Crítica: The Get Down – Parte I (1ª Temporada)

Hoje vamos falar sobre “The Get Down”, mais uma série original da Netflix que conta a trajetória da música e da arte do grafite, as misturas de dois grandes gêneros do Hip Hop, e não poderia existir lugar melhor na história do Bronx nos anos 70, o berço do hip-hop. Criada e produzida por Baz Luhrmann, diretor indicado ao Oscar por Moulin Rouge: amor em vermelho (2001) e Romeu + Julieta (1996), ele dirigiu os dois primeiros episódios, e vem com um formato diferente com total de 13 episódios, mas dividido em duas partes com 6 episódios.

https://www.youtube.com/watch?v=NaxfH5v8YR0

A série mostra o início do Hip Hop, faz você viajar pelo tempo e transportar para o Bronx e Big Apple durante o ano de 1977, focado nos jovens negros e de minorias que são marginalizados, que buscam realizar seus sonhos, mas vive o drama dos adultos nos falando o que devemos fazer e o que é melhor para eles, deixando em segundo plano seus sonhos e sua liberdade. A historia também contextualiza os últimos momentos do sucesso da Disco Music, a transposição da música gospel de influencias da dança, latas de spray, política e Manhattan, o inicio é nocivo, meio infantilizado, mas lhe agrada no termino do primeiro episódio, em seguida mostra coisas sombrias e obscuras de Bronx, que acaba explicando a parte infantil que achei no inicio.

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O roteiro é bem encaixado, mistura todos os movimentos da época e deixa claro os conflitos entre eles, deste a perspectiva da indústria quanto da produção independente, deste a pobreza do Bronx a riqueza de quem mora em Manhattan e curte o estilo Punk Rock. É notável a forma cuidadosa com a série de U$120 milhões produzida pela Netflix, tem romance ao falar de hip-hop fazendo homenagens aos verdadeiros raps, Grandmaster Flash, pioneiro dos scratches e o DJ Kool Herc, também conhecido como Kool Herc, DJ Jamaica considerado o fundador e Pai da Cultura hip-hop, outros são citados com as referencias a disco music.

“The Get Down” é muito bem ambientada, com linda fotografia, lindo figurino e ótimas homenagens ao Grandmaster Flash, talvez o mais talentoso dos discípulos do DJ jamaicano, porem na série temos Shaolin Fantastic sendo discípulo de Flash, que criou o “scratch”, ou seja, a utilização da agulha do toca-discos, arranhando o vinil em sentido anti-horário, como instrumento musical. Além disso, Flash entregava um microfone para que os dançarinos pudessem improvisar discursos acompanhando o ritmo da música, uma espécie de repente-eletrônico que ficou conhecido como Rap, hoje conhecido como freestyle rimas improvisadas sobre uma batida 4×4. Luhrmann adora exagerar, talvez por isto seja dificil compreender o inicio da série, porem isto não me incomoda, mas espero explicações de alguns personagens principais, que foram poucos desenvolvidos na Parte I da 1ª Temporada.

Curiosidade: Para ambientar Bronx, a maioria das cenas são feitos digitais, o nome “The Get Down” é uma organização comunitária estruturada em 1970 em Detroit. A “OGD”, como era conhecida, “Operation Get Down” é um exemplo de organização que oferece lazer, educação, alimentação, auxílio a aposentados, atividades artísticas e materiais educativos á comunidade.

Direção: Baz Luhrmann, Ed Bianchi, Andrew Bernstein, Michael Dinner
Roteiro: Baz Luhrmann, Stephen Adly Guirgis, Seth Zvi Rosenfeld, Sam Bromell, Sinead Daly, Jacqui Rivera, T Cooper, Allison Glock-Cooper, Aaron Rahsaan Thomas.
Elenco: Justice Smith, Jaden Smith, Shameik Moore, Herizen F. Guardiola, Skylan Brooks, Tremaine Brown Jr., Yahya Abdul-Mateen II, Jimmy Smits, Giancarlo Esposito, Yolonda Ross, Kevin Corrigan, Lillias White, Stefanée Martin, Shyrley Rodriguez, Mamoudou Athie.

Uma coisa é certa, se você ama música, vai querer viver dentro de “The Get Down”.

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