Que o “para sempre” sempre acabe!
Desde bem cedo vamos aprendendo que em nossa existência tão limitada não existe um para sempre. Renato Russo chegou até a cantar que “o para sempre, sempre acaba” em uma música que se eternizou na voz de grandes ídolos da música nacional e até do exterior. Eu prefiro na voz da Cássia Eller, mas quem liga?
Sabe, geralmente quando se está numa fase boa, de alegria onde nos falta pouco ou quase nada, nos perguntamos com frequência, por que motivo aquele momento não pode ser eterno? Ai diz a lenda (que criei agora) de que Deus manda Cássia Eller cantar junto de Renato Russo e da Derci Gonçalves essa parte da música… Que o para sempre, sempre acaba!
Que bom que acaba! A final, se os bons momentos não passassem os maus também seriam eternos. Quem viveria em eterno vendaval? Eu até que gosto de um temporal com fortes ventos, desde que ele não atinja em cheio a minha casa. Como o passar do tempo me fez menos egoísta, passei a não gostar de temporal pelo motivo de que mesmo que ele não acertasse em cheio a minha casa, acertaria a de outras pessoas. Prefiro então a chuva serena ou o sol. Mais a chuva.
Os amigos também não são para sempre. Mas e os inimigos? Bem, estes sim, são para sempre, assim como o câncer que os vai atingir. É o que acontece com quem guarda mágoas para a eternidade. O ódio precisa se refugiar em algum lugar quando não cabe mais apenas no coração, e bem, meu blog é bem piegas mas isso é científico, se chama psicossomatização. A palavra é complicada, seus efeitos também. Mas sendo os inimigos para sempre, com exceções, claro que sim, mas e os amigos, são para sempre?
Eu penso que amizade é para sempre, amigos não. Amigos vem e vão. São hoje, amanhã não mais, e o que mais intriga é que vão sozinhos, quase sempre da mesma forma que vieram. Como amigos de festa, já reparou? Amigos que são seus melhores por uma única noite. Guardiões, companheiros, parceiros do “crime”, verdadeiros mitos que serão memorados por anos em todas as festas por onde quer que se vá. Amizade ainda esta lá, nas lembranças, o amigo já não. Que bom que o para sempre, sempre acaba.
Eu tenho amizades eternas, mas amigos já incomunicáveis. Eu já fui bom amigo e tive/tenho bons amigos. Mas também já fui mau amigo e tive maus amigos também. Ambos passaram. Tudo passa, que bom!
Eu deveria encerrar este post com a eterna música que nos enuncia o título, mas não, quero que o passado fique no lugar certo, num relicário. E quem melhor na face do universo para falar em relicário, se não a maravilhosa Cássia Eller e o magnífico Nando Reis?
Termino por aqui… Cheio de saudade, do que foi e já não é… A final, o pra sempre, sempre acaba!