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Memória em Verde e Rosa: a História do samba da Mangueira.

Memória em Verde e Rosa: a História do samba da Mangueira.
  • Publicado em: abril 12, 2017

Memória em Verde e Rosa é um documentário sobre o samba. A maioria perguntará “mas outro documentário?”. Sim, outro.

E eis que outros questionariam o seguinte: é possível fazer um bom documentário sobre samba? Claro, respondo.

Porém o que pensar de um documentário que restringe o tema ao samba carioca? Daria certo? Sim, certamente. Por fim, o que teríamos caso esse universo fosse ainda mais compacto, no caso o samba carioca da Mangueira? A resposta é o belo e interessante “Memória em Verde e Rosa”.

Feito com base em depoimentos de alguns dos maiores nomes do samba mangueirense, essa obra é uma narrativa não só sobre o samba da mangueira, mas do samba em si.

Detalhes importantes sobre a origem desse maravilhoso gênero musical no Brasil são revelados e colocam o público diante de uma verdadeira aula de História. Na verdade, a micro-história, pois cada depoimento é mais um capítulo na fantástica linha temporal do samba.

E quais são os pontos pertinentes desta obra? O mais pertinente é a conscientização de que o samba é parte indissociável da cultura carioca e da maioria dos brasileiros. E mais os momentos contados neste longa-metragem evidenciam a importância de lutarmos por nossos sonhos. Mesmo diante do preconceito, da marginalização e da classificação de “música de gueto”, entre outros problemas que já encerraram outros gêneros musicais, o samba não ruiu. Ele persiste.

Memória em Verde e Rosa pode ser também a memoria de tantas outras agremiações pelo Brasil. Pode ser a narrativa de tantos anônimos que cedem seu tempo, suor e amor para manter um gênero musical tão brasileiro que até Disney cedeu ao seu encanto.

Tenho certeza que o Zé Carioca tiraria, assimo como eu, o chapéu para essa iniciativa que registrou as verdades e histórias de homens e mulheres que têm em seu DNA o samba de raiz.

Pontos altos do documentário…

Memória em Verde e Rosa inicia com as canções que atravessaram décadas e que até hoje estão  na boca do povo, da comunidade, como ” Linguagem do Morro” e ” Exaltação à Mangueira”. A produção tem a preocupação de mostrar que a história do surgimento de uma das escolas de samba mais tradicionais do Rio de Janeiro se confunde com o próprio surgimento da comunidade da Mangueira, desde  as rodas de candomblé (daí devem ter surgido as rodas de samba), até chegarmos à grande Escola que é hoje.

Os personagens são compositores que também são  moradores da Mangueira como Tantinho, um dos mais conhecidos, que conta as dificuldades que seus avós e pais tiveram para conquistar respeito na comunidade, já que naquela época o sambista era marginalizado.

Foram usados fotos e vídeos da época. A Comunidade era um aglomerado de pessoas de vários estados que vieram em busca de melhorar suas vidas.

Por fim, o documentário faz um contraponto com a história do povo da Mangueira e da própria Escola que durante todo ano promove encontros e rodas de samba na grande quadra, situada no meio da comunidade justamente para unir o novo e o velho que formam essa grande agremiação.

Memória em Verde e Rosa é um documentário para, literalmente, ficar na memória e incentivar um aprofundamento na busca das origens da música que identifica o brasileiro no mundo inteiro.


ENTREVISTADOS
Amauri Raposo
Broto
Carlinhos do Pandeiro
Chininha
Cici
Delegado
Guezinha
Hélio Turco
Hermínio Bello de Carvalho
Jaguara
Jorge Catacumba
Nelson Sargento
Neném Macaco
Paulão 7 cordas
Raymundo de Castro
Seu Nego
Suluca
Tantinho
Waldir Marcelino
Wilson Moreira

FICHA TÉCNICA
Direção: Pedro von Krüger
Produção: Alípio Carmo, André Horta, José Constant e Pedro von Krüger
Produção Executiva: José Constant e Bruno Arthur
Roteiro: Alípio Carmo e Felipe Bibian
Pesquisa: Alípio Carmo
Direção de Fotografia e câmera: Lula Cerri e Pedro von Krüger

Written By
Franz Lima

Escritor de contos de terror e thrillers psicológicos, desenhista e leitor ávido por livros e quadrinhos. Escrever é um constante ato de aprendizado. Escrevo também no www.apogeudoabismo.blogspot.com

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