“Nuvens de Algodão”, da editora Âyiné, chega às livrarias brasileiras em outubro
Do cineasta, poeta e fotografo iraniano Abbas Kiarostami e traduzido para o português por Pedro Fonseca, “Nuvens de Algodão” chegará ao Brasil pela editora Âyiné em outubro.
Traduzido diretamente do persa pelo diretor editorial da Âyiné, Pedro Fonseca, “Nuvens de Algodão” apresenta uma antologia de haikus de Kiarostami. Com uma escrita marcada pela leveza e ao mesmo tempo profunda, o poeta retrata seu país, os costumes, as paisagens, a fauna e a flora, a passagem do tempo e a mudança das estações. Ele fala, sobretudo, da simplicidade e da beleza da vida cotidiana:
“Uma mulher de cabelos brancos observa as flores da cerejeira: Haveria chegado a primavera da minha velhice?”
O livro é uma compilação de poesias iranianas, haikus, nas quais o autor retrata o seu país, sua cultura e seus costumes, tudo com simplicidade de beleza. Percebe-se o quão talentoso Kiarostami é para as artes da fotografia.
“Nuvens de Algodão” foi lançado no começo de 2018, mas editora planeja trazer mais obras do autor em 2019.
Livro: Nuvens de Algodão
Autor: Abbas Kiarostami
Tradução: Pedro Fonseca
Capa: Julia Geiser
Páginas: 189
Preço: R$ 59,90
O livro apresenta uma poética das pequenas coisas que encanta, confirmando o extraordinário talento de Kiarostami para além da sétima arte. A composição poética do autor revela o seu olhar atento de quem também é fotógrafo e cineasta. Ele captura momentos preciosos, permitindo ao leitor visualizar – e por que não sentir – a brancura do amanhecer e uma paisagem nevada.
“A poesia de Kiarostami é a continuação natural e evoluída do seu cinema. A essência de sua poesia tem a mesma simplicidade, sinceridade e precisão. Nesse sentido, chega a níveis que não necessariamente poderia chegar no cinema”, define o intelectual iraniano Mortezá Kaji.
Após concluir a licenciatura em Belas Artes pela Universidade de Teerã, sua cidade natal, Kiarostami resolveu dedicar-se à cinematografia, tornando-se um dos mestres do cinema mundial. Por seu trabalho como cineasta, o poeta conquistou diversos prêmios internacionais, entre os quais a Palma de Ouro de 1997, pelo filme “Gosto de Cereja”, e o Leão de Ouro do Festival de Veneza de 1999, por “O Vento nos Levará”. Segundo os críticos, o poeta iraniano não se enquadraria em nenhum tipo de cinema inventado, mas apenas no seu próprio – algo como um “kiarostamismo”.
Para 2019, está nos planos da Âyiné a publicação de outros livros de Kiarostami. A editora planeja ainda publicar antologias de poetas clássicos persas organizadas pelo autor.