[Resenha] A Rainha de Tearling – Erika Johansen
Cada vez mais estou me interessando por fantasias envolvendo protagonistas femininas fortes. Confesso que ainda não conhecia a história de Kelsea e, quando fui procurar saber um pouco mais a respeito, o entusiasmo dos leitores me deixou animada. Quando comecei a ler a história da rainha Kelsea, entendi o porquê de todo o alvoroço.
“Quando a rainha Elyssa morre, a princesa Kelsea é levada para um esconderijo, onde é criada em uma cabana isolada, longe das confusões políticas e da história infeliz de Tearling, o reino que está destinada a governar. Dezenove anos depois, os membros remanescentes da Guarda da Rainha aparecem para levar a princesa de volta ao trono – mas o que Kelsea descobre ao chegar é que a fortaleza real está cercada de inimigos e nobres corruptos que adorariam vê-la morta. Mesmo sendo a rainha de direito e estando de posse da safira Tear – uma joia de imenso poder –, Kelsea nunca se sentiu mais insegura e despreparada para governar. Em seu desespero para conseguir justiça para um povo oprimido há décadas, ela desperta a fúria da Rainha Vermelha, uma poderosa feiticeira que comanda o reino vizinho, Mortmesne. Mas Kelsea é determinada e se torna cada dia mais experiente em navegar as políticas perigosas da corte. Sua jornada para salvar o reino e se tornar a rainha que deseja ser está apenas começando. Muitos mistérios, intrigas e batalhas virão antes que seu governo se torne uma lenda… ou uma tragédia.”
FICHA TÉCNICA
Título: A Rainha de Tearling
Autora: Erika Johansen
Ano: 2014
Páginas: 350
Idioma: Português
Editora: Suma de letras
Nota: 4/5
Compre: Amazon
A Rainha de Tearling é um livro para amantes de protagonistas fortes e independentes. Esse é o primeiro livro de uma trilogia que já já vai chegar também aos cinemas com Emma Watson no papel principal.
Confesso que A Rainha de Tearling me lembrou bastante The Kiss of Deception, então para os fãs da trilogia de Lia, a história da rainha Kelsea é uma pedida certa. Entretanto, diferente da protagonista de The Kiss of Deception no primeiro volume da trilogia, Kelsea não questiona o fato de ter que ascender ao trono. A garota de dezenove anos parece ter nascido para o papel e, a cada página, mostra porque tem tudo para ser uma rainha lendária.
Os personagens principais possuem características bem marcadas, enquanto os secundários não se destoam tanto.
“— Consigo matar qualquer um neste reino. Sou mais perigoso que os mort, mais perigoso que os Caden. Roubei muitas coisas do regente, e seu pescoço já esteve sob minha lâmina. Eu poderia tê-la matado inúmeras vezes, se não tivesse de esperar.
— Esperar o quê?
— Esperar você, rainha tear.”
A personalidade de Kelsea foi o ponto que mais me cativou no livro. Por causa de sua criação e as circunstâncias nas quais viveu sua vida, ela não aparenta ter dezenove anos. É uma mulher madura, que não tem medo de tomar decisões e de se impor, extremamente corajosa e não pensa duas vezes antes de tentar fazer algo bom por seu povo. Gostei de como a personalidade dela foi muito bem trabalhada, sua compaixão – característica mais marcante – não a torna infantil ou ingênua como acontece com muitas protagonistas em histórias similares.
Outro detalhe que me conquistou foi o fato de que Kelsea é uma personagem com características comuns. Ela não é magra e, de acordo com alguns comentários ditos ao longo da narrativa, não segue padrões de beleza.
Algo que me incomodou bastante ao longo de toda a leitura foi o contexto histórico da narrativa. A história se passa em um tempo quase medieval, com lutas de espadas e facas, alguns guerreiros são arqueiros, as terras são divididas em reinos com monarquias no poder, a leitura não é algo universalizado etc. Entretanto, Kelsea tem pensamentos envolvendo analogias com computadores e máquinas e, em determinado momento, chega a dizer que algumas crianças estavam se divertindo com os sete volumes de J.K. Roling. Detalhes que destoam completamente do tempo em que a narrativa supostamente acontece me tiraram da leitura e me incomodaram bastante. Precisei pesquisar um pouco para entender que a narrativa de passa em um tempo alguns séculos a frente do nosso porque isso não foi explicado eu longo de todo o livro.
“— Este reino não tem visto nada extraordinário, muito menos bom, há muito tempo — continuou Andalie. — O Tearling precisa de uma rainha. Uma Rainha Verdadeira. E, se viver, a rainha Kelsea será exatamente isso. Talvez até uma rainha lendária.”
A narrativa é envolvente apesar de ser bastante explicativa. O livro todo parece uma grande introdução para o que está por vir, o que de fato é. Como serão mais dois livros, espero que venham mais explicações também, não só sobre os personagens como sobre o contexto histórico e o tempo em que se passa a narrativa.
A edição do livro é muito linda. Além da capa maravilhosa, a diagramação interna do livro permite uma leitura fluida e agradável e não encontrei erros de revisão. Essa edição possui capa mais maleável, o que agrada muito vários leitores.
A Rainha de Tearling é uma ótima aventura para quem está procurando uma fantasia envolvente, um contexto diferenciado e personagens cativantes. Para quem gosta de personagens fortes e bem trabalhadas, Kelsea vai conquistar o leitor com sua história que tem tudo para ser o novo sucesso.
“Então tudo sumiu de repente. Kelsea piscou outra vez, os olhos cheios de lágrimas, e viu apenas seu próprio reino, campos cultivados esparramando-se diante de seus olhos para ir ao encontro do céu. Sentiu uma for no coração, a mesma sensação vaga de perda que sentia ao acordar de um sonho do qual não conseguia lembrar. Ela era Kelsea Glynn, uma garota que crescera na floresta, que adorava estudar história e ler livros. Mas era outra coisa também, algo além de Kelsea, e ficou por mais um momento, observando seu país, cerrando os olhos para ver o perigo além do horizonte.
Minha responsabilidade, pensou, e a ideia não lhe causou temor algum naquele momento, apenas uma extraordinária sensação de gratidão.
Meu reino.”
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