Swamp Thing: Monstro do Pântano (Primeira Temporada)

Salve Nosetmaníacos, eu sou o Marcelo Moura e hoje falamos de mais uma sérieda DC Universe sobre o antigo selo Vertigo / DC Comics, que assim como Constantine, foi cancelada e deve migrar para a The CW.

Swamp Thing: Monstro do Pântano: Baseado em Monstro do Pântano de Len Wein, Bernie Wrightson e Alan Moore, desenvolvedores Gary Dauberman e Mark Verheiden, produtores executivos Len Wiseman, Gary Dauberman, Mark Verheiden, James Wan e Michael Clear, distribuição Warner Bros. Television Distribution. Elenco Crystal Reed, Virginia Madsen, Andy Bean, Derek Mears, Henderson Wade, Maria Sten, Jeryl Prescott, Jennifer Beals, Will Patton e Kevin Durand. Empresas produtoras Big Shoe Productions, Inc., Atomic Monster Productions, DC Entertainment e Warner Bros. Television, emissora original nos Estados Unidos DC Universe e Brasil HBO.

Swamp Thing é uma série de televisão americana de super-heróis e terror criada por Gary Dauberman e Mark Verheiden para o DC Universe e baseada no personagem de mesmo nome da DC Comics. Derek Mears interpreta o homônimo Swamp Thing, uma criatura plantae-elementar que luta contra forças malévolas ao redor de um pântano da Louisiana com a ajuda do médico Abby Arcane (Crystal Reed).

A série estreou em 31 de maio de 2019 e sua primeira temporada consistiu em 10 episódios. Logo após sua estréia, a DC Universe anunciou que Swamp Thing havia sido cancelado. Os episódios restantes foram lançados no DC Universe até a conclusão da série em 2 de agosto de 2019.

Sinopse: Abby Arcane é uma pesquisadora da Coordenadoria de Controle de Doenças que precisa investigar um vírus originado de um pântano em Houma, Louisiana com a ajuda do cientista Alec Holland. Quando Holland some misteriosamente, a cidade é então tomada por forças poderosas com o objetivo de explorar as peculiaridades do pântano, o que faz Arcane perceber que talvez seu colega e interesse romântico não tenha desaparecido e sim se tornado um protetor monstruoso.

Crítica: De Wes Craven, passando por Alan Moore até James Wan, a série Monstro do Pântano é de longe, uma das melhores adaptações de HQs para um Live Action na TV, respeitando o original, com referências ao trabalho de Craven e Moore, sendo no mesmo nível de produção que Titãs. O trabalho surpreendendo os fãs da antiga Vertigo com um interessante roteiro de terror para uma adaptação de HQ em uma série. Não que isso já não tenha sido tentado pela concorrente Marvel Comics em 2005, com um filme Live Action de um personagem muito semelhante chamado Man Thing ou O Homem Coisa: A Natureza do Medo de Brett Leonard. O filme com um orçamento de US$ 30 milhões foi um fracasso estrondoso de bilheteria chegando apenas a US$ 1,2 milhões de receita.

A série Monstro do Pântano tem um roteiro que apesar de ser restrita ao universo Vertigo, não deixa nada a desejar e traz uma história coesa, muito ligada ao terror no melhor estilo do diretor Wan, aqui das bruxas americanas ligadas ao Vudo Haitiano nas redondezas e pântanos de Louisiana ou Nova Orleans, tão bem imortalizadas em trabalhos da escritora Anne Rice ou na série American Horror Story. Apesar dos dois primeiros capítulos serem muito focados na apresentação dos personagens e nas melancolias de um passado mal resolvido, após a transformação de Alec em Monstro, o segundo arco abraça o melhor estilo Moore de HQs e avança solenemente no melhor trabalho de uma HQ feita para adultos.

Algumas personagens surpresas aparecem na série como o Vingador Fantasma (esse você precisa reconhecer) e o Demônio Azul (um personagem menor da DC Comics) bem adaptado e divertido. Ainda gostaria de ver o demônio que só fala em rimas, o Entrigan, aparecer em um live action, mas não foi desta vez que o veremos.

Do elenco apenas algumas atuações me chamaram a atenção. Crystal Reed (Teen Wolf e Gotham) como a Dra. Abby Arcane ficou bem no papel da contra parte do Monstro do Pântano, mas não me convenceu com uma médica do centro de epidemias dos EUA, sendo desnecessariamente frágil quando precisava parecer uma líder.

O gigante ator Kevin Durand (The Strain) criou uma nova personalidade com motivações interessantes para o vilão secundário Jason Woodrue, o Homem Floronico. Wondrue já tinha aparecido em outra versão live action da DC Comics, interpretado pelo ator John Glover (Smallville) no filme Batman e Robin (1997) de Joel Schumacher.

O ator Ian Ziering se tornou uma paródia de se mesmo em todos os trabalhos que faz. Conhecido pela clássica série Barrados no Baile, o ator tem feito trabalhos em séries como A Ordem e franquias como Sharknado sendo quase lele mesmo. Aqui Ziering vive Daniel Cassidy, um ator e dublê fracassado que é amaldiçoado a viver preso na cidade até pagar sua divida / promessa.

Macon Blair interpreta uma versão diferente de Vingador Fantasma que me agradou por ser menos um super heróis e mais alguém que quer ajudar as pessoas a encontrar o melhor dentro de si mesmas, como mesmo citado na série, “ajudar as pessoas a passar de lagartas a borboletas”.

Para terminar, a melhor atuação da série e menos aproveitada ficou por conta da menina Elle Graham (Parque do Inferno e Refém).  Graham parece estar em outro nível de atuação me lembrando muito os filmes de Wan para o cinema tal seu nível interpretação de uma menina em contato com o oculto.

Curiosidades: A Marvel Comics, rival da DC, teve um personagem impressionantemente parecido com o Monstro do Pântano, mas criado pouco tempo antes dele, nos anos 70 chamado de Homem-Coisa, também chamado de Coisa Humana ou Man-Thing no original. Devido às estreias muito próximas de cada personagem, é improvável que qualquer um fosse plagiado do outro, em uma entrevista o roteirista do Homem-Coisa Steve Gerber comentou que Len Wein (criador do Monstro do Pântano) e Gerry Conway (criador do Homem-Coisa) foram companheiros de quarto, e lançaram simultaneamente personagens similares por coincidência. Conway trabalhara na Marvel em 1975 e voltou para essa companhia como Editor-Chefe em 1976, depois que Wein havia deixado o mesmo cargo. Gerber pediu mais tarde a Wein que descrevesse a premissa do Monstro do Pântano, e reescreveu o Homem-Coisa para ser diferente da criação de Wein quanto fosse possível. A pouco tempo estreou um filme do Homem-Coisa. O precursor mais conhecido de ambos os personagens foi o monstro vegetal conhecido como The Heap, cuja primeira aparição foi numa revista da Editora Hillman em 1942. Mas mesmo esse personagem pode dever sua existência a uma história anterior, de 1940, escrita por Theodore Sturgeon intitulada It, em que um monstro feito de vida vegetal deteriorada e de um cadáver humano, cria pânico em uma fazenda. The Heap foi mencionado por Alan Moore em sua introdução do Parlamento das Árvores, ainda que não pelo nome.

Houve dois filmes baseados no Monstro do Pântano (o primeiro foi dirigido por Wes Craven), uma série de desenho animado e outra feita com atores. Os fãs freqüentemente consideram estas versões inferiores em termos de qualidade e criatividade, comparados a reinterpretação de Alan Moore.

Apesar de ser lançada pela DC Universe, a série não existe no mesmo universo fictício que as outras séries de live-action do serviço, incluindo Titans e Doom Patrol. A fotografia principal da série começou no início de novembro de 2018 em Wilmington, na Carolina do Norte.

No Rotten Tomatoes , a série possui uma classificação de aprovação de 94% com base em 32 análises, com uma classificação média de 7,32 / 10. O consenso crítico do site diz: “Ao se inclinar para o horror em tudo, Swamp Thing nada profundamente nas trincheiras deste mundo estranho e volta com um bom programa de TV assustador”. O Metacritic , que usa uma média ponderada , atribuiu à série uma pontuação de 67 em 100, com base em críticas de 5 críticos, indicando “críticas geralmente favoráveis”.

Em 17 de abril de 2019, foi anunciado que a produção da série foi inesperadamente interrompida devido a diferenças criativas com a empresa-mãe da DC Universe e Warner Media , reduzindo assim o pedido original de 13 para 10 episódios.  Outros relatórios declararam que a série havia sido cancelada devido a déficits orçamentários após o nível esperado de descontos de impostos oferecidos pelo estado da Carolina do Norte ter sido substancialmente reduzido.  Um representante do DC Universe afirmou que o serviço de streaming estava sendo reavaliado e que não havia planos para uma segunda temporada. Quando perguntado por que especificamente o programa foi cancelado, o porta-voz respondeu: “Infelizmente, não estamos em condições de responder no momento”.

Mears descreveu o cancelamento como um “destruidor de corações” e sentiu que a decisão de cancelar o programa mostrava uma “falta de respeito” da parte da DC. Ele acrescentou que os membros da produção haviam sido informados até o cancelamento “como tudo era incrível … Então é um espaço nebuloso e estranho em que estamos todos agora porque não sabemos oficialmente por que isso aconteceria ou por que eles cancelou “. Em meados de 2019, um movimento com a hashtag #SaveSwampThing começou a se espalhar nas mídias sociais logo após o cancelamento da série, na tentativa de salvar a série. Mears também mostrou seu apoio ao movimento.

Swamp Thing, como mostrado na série, faz uma aparição no evento crossover Arrowverse ” Crisis on Infinite Earths ” através de imagens de arquivo de Mears como o personagem. O evento estabelece Swamp Thing como sendo ambientado no mundo da Terra-19.

A História do Monstro do Pântano nas HQs: O Monstro do Pântano (Swamp Thing) é um personagem de HQs criado por Len Wein e por Berni Wrightson para a editora norte-americana DC Comics e faz parte do selo Vertigo.

Alec Holland nascido em 4 de Setembro de 1963, era um homem que foi transformado num monstro composto por matéria vegetal depois que uma explosão em seu laboratório o encharcou com produtos químicos. O Monstro do Pântano apareceu primeiramente na revista Casa dos Segredos nº 92 (Junho-Julho 1971), com o nome Alex Olsen. No começo do século XX, o cientista Alex Olsen é vítima de uma explosão em seu laboratório planejada por seu colega de trabalho, Damian Ridge, que pretendia matá-lo de modo que pudesse ganhar a mão da esposa de Olsen, Linda. Olsen é transformado pelos produtos químicos e pelas plantas dentro do pântano em um monstro disforme que volta para matar Ridge antes que este possa matar Linda. Incapaz de revelar a Linda sua verdadeira identidade, o Monstro do Pântano volta tristemente pras profundezas de sua nova morada.

Após o sucesso dessa história na Casa dos Segredos, pediram para os criadores originais que escrevessem uma série contínua, mas atualizassem o personagem para o presente e que parecesse mais heróico. O Monstro do Pântano nº1 (1ª série, Outubro-Novembro 1972, por Wein e por Wrightson) estreou, trazendo a nova origem do personagem. O cientista Alec Holland, trabalhando em uma fórmula restaurativa secreta nos pântanos da Louisiana que poderia “fazer florestas brotar dos desertos”, é morto por uma bomba plantada por agentes do misterioso Senhor E, que quer a fórmula. Coberto com os produtos químicos em chamas, Holland foge do laboratório e cai nas águas do pântano. Algumas horas mais tarde, uma criatura que se assemelha a uma planta humanoide aparece. Muitas de suas histórias na antiga fase da revista envolviam o Monstro do Pântano buscando uma maneira de tornar-se outra vez humano.

A principal diferença entre o primeiro e o segundo Monstro do Pântano é que o último parece mais musculoso do que disforme, além de possuir a habilidade de falar. A impossibilidade de falar de Alex Olsen é o principal motivo pelo qual sua esposa era incapaz de o reconhecer.

Foi em Monstro do Pântano nº25 que houve a primeira aparição do personagem John Constantine nas HQs.

As revistas do Monstro do Pântano são consideradas um dos maiores marcos nas HQs americanas, especialmente durante a época em que foi escrita por Alan Moore. Houve quatro séries no total, incluindo diversos especiais. Muitos dos melhores escritores na indústria começaram trabalhando com o personagem ou na HQ Hellblazer.

A primeira série foi de 1972 a 1976, totalizando 24 edições. Nela o Monstro do Pântano enfrenta o mal ao seu redor, enquanto procurava um meio de reconquistar sua humanidade e encontrando ocasionalmente o Dr. Anton Arcane. Este Arcane era seu antagonista tradicional e foi morto diversas vezes, retornando com diferentes formas durante o passar da série (incluindo um velho, uma criatura semelhante a um zumbi, um híbrido robô-aranha-humano e um homem religioso). Os figurantes incluíam Mathew Cable (que, suspeita-se, seja o corvo Mathew que habita o Sonhar de Sandman) que perseguiu o Monstro do Pântano nas primeiras edições e que acreditava que ele fosse o assassino de Linda Holland (a esposa de Alec, que na verdade foi morta por um capanga do senhor E), e Abigail/Abby Arcane, a sobrinha do doutor que tinha o cabelo prateado com uma mecha negra.

Quando as vendas começaram a cair no fim da série, os escritores tentaram reviver o interesse introduzindo estrangeiros, fantasia, alienígenas, e mesmo um irmão e uma cunhada de Alec Holland nas histórias.

A aparição da família de Holland no fim da série marcou essas edições como as mais inábeis. A edição 23 trazia um super-ser chamado Sabre, matando o Monstro do Pântano. O último quadro mostrava Alec Holland inexplicavelmente de volta a forma humana, e seu irmão gritando “Alec Holland vive novamente!”.

Embora o Monstro do Pântano estivesse na capa da última revista dessa série, Holland aparecia como ser humano durante toda a história, na qual ele e seu irmão perseguiam uma criatura chamada Thrudvang. Com o advento da segunda série, todos esses últimos eventos foram ignorados e banidos da continuidade.

Em maio 1982, a DC Comics retomou a série do Monstro do Pântano após o sucesso razoável do filme de mesmo nome dirigido por Wes Craven (diretor entre outros de Pânico e da série A Hora do Pesadelo). A revista (rebatizada como Saga do Monstro do Pântano) ignorou a reversão do Monstro à forma humana, e continuou o a linha de situações super-heroicas e sua inabilidade em encontrar uma cura. O primeiro arco de histórias, escrito por Martin Pasko, levou o Monstro do Pântano a viajar a muitos lugares exóticos, sendo possuído por demônios, e impedindo que a jovem bruxa Karen Clancy destrua o mundo. Na edição 16, os artistas foram substituídos por Stephen Bissette e John Totleben, dois dos três desenhistas que trabalhariam mais tarde na fase escrita por Moore. De acordo com ambos (Bissette e Totleben), eles tentaram contribuir com ideias de histórias para o título, mas Pasko não os ouvia. Nessa época, o Monstro ao Pântano, encontrando-se com Mathew Cable e Abby, que era agora esposa de Cable. Cable se revela um alcoólatra que obteve a habilidade de controlar seres demoníacos, e Anton Arcane retorna como uma espécie de aranha-robô para enfrentar Alec Holland.

Na edição 20, o escritor inglês Alan Moore assumiu o lugar de Martin Pasko. Relativamente desconhecido até então, Moore só havia escrito várias histórias para a 2000 A.D. e para a Marvel UK; mas porque o Monstro do Pântano estava a beira do cancelamento, os editores estavam dispostos a correr qualquer risco que Moore pudesse representar.

O “risco” que Moore correu foi o de destruir e reconstruir todo o conceito do personagem. Na revista nº 20 o Monstro do Pântano leva um tiro na cabeça e é capturado por homens da corporação Sunderland. Na edição 21, na já lendária história Lição de Anatomia, seu corpo foi entregue ao vilão menor Jason Woodrue, que tinha sido empregado por Sunderland para executar uma autópsia.

Durante a autópsia, Woodrue descobriu que a fisiologia do Monstro do Pântano era somente superficialmente humana: seus órgãos eram pouco mais do que imitações cruas e não funcionais de suas contrapartes humanas, e que não havia nenhuma maneira de o corpo do Monstro do Pântano ter-se originado de um corpo humano. Isso significa que o Monstro não era Alec Holland, apesar de pensar assim: Holland tinha, na vegetação do pântano, e a vegetação do pântano tinha absorvido a fórmula, sua mente, conhecimento, memórias, e habilidades. Alec Holland não se curara, porque não havia o que curar. Woodrue concluiu também que, apesar da autópsia, o Monstro do Pântano estava ainda vivo, já que “você não pode matar um vegetal disparando na sua cabeça”.

Com isso, Moore redefiniu o Monstro do Pântano como uma “planta *elemental”, o que deixou o personagem aberto a interpretações muito mais amplas, dando-lhe a habilidade de controlar plantas e de viajar através do “verde”.

Durante a era Moore, o Monstro do Pântano ficou catatônico em decorrência do choque de mergulhar-se profundamente no “verde”, uma dimensão que conecta toda a vida vegetal. Woodrue ficou insano após tentar se conectar ao Verde através do Monstro do Pântano, e Abby teve que revivê-lo a fim de deter Woodrue, depois que este matou uma vila inteira. Retornou aos pântanos (cuja localização se revelou ser a Louisiana), onde encontrou Jason Blood, o dêmonio Etrigan, e em seguida deu um enterro final para Alec Holland.

Matthew Cable, ferido gravemente no arco de história anterior, revelou-se possuído por Anton Arcane, e Abby havia tido um relacionamento incestuoso com ele sem saber. Depois de uma luta contra Cable, este entrou em coma, e a alma de Abby foi enviada ao inferno, mas em uma edição baseada no inferno de Dante, o Monstro do Pântano procurou por Abigail, encontrando personagens tais como o Espectro no caminho, e finalmente a salvando.

Pouco depois disso o arco de histórias American Gothic, que introduziu o personagem John Constantine, onde o Monstro do Pântano teve que viajar a diversas partes de América, encontrando diversos monstros do horror clássico, incluindo lobisomens e zumbis, mas modernizados levando em conta as edições atuais. Esse arco de histórias terminou com um crossover com a megassérie da DC Crise nas Infinitas Terras. Nela também apareceu pela primeira vez o Parlamento das Árvores, que era onde os outros Elementais como ele descansavam depois que seus dias sobre a Terra terminavam, e aqui Moore resolveu o problema de continuidade da primeiro e segundo Monstro do Pântano – o primeiro Monstro do Pântano, Alex Olsen, era parte do Parlamento.

Na sequência a estes fatos, o Monstro do Pântano foi emboscado e sua alma enviada ao espaço. Viajou a diversos planetas antes de retornar para casa no momento mais conveniente a sua vingança.

O que Moore produziu na revista Monstro do Pântano teve um efeito profundo na linha principal de quadrinhos da DC – foi a primeira HQ de “horror” da DC a reaproximar o gênero à orientação para adultos desde os anos 50; e iniciou a ascensão da linha Vertigo de HQs maduros, que foram escritas com os adultos em mente. Saga do Monstro do Pântano foi a primeira série popularizada de HQ a abandonar completamente a autoridade do Comics Code Authority e a escrever diretamente para adultos.

Moore escreveu a série durante 45 edições e foi substituído por Rick Veitch (de quem Moore é admirador confesso), que continuou a história num estilo similar por mais 24 edições. Hellblazer começou a ser publicado então, e as duas séries tiveram vários crossovers. Na era Veitch, o Parlamento das Árvores, acreditando que o Monstro do Pântano havia morrido, criou um Broto (um ser capaz de se tornar um novo monstro do pântano, se encontra um corpo em condições adequadas) para substituí-lo. Quando o Parlamento descobriu que ele ainda estava vivo, deu-lhe a escolha de destruir o novo Broto ou abandonar a Terra para se juntar aos outros parlamentares, já que dois elementais não podiam coexistir sem terríveis conseqüências. Não disposto a sacrificar uma vida inocente, o Monstro contornou a situação tornando o Broto seu próprio filho, engravidando Abby para isso, usando o corpo de John Constantine (esta série recebeu o nome de O Celestial e o Profano). A publicação no Brasil foi interrompida nesse ponto. Mais tarde, durante um evento chamado Invasão, o Monstro do Pântano foi jogado no passado, e atravessou o tempo para retornar ao presente.

A Era Veitch terminou em uma disputa criativa, quando a DC recusou-se a publicar a edição 88 por causa do uso de Jesus como um personagem devido às controvérsias que se levantaram na época pelo filme de Martin Scorsese, A Última Tentação de Cristo, apesar de ter aprovado o script previamente. O desenhista Michael Zulli já tinha terminado parcialmente a arte. Essa atitude repugnou Veitch que abandonou imediatamente o roteiro, já que essa edição deveria ser sua última. Os escritores Neil Gaiman e Jamie Delano, que foram escalados originalmente para serem os escritores seguintes, declinaram educadamente o convite, em atitude de apoio a Veitch.

Doug Wheeler escreveu as edições 88-109, sob o ressentimento dos fãs, embora tivesse escrito o encontro entre Jesus e o Monstro do Pântano na edição 88. Wheeler teve a tarefa infeliz da escrever sob a sombra de Moore e de Veitch, e também de Neil Gaiman, que tinha acabado de escrever Monstro do Pântano Anual e uma minissérie da Orquídea Negra (na qual o Monstro do Pântano aparece). Ele escreveu boas histórias, mas eram visivelmente inferiores as dos três autores. Não ajudou o fato de que estava acompanhado pelo desenhista Pat Broderick, cuja arte-final brilhante e limpa trabalhou mal em um título de horror. Ironicamente, sua época teve algumas das melhores capas da série, ilustradas por John Totleben. O arco de histórias principal dessa fase se desenvolve em torno do nascimento do Broto, que o Monstro e Abby chamaram de Tefé Holland.

A escritora de terror Nancy A. Collins assumiu o roteiro em 1991, escrevendo aproximadamente 28 edições. Escreveu suas histórias com mais foco na fantasia e nos mitos. Introduziu a personagem Lady Jane que se tornou bastante popular, “amarrando” diversas pontas que ficaram soltas durante a era de Moore (que envolviam na maior parte Anton Arcane), e novamente a série ganhou o interesse dos fãs outra vez. O Monstro do Pântano passou a fazer parte oficialmente da linha Vertigo na edição 129.

Mark Millar, na época pouco conhecido nos Estados Unidos, assumiu o título em seguida. Seu primeiro arco de histórias de quatro edições foi co-escrito por Grant Morrison. Mostra um Alec Holland que acorda “de um sonho”. Embora fosse explicado mais tarde como o Monstro do Pântano se tornou humano, o choque desse início elevou o interesse dos leitores.

A maior parte da fase de Millar é dividida em diversos arcos menores, nos quais o Monstro do Pântano primeiramente aprende sobre a existência de vários outros Parlamentos de outras espécies de elementais, e se torna em seguida o campeão deles. Em ordem, estes são pedra, ondas, vapor e fogo. Nas seis últimas revistas, num final apropriado à série inteira, o Monstro do Pântano já é algo muito além da humanidade, praticamente se transformando em um deus que quer livrar o mundo da praga humana para que os outros elementos possam sobreviver. Esta sequência culmina com o Monstro do Pântano transformando-se um elemental planetário, o elemental da própria Terra, e juntando-se ao Parlamento dos Mundos. Foi a mudança mais significativa feita ao Monstro do Pântano desde a reinterpretação de Moore do personagem.

A fase de Millar era mais próxima da de Moore e de Veitch do que de seus predecessores imediatos, especialmente em seu uso de estrelas convidadas do universo DC mais tradicionais. Uma de suas realizações inclui a reintrodução de Anton Arcane, ressuscitado e convertido em um devoto fervoroso, levantando a pergunta de se o mal poderia ter mudado após tudo.

Escrita por Brian K. Vaughan e desenhada por Giuseppe Camuncoli em 2000-2002, a terceira série focalizou-se na filha do Monstro do Pântano, Tefé Holland. Mesmo que cronologicamente ela devesse ter 13 anos, os eventos que ocorreram na fase precedente fizeram com que aparecesse como uma adolescente. Devido às circunstâncias de como foi concebida (o Monstro do Pântano, possuindo John Constantine, não estava ciente de que ele recebeu uma transfusão de sangue de um demônio), ela manteve o poder tanto sobre plantas quanto sobre a carne. Enquanto a ideia de uma protagonista adolescente era original, a série em si foi decepcionante, cometendo diversos erros graves de continuidade (a onipotência do Monstro do Pântano nunca foi mencionada) e contendo personagens (como um samurai vegetal chamado Kudzu) menos importantes do que redundantes. O script brilhou em determinados momentos, tais como um encontro entre Tefé Holland e John Constantine, e Vaughan escreveria mais tarde HQs de qualidade superior como Y: The Last Man e Ex Machina. A história de Tefé foi interrompida na edição 20, na qual após comer da árvore do conhecimento viu duas visões de futuros possíveis, e escolheu não seguir nenhuma delas.

A quarta série começou em 2004, com os escritores revezando-se entre Andy Diggle, Will Pfeifer e Joshua Dysart. Na série atual, Tefé Holland e o Monstro do Pântano revertem a sua forma de monstro de material vegetal após o primeiro arco de histórias, e está trabalhando para recuperar seus poderes sobre as plantas.

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