme, “O Artista”, aquela atriz em começo de carreira, corajosa e ousada, mas ela se apresentou exatamente como essa mãe religiosa do futuro líder (psicopata, diria eu), dentro daquele padrão no final da década de 1910.

Quer conferir? É fã de Robert Pattinson ou de Bérénice Bejo? Gosta de filmes ambientados nessa época histórica? Assista, até porque alguém pode ver algo de bom que eu não consegui ver (diz nos comentários se encontrou). Mas com certeza há outras obras melhores que mostrem a época e outras obras com esses atores que são bem melhores.

Beijinhos e até mais. 

Written By
Nivia Xaxa

Advogada, focada no Direito da Moda (Fashion Law), bailarina amadora (clássico e jazz) e apaixonada por cultura pop. Amo escrever, ainda mais quando se trata de livros, filmes e séries.

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