Walter (Matthew McConaughey) and Roland (Idris Elba) in Columbia Pictures THE DARK TOWER.

A Torre Negra – Crítica

“Eu não miro a mão. Aquele que mira com a mão esqueceu o rosto de seu pai. Eu miro com o olho.
Eu não atiro com a mão. Aquele que atira com a mão esqueceu o rosto de seu pai. Eu atiro com a mente.
Eu não mato com a arma. Aquele que mata com a arma esqueceu o rosto de seu pai. Eu mato com o coração.”

E com estas palavras tão bem escritas por Stephen King, temos o credo do Pistoleiro, um dos personagens mais importantes de “A Torre Negra”. O filme conta a história de Jake Chambers (Tom Taylor), que tem misteriosos sonhos com uma torre, e um Homem de Preto, papel de Matthew McConaughey. A ideia é impedir que este derrube a Torre e permita que o mal do universo invada nossa dimensão. Jake faz isso ao lado de Roland Deschain, conhecido como o último Pistoleiro, interpretado por Idris Elba.

O filme tem uma hora e meia de imersão num universo diferente do nosso, completamente apocalíptico. A hora passa tão rápido, que quando o filme acaba você sente falta da adrenalina proporcionada pelos momentos finais da trama. É uma história que te carrega de forma deliciosa. O tempo todo você torce para os mocinhos acabarem com o vilão impiedoso e cruel. Por sinal, Matthew McConaughey não deixou a desejar como Walter Padick, O Homem de Preto. Já mostrou ser um ator e tanto em diversos papéis, mas o papel de vilão caiu como uma luva.


Digo o mesmo de Idris Elba. A polêmica em cima do personagem do Pistoleiro era grande, já que Roland na história original era um personagem branco, assim como mostram também nas artes conceituais. Mas, Stephen King em pessoa disse que isso não alterou em nada a ideia do filme, e posso afirmar o mesmo. Eu sou um pouco suspeita para falar dele, já que adoro o trabalho dele desde a série Luther, onde ele interpreta um policial bem conturbado. Como Roland, Idris Elba mostrou que pode fazer vários papéis diferentes, de um Deus Asgardiano e Policial Conturbado, para um anti-herói que ganha seu afeto.

Agora, talvez um dos pontos mais fracos de toda a aventura seja o protagonista. Sim, eu sei. Deveria ser o melhor de tudo, além de um bom roteiro. Mas Tom Taylor não convence. Sei que ele é jovem e tem muito o que aprender.Talvez eu esteja exigindo demais, tendo em mente Millie Bobby Brown, uma atriz com a idade próxima a dele e que dá um show de atuação em Stranger Things. Mas não senti empatia com ele, tanto quanto senti com outros personagens coadjuvantes.

Apesar de eu ter amado o filme como uma boa fã de ficção científica, senti falta de algo a mais. Esse é um filme que facilmente teria duas horas e meia de duração. Ainda mais que o livro de Stephen King é recheado de detalhes. Foi uma história um pouco corrida, que poderia ser bem diferente. Poderia ter explorado melhor diversos personagens e momentos da história. Isso corta, e muito, a experiência do espectador.

Mesmo assim, A Torre Negra é um bom divertimento para o público geral, não só para os fãs do gênero. Acredito que os fãs dos livros vão ficar bem nervosos com a ideia, mas vão sentir as referências na pele, e podem gostar muito também. Dê uma chance!

Nota 7.5 de 10

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