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Crítica | Cinquenta Tons Mais Escuros (2017)

Crítica | Cinquenta Tons Mais Escuros (2017)
  • Publicado em: março 1, 2017

Fazer uma crítica sobre os filmes da franquia Cinquenta Tons é sempre muito delicado. Há quem acha que os livros usados para a adaptação é um tanto machista e possessivo, e há quem pensa que é a salvação de um homem perdido, enfim NoSet assistiu Cinquenta Tons Mais Escuros e indica, mas com ressalvas.

É fácil entender porque Cinquenta Tons se tornou uma febre mundial, tantos os livros como suas adaptações, ambos tem aquilo que algumas pessoas podem chamar de algo atrativo. A trama gira em torno de Anastasia Steele, uma garota virgem sem ambições que conhece um homem rico e poderoso, logo ela se vê apaixonada por ele e rodeada em um mundo de carros importados, roupas de grife, celulares e computadores de marcas, no qual ela nunca imaginou fazer parte. Mas como tudo o que é bom, sempre tem o seu lado ruim, Christian Grey é um sádico que não quer relacionamentos convencionais, até Anastasia entrar em sua vida e literalmente ferrar com a cabeça do homem, parece até a clássica história de Cinderela, só que em uma versão mais apimentada.

Em Cinquenta Tons Mais Escuros, a trama se passa alguns meses após os acontecimentos do filme anterior, Anastasia (Dakota Johnson) e Christian (Jamie Dornan) reatam seu relacionamento, prometendo ser algo sem regras e sem segredos. Grey tenta explicar a Ana os motivos nos quais o levou a se tornar um sádico. Enquanto isso Anastasia é perseguida por uma ex-submissa de Christian (Bella Heathcote, de O Demônio de Neon), além de ser confrontada por Elena (Kim Basinger, Sentinela), a mulher que apresentou ao Grey o mundo do BDSM, além disso, a garota precisa lidar com o assedio do seu patrão, Jack Hyde (Eric Johnson, de Smallville).

Apresentando deste modo, parece algo com muita emoção, mas não é bem assim. O longa tem 118 minutos de duração que passa sem muito drama, os conflitos apresentados são todos resolvidos, fazendo o publico mal notar sua existência, inclusive um incidente que envolve um helicóptero prova bem esse problema do qual estou falando. Acredito que ocorreu uma negligencia por parte da direção e produção por não explorar tanto esses conflitos a fim de trazer mais emoção para o filme, mas sem duvidas o foco deles estava no erotismo, no qual achei que foi mais sensual do que no filme anterior, nessas cenas teve um toque de romantismo, então para aqueles que assistiu o primeiro filme e ficaram chocados com a agressividade, em Cinquenta Tons Mais Escuros as cenas de sexo foram mais românticas.

Sobre os personagens, temos a Leila, vivida por Bella Heathcote. A atuação da atriz merece aplausos, representou bem o papel de uma moça com sérios problemas mentais causados por um relacionamento complicado com o Grey no passado, uma pena é que foram poucas as vezes que a personagem apareceu, as cenas são rápidas, deixando assim de mostrar mais o personagem e todo o seu problema de obsessão por Christian.

Kim Basinger que interpreta Elena teve sua participação bem apagada, a atriz conhecida pelo thriller erótico “Nove e Meia Semanas de Amor”, tem apenas quatro cenas, pouco mais do que cinco minutos de atuação, sendo que Elena é uma personagem no qual estaria ali para causar intrigas no relacionamento frágil de Anastasia com Grey, de certa forma isso aconteceu, Elena ainda plantou a semente da duvida, então torno a dizer, faltou explorar mais o drama de Elena com Christian.

Sobre Jack Hyde (Eric Johnson), foi o ponto que mais me incomodou, de 0 a 100 o personagem se transformou de um chefe interessado pra um maníaco obsessivo com pouco menos de três cenas, no livro os fatos não acontecem tão rápido, é por isso que o filme me incomodou um pouco, mas ressalto que o ator Eric Johnson fez um excelente papel na sua transformação de bom patrão a louco obsessivo. No final do filme Jack tem uma pequena aparição que me satisfaz, pois indica que teremos muitos problemas com ele no terceiro filme da franquia.

Todos esses pontos tinham tudo para ter um material mais dramático e bem elaborado, – a ex-submissa louca, o relacionamento do Grey com uma mulher mais velha e o assedio do chefe –, mas a fidelidade ao livro deixou o filme muito superficial. Eu disse uma vez que o livro tem um conteúdo bom, mas não é bem explorado e sua narrativa é cansativa, e o filme seguiu o mesmo estilo, assim decepcionando algumas pessoas. Novamente Jamie Dornan é o destaque do filme, atuando bem o papel do Grey dominador, e Dakota Johnson tem algo em sua atuação que não me agrada tanto, talvez seja apenas seu personagem da garota inocente e indecisa, porque no livro Anastasia é exatamente assim.

Em Cinquenta Tons de Cinza eu senti falta da química entre Dakota e Jamie e nesse segundo filme eu ainda continuo achando que eles não têm a tal química perfeita para o papel. Um fato que copiaram do livro e eu rezei para que não fizessem isso, mas fizeram, são os diálogos péssimos, algumas partes do filme os diálogos que eram para ser sérios, mas dava vontade de rir.

“Você me ensinou a foder, mas ela me ensinou a amar!

Essa frase poderia ter saído melhor, tenho certeza disso! Grey, Elena ela não te ensinou nada, está fazendo tudo errado. Você Não Sabe de Nada, Jon Snow. Desculpa pela piada péssima. (rsrsrs)

Enfim, para finalizar preciso dizer que a trilha sonora é maravilhosa, e está disponível no Spotify. Além de “I Don’t Wanna Live Forever“, música tema interpretada por Taylor Swift e Zayn, a playlist está recheada de composições inéditas de Halsey Sia, Tove Lo, Nick Jonas + Nicki Minaj e John Legend. Os figurinos são elegantes, os cenários encantadores e se passam dentro de Seatlle em Washington, e apesar do filme tenha uma trama fraca, vale à pena assistir em um final de semana tranquilo, ou à noite para dar aquele soninho. Ah, ia me esquecendo, tem cenas no pós-créditos! 😉

 

  • Direção: James Foley
  • Produção: Dana Brunetti, Michael De Luca, E. L. James, Marcus Viscidi
  • Roteiro: Niall Leonard
  • Baseado em: Fifty Shades Darker de E. L. James
  • Gênero: Filme erótico, drama
  • Cinematografia: John Schwartzman
  • Edição: Richard Francis-Bruce
  • Companhias Produtoras: Focus Features, Michael De Luca Productions, Trigger Street Productions
  • Distribuição: Universal Pictures
  • Classificação: 3,8/5

Gostou da matéria, é só seguir o meu instagram para acompanhar lançamentos e opinar: https://www.instagram.com/marcelo.moura.thor/

Written By
Leisiane Peloi

Leisiane Peloi, 23 anos, formada em Administração de Empresas, capricorniana, apaixonada por romances, compradora compulsiva de livros que adora ouvir música alta, beber vinho e comer pizza.

2 Comments

  • talvez o lance entre crhistian e elena seja explorado numa versão extendida em versão BLU-RAY DE LUXO ,,,ou se não esse diretor JAMES FOLEY é um cego e idiota disperdiçar um personagem tão rico como a ELENA num triãngulo amoroso com a apagadinha ANATÁSSIA e CRHISTIAN ,,,,

    • Penso exatamente a mesma coisa…. O personagem Elena foi um desperdício totalmente, a mulher mal apareceu nas telas. Não tenho muitas expectativas para a versão blu-ray.

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