Breaking Bad – O filme. Mad Max Black & Chrome. Logan Noir… Para quê?
Texto: Franz Lima.
Algumas pessoas gostam de ser enganadas. Ganhar dinheiro com boas obras é mérito de quem as faz, mas há produtos que enganam os consumidores. No nosso caso, cinéfilos, um remake mal feito ou as versões alternativas geralmente são apenas mais uma forma de tirar dinheiro do amante da Sétima Arte. O amante tolo…
Os casos mais recentes e absurdos foram – internacionalmente – o “longa-metragem” de Breaking Bad, a versão Black & Chrome de Mad Max – Fury Road e Logan (que recebeu o subtítulo “Noir”).
As duas versões são apenas embuste e em nada acrescentam aos filme (Mad Max e Logan) e à série (Breaking Bad).
A versão Black & Chrome de Estrada da Fúria é um desperdício. Nada, absolutamente nada é alterado ou melhorado na trama. A única diferença está nas cores do filme que ganha traços de obra antiga com a substituição do branco por uma tonalidade cromada. A questão é: se o diretor quisesse uma versão assim, ele não a teria filmado inicialmente dessa forma? As tonalidades e a beleza das cores dos cenários são suprimidos nessa versão. Todo o esforço de George Miller é descartado com essa película alternativa, voltada exclusivamente para o lucro através dos fãs que querem a “edição especial”.
Logan Noir pega carona nas HQ homônimas, mas ao contrário das graphics novels, nada há de novo. O que foi feito, basicamente, é a remoção das cores e – novamente – nada foi adicionado à trama. Em resumo, pegaram um ótimo filme e tiraram a cor, coisa que você pode fazer através do controle remoto da sua televisão, sem que isso implique em pagar 70 reais no Blu-ray.
Essas versões P & B de Mad Max e Logan são o caminho inverso dos antigos filmes sem cores que, por motivos óbvios, foram recoloridos digitalmente para atrair um público que não viveu a era do “preto e branco”. Essas colorizações, algumas espetaculares, são para dar uma noção (nunca a verdadeira impressão) de como eram as cores dos figurinos, cenários e até dos atores, porém com muito mais respeito pelo público.
Já Breaking Bad é uma afronta à inteligência dos fãs da série. Por que? Lembram do fiasco que foi o filme Os Dez Mandamentos? Sim, aquele filme que é um corta e recorta de uma novela para transformar em um longa-metragem. Deu certo? Não, ficou ridículo e confuso, cheio de cortes desconexos e forçados. Essa fórmula não dará certo nunca. Isso também ocorreu com o Auto da Compadecida, porém com resultados menos desastrosos. Mas o fato é que não há como compilar cinco temporadas de uma série – lotada de fatos marcantes que duraram episódios – em apenas 2 horas. Muita coisa ficará de fora. Já imaginaram Lost, Dexter, Game of Thrones, The Walking Dead e tantas outras ótimas séries minimizadas a um “filme” de 2 horas? O resultado é insatisfatório, voltado ao lucro e indica desprezo à inteligência do público.
Até quando vão tentar tirar nosso dinheiro com produtos fracos e minimalistas, onde a qualidade é suprimida para obter lucro com pessoas que não compreendem que estão sendo ludibriadas ou apenas querem mais um ‘item de colecionador’?
Aos fãs, fica a dica de que há muitos outros produtos das franquias para investir e guardar. Esses filmes “alternativos” são pura enganação.