Tudo e Todas as Coisas: Não é tudo isso nem de longe

O drama romântico “Tudo e Todas as Coisas”, baseado no best-seller escrito por Nicola Yoon, chega às telas com direção de Stella Meghie, uma realização da Warner Bros. Pictures em parceria com a Metro-Goldwyn-Mayer Pictures.

Tudo e Todas as Coisas é estrelado por Amandla Stenberg (“Jogos Vorazes”), como Maddy, e Nick Robinson (“Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros”), como Olly. Também estão no elenco Ana de la Reguera (“Sun Belt Express”) e Anika Noni Rose (“Dreamgirls: Em Busca de um Sonho”).

A diretora Stella Meghie dirige o emocionante drama romântico a partir do roteiro adaptado por J. Mills Goodloe (“A Incrível História de Adaline”). Leslie Morgenstein e Elysa Dutton assinam a produção pela Alloy Entertainment; a Alloy também é responsável pelas populare séries de TV “Gossip Girl”, “Pretty Little Liars” e “The Vampire Diaries”. Victor Ho é o produtor executivo.

A talentosa equipe de criação conta com a direção de fotografia de Igor Jadue-Lillo (“Minhas Mães e Meu Pai”); a desenhista de produção Charisse Cardenas (“Sniper Americano”); a editora Nancy Richardson (“Divergente”, “A Série Divergente: Insurgente”); e a figurinista Avery Plewes (“Jean of the Joneses”). A trilha sonora é composta por Ludwig Göransson (“Um Espião e Meio”, “Creed – Nascido Para Lutar”).

Crítica: Existem duas formas de enxergar Tudo e Todas as Coisas. A primeira é aquela que temos uma protagonista que se apaixona pelo vizinho, mas não pode realmente estar com ele por não poder sair de casa por causa de uma doença rara. Essa premissa não é muito diferente de qualquer história de amor proibido que você já cansou de ouvir.

Mesmo assim, existe uma segunda forma de enxergar esse filme, mais interessante até. Pegue a mesma premissa e não interprete a história ao pé da letra. Tente relacionar a impossibilidade de Maddy (a protagonista) de sair de casa com a mesma pressão que qualquer pai super protetor pode colocar sob seus filhos. Pegue a situação de Olly e relacione à como todos os problemas de uma relação adulta pode afetar os filhos de fato e de como o sentimento ânsia pela emancipação pode começar a ser construído aí.

Tirando essa significância, Tudo e Todas as Coisas é um filme fraco. A premissa, como dito antes, é previsível e os personagens não chegam a agradar a ponto de salvar a trama fraca. Maddy é obviamente a mais bem-desenvolvida personagem da história por causa do protagonismo e tempo em tela, mas em contramão ela acaba também evidenciando os problemas de personagens como Olly (seu par romântico) e Pauline (sua mãe).

Esse é um filme sobre lidar com problemas, ora mudando de lugar para lugar tentando fugir deles, ora se trancando num mesmo lugar para evitar que qualquer coisa mais aconteça. Enxergado dessa forma, a história desse filme dirigido pela novata e competente Stella Meghie e adaptado por J. Mills Goodloe — que já adaptou outros livros parecidos — parece de fato ganhar algum corpo e esboçar alguma chance de originalidade.

É bem legal vermos uma protagonista negra e também como em nenhum momento esse fato não é levantado pelo roteiro. É importante como Maddy se sente linda do jeito que é, com seu estilo e personalidade própria. É mais um avanço para uma representatividade cada vez maior e mais uma vez a prova de como é sim uma escolha de Hollywood por não introduzir atores de outras etnias. Chega a dar um incomodo na espinha como Hollywood está acostumada ao padrão de corpos bronzeados e cabelos lisos, onde todos os adolescentes são esticamente padronizados.

Com esse ponto colocado de lado, junto a competência de Stella Meghie na direção que não chega a cometer erros em enquadramentos e nem com os atores, Tudo e Todas as Coisas é rendido ao clichê de sua trama e perde a chance de arriscar em algo além. É quase um filme desnecessário. Quase.

E isso não é suficiente.

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