Transformers: O Último Cavaleiro é entre os piores, o melhor

Era por volta das oito da noite quando, lá em 2014, saí do trabalho com uma amiga e um amigo para assistir Transformers: A Era da Extinção em 3D em uma daquelas salas XD do Cinemark.

Levando em conta que Michael Bay sempre diz que faz Transfomers para entreter o público e não para que jornalista e critico metido a besta possa escrever alguma besteira, eu decidi assistir o filme sem levar em consideração a exacerbante — gosto dessa palavra porque ela é forte, assim como a queda de qualidade dos filmes dessa saga dos Autobots —  queda de qualidade que crescia a cada novo filme de Transfomers.

Mas foi impossível, afinal o antecessor desse novo filme (O Último Cavaleiro) foi praticamente um insulto aos espectadores. E os problemas eram muitos. Personagens rasos, edição apressada, product placements mal inseridos, um ritmo quase impossível de acompanhar e um excesso gigantesco de pirotecnia e lutas que completavam o sanduíche mequetrefe que é o filme.

Assim, quando fui assistir O Último Cavaleiro na cabine de imprensa essa semana, já esperava pelo pior. Novamente inúmeras cenas desnecessárias, um filme com uma barriga gigante, o ritmo maluco causado pela edição repleta de jump cuts e uma péssima montagem e claro, a ação alucinante que não permite que o público pare e pense no que de fato está acontecendo.

E claro, isso tudo aconteceu. Aconteceu porque Transformers: O Último Cavaleiro é o irmão gêmeo de todos os outros filmes da série, com destaque para a similaridade maior com os filmes mais escrachados pela crítica avaliados até aqui.

A semelhança é tamanha que não é preciso que eu te conte com muitos detalhes qual a sinopse desse quinto filme. Isso porque a trama d’O Último Cavaleiro é praticamente a mesma de todos os outros filmes da série. A Terra está em perigo e os Autobots vão nos ajudar. A diferença é que agora, um dos plots principais é que Optimus Prime (o líder dos heróicos Autobots) virou a casaca e vai lutar contra seus parceiros de causa.

Não surpreso por isso, resolvi sentar na cadeira sem pré-julgamentos, tentar curtir o filme em IMAX 3D e ver o que Michael Bay faria comandando Anthony Hopkins e mais duas atrizes coadjuvantes novas.

No geral, Transformers é novamente uma bagunça com todos os problemas que eu citei parágrafos atrás. Mas o que mais chama atenção é que o filme não representa uma queda de qualidade como seus horríveis antecessor vinham sendo filmes após filme.

O Último Cavaleiro é na verdade até que competente comparado à Era da Extinção. Nesse, quase trinta minutos mais curto, ao menos é possível sair do cinema sem odiar o filme.

Os personagens coadjuvantes são até legais, assim como os novos Autobots que possuem agora mais carisma e personalidade própria, se desprendendo das horríveis e caricatas aparições dos seus precursores. A novata Isabela Moner é uma supresa, assim como Laura Haddock que surpreendem por dar vida à personagens que poderiam ter sido só caricaturas humanas no meio de um monte de máquinas malucas.

Já Mark Wahlberg não surpreende, assim como Anthony Hopkins, que cumprem seus papéis de forma exemplar, como de costume.

Outro ponto interessante é como Michael Bay parece se importar em contar histórias de pessoas, mas acaba cedendo ao exibicionismo cinematográfico que é sua assinatura. E isso prejudica demais o filme ao não dar espaço suficiente para que a história possa, de fato, ser desenvolvida naturalmente.

Com “ser desenvolvida naturalmente”, falo sobre o filme possibilitar que a audiência entenda o que está acontecendo sem o auxílio de vários diálogos expositivos e a narração mais brega da série toda.

O filme ainda falha em conceitos básicos como o “Show, don’t tell”, onde é altamente recomendado que o roteirista “mostre” à audiência o que está acontecendo na história e não encha linguiça “contando” (diálogos expositivos e narração) o que está acontecendo.

Mas a franquia tem futuro? De qualquer forma, Michael Bay deixou um cliffhanger no final (que devo dizer novamente que é o mesmo de todos os outros filmes) para que as sequências possam ser feitas. O diretor americano disse que não vai mais dirigir nenhum filme futuro da série, mas que vai continuar na produção.

Os novos ares que um diretor ou uma diretora podem trazer para a série podem justificar os outros dois filmes já confirmados para ainda essa década. Além disso, uma nova direção pode dar ao filme a repaginada que ele tanto precisa e acabar salvando ao menos esse encerramento da franquia.

Melhor que seu antecessor, Transformers 5, cujo subtitulo no Brasil é O Último Cavaleiro poderia seguir nessa linha e se tornar também o último da franquia, o que infelizmente não vai acontecer. Mas pelo menos é o último de Michael Bay.

Transformers: O Último Cavaleiro estreia dia 20 de Julho no Brasil. Confira o trailer abaixo:

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1 Comment

  • O quarto filme foi de fazer os olhos sangrarem de tão ruim que foi.

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