Kill Bill de Quentin Tarantino (2003/2004):
Salve Nosetmaníacos, eu sou o Marcelo Moura e hoje falamos de uma das melhores franquias do diretor Tarantino.
Kill Bill (2003/2004):
Direção Quentin Tarantino, roteiro Uma Thurman e Quentin Tarantino, elenco Uma Thurman, David Carradine, Lucy Liu, Vivica A. Fox, Michael Madsen, Daryl Hannah, Julie Dreyfus, Gordon Liu e Chiaki Kuriyama. Kill Bill é um filme nipo-americano, o quarto do roteirista e diretor Quentin Tarantino. Originalmente concebido como um único filme mas foi lançado em dois volumes devido à sua duração de aproximadamente quatro horas. O filme é um drama fictício de vingança, que homenageia antigos gêneros, tais como filmes antigos asiáticos de kung fu, filmes japoneses de samurai, western spaghetti italiano, trash, anime, uma grande referência à música popular e cultura pop; e alta violência deliberada. As gravações ocorreram nos Estados Unidos, México, Japão e China. Quentin Tarantino ofereceu a protagonista de Kill Bill a Uma Thurman em 2000, como presente de aniversário de 30 anos. O diretor teve a ideia do roteiro quando realizou Pulp Fiction, também estrelado pela atriz.
Sinopse: Kill Bill conta a história de vingança da Noiva/Beatrix Kiddo (Uma Thurman) contra seus ex-parceiros do Deadly Viper Assassination Squad (Esquadrão Assassino de Víboras Mortais)”. O filme começa com um homem, Bill, caminhando, no chão há cápsulas de balas e vários corpos, ele vai até Beatrix, que está ensangüentada e ferida, e lhe dá um tiro na cabeça, deixando-a para morrer.Nesta primeira parte o diretor exerce seu poder ao criar uma obra com violência caricata impressionante. Há pitadas de humor e muita ação. Inicia com um provérbio já denunciando o tom do filme: “Revenge is a dish best served cold.”, algo como “A vingança é um prato que se serve frio”. Ou seja, é um filme sobre vingança. Esta parte da obra mostra a vingança da Noiva contra Vernita Green (Vivica A. Fox) e O-Ren Ishii (Lucy Liu). Há explicações de o que aconteceu após ela ficar 4 anos em coma, sobre o passado de O-Ren Ishii (em anime), onde ela conseguiu a espada Hattori Hanzo e cenas de luta bem coreografadas com destaque para a travada contra Go-Go Yubari (Chiaki Kuriyama), além de uma apresentação musical do grupo de rock japonês, “The 5.6.7.8’s. O volume 2, diferentemente da primeira parte, possui menos cenas violentas; há uma preferência pelas falas dos personagens, uma das característica do diretor Tarantino. Neste filme a lista da Noiva vai diminuindo, começando por Budd (Michael Madsen) e Elle Driver (Daryl Hannah). Descobrimos também o nome verdadeiro da Noiva, como ela aprendeu a manejar uma espada em cenas muito bem humoradas com o mestre Pai Mei (Gordon Liu) e também vemos a personagem principal ser enterrada viva. O destaque fica para o confronto com Bill no final do filme, interpretado por David Carradine e também pela atuação da estreante Perla Haney-Jardine no papel de B.B.
Crítica: Com um baixo orçamento em torno do US$ 60 milhões, Tarantino prova mais uma vez seu incrível talento de com pouco fazer muito e bateu facilmente a bilheteria dos US$ 333 milhões em todo mundo. Simplesmente como disse o diretor: “Porque gostamos de fazer cinema.” Quentin Jerome Tarantino é diretor, roteirista, produtor e ator de cinema. Alcançou a fama rapidamente no início da década de 1990 por seus roteiros não lineares e suas trilhas sonoras que rompem conceitos pré definidos do cinema, como nas cenas de luta de Kill Bill. Já possui filmes clássicos e cults em seu currículo dirigindo, roteirizando ou atuando como Pulp Fiction, Django, Bastardos Inglórios, Um Drink no Inferno, Natural Born Killers, Sin City e Desesperado. Em Kill Bill o diretor novamente surpreende fazendo uma releitura dos clássicos seriados e filmes de Kung Fu, mas modernizando ao seu estilo bem Tarantino de ser. No elenco a incrível Uma Thurman, atriz multi versátil norte-americana vencedora de um Globo de Ouro e indicada ao Oscar. Já trabalhou anteriormente com Quentin Tarantino no clássico Pulp Fiction. Apesar de atuar e coreografar maravilhosamente em Kill Bill, sempre que olha para Trumam me lembro de sua péssima adaptação do Batman de Joel Schumacher (Batman & Robin) como Hera Venenosa. O mito John Carradine,ficou imortalizado atuando pela série de televisão Kung Fu de 1972-1975. Carradine aqui faz um ótimo e cruel vilão, destaque para o diretor que sabe trabalhar bem com todo tipo de elenco e revivendo carreiras como John Travolta. Daryl Hannah participou de vários filmes em Hollywood na década de 1980, entre eles Blade Runner, Splash, Wall Street, Roxanne, muito mais por sua beleza do que talento. E em 2003 reapareceu em Kill Bill como uma vilã. Impressionante como os anos foram cruéis como sua beleza, mas o talento continua o mesmo, bem fraco. Michael Madsen é um ótimo ator norte-americano e fez filmes importantes, como Cães de Aluguel, Thelma e Louise, Sin City, 007, Narnia, Spiceis, Lanterna Verde, Free Willy, Wyatt Earp, The Doors e Kill Bill, sempre com seu jeito desconfiado de detetive particular. Lucy Liu ficou famosa em filmes como Charlies Angels, Payback, Jerry Miguire, mas foi na série Ally Mcbeal que começou sua carreira. Gosto do jeito de atuar de Liu, além do seu sorriso malicioso. Samuel L. Jackson é um Mega ator que alcançou a fama no início da década de 1990, após uma série de atuações relevantes, tornando-se desde então um astro e ícone cultural. Fez várias parceiras com Tarantino e é figurinha carimbada em seus filmes atuando cada vez mais surpreendente.
Curiosidades: Kill Bill está dividido em 10 capítulos (5 por volume) e, como costuma ocorrer com filmes do diretor Tarantino, é contado fora de ordem cronológica: Capítulo 1, Capítulo 2: A Noiva Ensangüentada, Capítulo 3: A Origem de O-Ren, Capítulo 4: O Homem de Okinawa, Capítulo 5: Confronto na Casa das Folhas Azuis, Capítulo 6: Massacre em Two Pines Capítulo, Capítulo 7: O Solitário Túmulo de Paula Schultz, Capítulo 8: O Cruel Treinamento de Pai Mei, Capítulo 9: Elle e Eu e Capítulo 10: Cara a Cara. Kill Bill: Vol. 1 teve recepção favorável por parte da crítica especializada. Toda a história de Kill Bill, uma mulher que busca vingança de um grupo de pessoas, marcando-as em uma lista e matando um por um, é adaptado do filme japonês de 1973 Lady Snowblood, no qual uma mulher mata a gangue que assassinou sua família. O jornal britânico The Guardian comentou que Lady Snowblood foi “praticamente um modelo para todo o Kill Bill Volume 1”. O enredo é bastante semelhante ao filme A Noiva Estava de Preto (1968), de François Truffaut, no qual cinco homens tornam uma jovem viúva no dia de seu casamento. Ela quer vingança, matando metodicamente cada um dos cinco homens usando vários métodos. Kill Bill presta homenagem ao western spaghetti, blaxploitation, “wuxia” chinês e filmes japoneses de artes marciais, e filmes de kung fu dos anos 60 e 70. Este último gênero, que foi produzido em grande parte pelos Shaw Brothers, é dado como óbvio pela inclusão do logo Shaw Scope logo no começo de Kill Bill: Volume 1. Um influente filme de exploração que Tarantino mencionou em entrevistas é o sueco Thriller – En Grym Film, lançado nos EUA como They Call Her One Eye. Tarantino recomendou que a atriz Daryl Hannah assistisse o filme para se preparar para seu papel como a assassina de um olho Elle Driver. A série japonesa de mangá e filmes Lobo Solitário e Filhote são ecoadas nos personagens de A Noiva e sua filha. A versão de compilação americanizada de Shogun Assassin é na verdade vista pelas duas personagens. Os créditos finais de Kill Bill: Vol 2 incluem uma pequena lista de diretores, escritores e atores, sob o título “RIP”, incluindo Sergio Leone, Sergio Corbucci, Lee Van Cleef, e de vários diretores de artes marciais.
Prêmios: Cada filme foi indicado ao Globo de Ouro. Uma Thurman recebeu uma indicação para melhor atriz para drama em 2004 e em 2005 por seu trabalho no Volume 1 e Volume 2. David Carradine recebeu uma indicação para melhor ator coadjuvante em 2005 pelo Volume 2. O filme foi muito popular no MTV Movie Awards. No MTV Movie Awards de 2004, Uma Thurman venceu melhor atriz pelo Volume 1, Lucy Liu venceu Melhor Vilão no Volume 1 e a luta entre A Noiva e Gogo Yubari venceu melhor luta. No MTV Movie Awards de 2005, Kill Bill Vol. 2 foi indicado para melhor filme, Thurman foi indicada para melhor atriz, e a luta entre A Noiva e Elle Driver também ganhou Melhor Luta. Uma Thurman também recebeu um Saturn Award por sua atuação no Volume 1.
Música: Como é comum em filmes de Tarantino, Kill Bill apresenta uma trilha sonora eclética, composta de muitos gêneros musicais. Nas duas trilhas sonoras, as músicas variam de música country para seleções de spaghetti western pontuada por Ennio Morricone. O tema de Bernard Herrmann do filme Twisted Nerve é assobiado pela temível Elle Driver na cena do hospital. Quando A Noiva entra na Casa das Folhas Azuis, o grupo go-go The 5.6.7.8’s toca “I Walk Like Jayne Mansfield”, “I’m Blue” e “Woo Hoo”. A conexão com Lady Snowblood é ainda estabelecida pelo uso de “The Flower of Carnage” no tema final do filme e também não podemos esquecer Gheorghe Zamfir The na bela canção “Lonely Shepherd”. Também toca a música “Shot Me Down”, no começo do Vol. 1. Em geral as músicas de ambos os volumes apresentam um ritmo pesado de deixar arrepiado que combina muito com o filme o que também justifica o fato da trilha sonora ter sido tão aclamada e considerada por muitos uma das melhores dos últimos tempos.
Edição japonesa: Enquanto a edição americana mostra parte da violenta batalha na “Casa das Folhas Azuis” em preto-e-branco, a versão japonesa nos mostra tudo em cores. Além disso, a edição japonesa inclui muitos extras de violência distribuídos ao longo do filme, principalmente na sequência em anime e no confronto na “Casa das Folhas Azuis”. Além disso, a versão japonesa também mostra a Noiva cortando o outro braço de Sofie Fatale durante seu interrogatório. Alguns dizem que há um erro de continuidade porque parece que o braço de Sofie ainda está com ela quando ela está rolando pelo monte, mas na verdade são torniquetes aplicados pela Noiva para se certificar de que Sofie não sangre até a morte. Estes cortes foram feitos para a versão americana a fim de evitar uma classificação para 17 anos. Em Kill Bill: Volume 2, o único extra na versão japonesa é um de 45 segundos do bordel mexicano, mostrando basicamente filmagens extra da configuração. A citação “Vingança é um prato que se come frio”, sendo atribuído como um antigo provérbio klingon, em referência a Star Trek II: The Wrath of Khan no começo do Volume 1, foi substituída por um tributo ao cineasta japonês Kinji Fukasaku: “Este filme é dedicado ao principal cineasta. Kinji Fukasaku 1930-2003.
David Carradine: David, nascido John Arthur Carradine, era filho do ator John Carradine, irmão de Bruce Carradine e meio-irmão de Keith Carradine e Robert Carradine. David Carradine foi mais conhecido por seu personagem “Kwai Chang Caine”, na série de televisão Kung Fu, produzida a partir dos anos 1970, na qual interpretava um monge Shaolin, mestre em Wushu, no Velho Oeste dos Estados Unidos. Uma cena famosa da série, que deveria ter sido estrelada por Bruce Lee, mas os produtores, ao final, não quiseram um chinês “autêntico”, optando por “puxar os olhos” de Carradine, é quando Kwai Chang tatua sua pele com ferro quente. Em 2003, Carradine ganhou nova audiência quando interpretou o personagem “Bill” nos dois filmes da série Kill Bill, de Quentin Tarantino, nos quais contracena com Uma Thurman. David Carradine foi encontrado morto em 4 de junho de 2009, em um hotel de luxo em Bangkok, onde participava das filmagens de Stretch. O primeiro relatório da polícia local indicava que Carradine teria cometido suicídio por enforcamento. Um funcionário da embaixada americana declarou, no entanto, que as circunstâncias da morte ainda não haviam sido plenamente esclarecidas. Posteriormente, a polícia passou a considerar a hipótese de que ele tenha morrido acidentalmente. “Não está claro se ele se suicidou ou se morreu asfixiado por um problema cardíaco devido a um orgasmo”, declarou um policial tailandês. As câmeras do hotel não registraram entrada ou saída de pessoas do apartamento do ator e a porta estava fechada por dentro. Aventa-se a possibilidade de asfixia auto erótica. Encontra-se sepultado no Forest Lawn Memorial Park (Hollywood Hills), nos Estados Unidos.
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