Salve Nosetmaníaco, eu sou o Marcelo Moura e hoje falamos de mais um filme religioso de drama e ação.
Êxodo: Deuses e Reis (2014):
Direção Ridley Scott, produção Peter Chernin, Ridley Scott, Jenno Topping, Michael Schaefer e Mark Huffam, roteiro Adam Cooper, Bill Collage, Jeffrey Caine e Steven Zaillian, elenco Christian Bale, Joel Edgerton, John Turturro, Aaron Paul, Ben Mendelsohn, Sigourney Weaver e Ben Kingsley. Êxodo: Deuses e Reis é um filme épico inspirado na bíblia e dirigido pelo mega diretor Ridley Scott. O filme faz uma releitura da história do Êxodo baseada em livros antigos provenientes da cultura judaica, como Midraxes, e na própria versão em hebraico da Torá, de onde mais interpretações podem ser feitas sobre a historia do Êxodo dos hebreus do Egito sendo liderados por Moisés e relatado no Livro do Êxodo. Vários países islâmicos proibiram sua exibição por não concordarem com a visão do filme onde os hebreus são mostrados como o povo eleito por Deus e os egípcios como carrascos e perseguidores dos hebreus. O filme é dedicado ao irmão mais novo e companheiro do diretor, Tony Scott, que cometeu suicídio em 2012.
Sinopse: Exodus é uma adaptação da história bíblica do Êxodo, segundo livro do Antigo Testamento. O filme narra a vida do profeta Moisés (Christian Bale), nascido entre os hebreus na época em que o faraó ordenava que todos os homens hebreus fossem afogados. Moisés é resgatado pela irmã do faraó e criado na família real. Quando se torna adulto, Moisés recebe ordens de Deus para ir ao Egito, na intenção de liberar os hebreus da opressão. No caminho, ele deve enfrentar a travessia do deserto e passar pelo Mar Vermelho.O Cético Moises deve escolher entre salvar o povo escolhido por Deus ou ficar com seu irmão Seth e co-comandar um império.
Crítica: Depois do péssimo filme Noé (Noah) do diretor Darren Aronofsky e estrelado por Russell Crowe, finalmente temos um filme épico bíblico que chega aos pés de Os 10 Mandamentos (1956) do diretor Cecil B. DeMille com Charlton Heston e Yul Brynner ou ao maravilhoso desenho O Principe do Egito de 1998 da DreamWorks Animation. Do mesmo diretor do épico Gladiador, Sir Ridley Scott é um competente diretor e produtor de cinema inglês, cujos principais trabalhos são Alien, Blade Runner, Thelma and Louise, Gladiator, Black Hawk Down e Prometheus. É irmão do falecido cineasta Tony Scott, que morreu em 2012. Com um orçamento de US$ 140 milhões, esta produção conta também com um superelenco, ótimas tomadas externas e efeitos especiais que impressionam o filme todo. Mesmo sendo proibido em alguns países como Egito e Marrocos, o filme foi muito bem de bilheteria mundial e chegou a casa dos US$ 268 milhões. Minha única crítica ao filme fica nas pequenas mudanças de interpretações entre o cético e perturbado Moises e seu enciumado e neurótico irmão Ramses. Tanto Bale como Edgerton não me convenceram de suas convicções e suas opções tão bem quanto Charlton Heston e Yul Brynner me convenceram na versão anterior (impossível não comparar), mas temos uma surpreendente atuação de Turturro que já considerava um bom ator, mas está soberbo no papel de Ramses pai, dividido entre o poder e o amor, e como isso influi em suas escolhas. Fora isso o filme é um deleite do início ao fim, bem ao estilo Scott de dirigir ao seu gosto, com pequenas pinceladas de sua opinião e interpretação na história bíblica e suas loucuras tornando seus personagens humanos ao extremos e não mitos.
Curiosidades: Peter Chiang supervisionou os efeitos visuais do filme e afirmou que “Ridley queria convencer o senso de que tudo foi fenômeno natural, como um eclipse ou um tsunami, e não simplesmente alguém tocando um cajado no mar” A produção levou mais de 1.500 tomadas de efeitos visuais para ampliar digitalmente a população de hebreus e ajudar a tornar mais autênticas as pragas de granizo, gafanhotos e sapos, embora 400 rãs tenham sido usadas durante as filmagens. Cerca de 40 atores acompanharam Bale nas cenas que reproduziam a travessia do Mar Vermelho, sendo o restante da multidão gerado por computador, juntamente com cerca de 180 pés, os cavalos e carruagens; foram 400.000 pessoas reproduzidas digitalmente na cena. Nos close-ups de pessoas fugindo na praia, os cineastas usaram águas reais. Para a cena da tempestade de granizo, a equipe de efeitos especiais construiu canhões especiais que disparavam bolas de polímero que se fragmentam no ar com a mesmas características de uma bola de gelo. Cerca de 30 destes canhões foram usados no filme. Para a visão distante da tempestade, foram usadas simulações de computador. Em uma entrevista para Access Hollywood, Scott afirmou que houve um corte “final” de cenas do filme de 4 horas de duração total, fazendo com que a versão exibida nos cinemas fosse reduzida em 90 minutos.
Controvérsias: Exodus foi proibido no Egito. O Ministro da Cultura egípicia descreveu-o como “um filme sionista” e afirmou que o mesmo foi banido por conta de sua “inexatidão histórica”, como criar uma falsa impressão de que Moisés e o hebreus ergueram as Pirâmides. Ao contrário de outros épicos bíblicos, Exodus não foi censurado pelo Ministério de Cultura. No Islão, Moisés (Musa) é tido como um profeta de Allah, porém a maior instituição religiosa do país, a Al-Azhar, não se opôs ao conteúdo do filme, como havia ocorrido com Noé. No Marrocos, a Moroccan Cinema Centre (CCM) inicialmente aprovou a exibição do filme, mas dias após representantes da instituição proibiram o filme por conta da personificação da voz de Deus (O que é um erro, já que o menino representa um anjo mensageiro e não Deus) Após a edição de alguns diálogos, o filme foi aprovado para exibição no país. Exodus teve sua estreia negada nos Emirados Árabes Unidos por conta dos “muitos equívocos” na história. O diretor de conteúdo de mídia no Conselho de Mídia Nacional explicou: “O filme está sob nossa avaliação e acreditamos que há muitos erros não somente sobre o Islão como também sobre as demais religiões. Então, não iremos lançá-lo nos Emirados Árabes Unidos”. Antes de seu lançamento, algumas controvérsias cresceram sobre afirmações de Ridley Scott de que ele buscaria explicações naturais para os milagres, incluindo um tsunami que teria causado a abertura do Mar Vermelho. De acordo com Scott, a abertura do Mar Vermelho teria sido inspirada por um tsunami que, por sua vez, desencadeou num terremoto submarino na costa italiana em aproximadamente 3000 a.C.. Isto, somando-se às afirmações preconceituosas de Christian Bale sobre seu personagem, geraram fortes críticas de parte do público. Entre os que manifestaram sua preocupação, o autor Brian Godawa afirmou que seria “preciso retratar Moisés como um herói imperfeito, assim os cristão não terão problemas com isso, mas para ser tão extremo ao ponto de chamá-lo de pessoa mais bárbara na história, que soa como se ele estivesse desviando de seu caminho”. Outro crítico foi Chris Stone, afirmando que “não há nada na história bíblica que apoia isto” e acrescentou que “é uma indicação de que haverá tremenda desconexão entre a interpretação de Bale e as expectativas do público”. Em sua análise, Ellen White – editora chefe da Sociedade de Arqueologia Bíblica – destacou os equívocos bíblicos do filme. White notou que todos os aspectos teológicos sobre as Pragas do Egito foram retiradas da versão de Scott, além de que havia menos do que dez pragas, como citado na Bíblia. As pragas eram de natureza diferente, como crocodilos, por exemplo, e os israelitas mostravam-se afligidos por elas tal como os egípcios. A autora resumiu sua análise com a afirmação: “A história deles era tão diferente que se não usar os nomes bíblicos e lançar o mesmo filme com um título diferente, eu poderia nem sequer o reconhecer”. O jornal Sydney Morning Herald e a revista Christian Today divulgaram que o elenco de atores caucasianos nos papéis principais estaria sofrendo protestos. Quatro atores caucasianos foram selecionados para os papéis principais, que incluem personagens hebreus e egípcios, Christian Bale como Moisés, Joel Edgerton como Ramsés II, Sigourney Weaver como Rainha Tuiu e Aaron Paul como Josué. O Sydney Morning Herald também relatou observações da comunidade online de que a Grande Esfinge de Gizé no filme possuía traços europeus. A Christian Today informou que uma petição online estaria em circulação e comparou Exodus ao consagrado The Ten Commandments (1956) com seu elenco formado por atores caucasianos, mas afirmou que “a questão racial, o número de atores negros e as oportunidades oferecidas a eles eram muito diferente em 1956”. Alguns usuários da rede social Twitter conclamaram um boicote do filme.
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