His Dark Materials ou Fronteiras do Universo: A Bussola de Ouro (Primeira Temporada).

Salve Nosetmaníacos, eu sou o Marcelo Moura e hoje falamos de mais uma tentativa de se adaptar uma franquia literária na TV pela BBC e HBO, após um fracasso no cinema.

His Dark Materials: Série de televisão: Em novembro de 2015, o canal britânico BBC One fez uma parceria com a New Line Cinema e a Bad Wolf (ex-produtora de Doctor Who), para a adaptação da trilogia principal em uma série de TV, que seria produzida no País de Gales em oito partes iniciais. A produção da série marcou a primeira incursão da New Line na televisão britânica.

O autor Phillip Pullman falou sobre a adaptação: “nos últimos anos temos visto o quanto as histórias televisivas, tanto adaptações (Game of Thrones) ou originais (The Sopranos e The Wire), podem alcançar as profundezas da caracterização e picos e suspense por terem tempo de fazer os eventos terem o seu impacto adequado e das consequências se resolverem. Por todas estas razões, estou encantado com uma perspectiva televisiva de His Dark Materials. Estou especialmente satisfeito com o envolvimento de Jane Tranter, cuja experiência, imaginação e unidade são inigualáveis. Quanto à BBC, ela não tem suporte mais forte do que eu. Eu não poderia estar mais satisfeito com esta notícia.”  A série His Dark Materials estreou em 3 de novembro de 2019.

His Dark Materials – Fronteiras do Universo (2019): Baseado em His Dark Materials de Philip Pullman, produtores Laurie Borg, produtores executivos Otto Bathurst, Carolyn Blackwood, Joel Collins, Toby Emmerich, Deborah Forte, Julie Gardner, Tom Hooper, Ben Irving, Dan McCulloch, Philip Pullman, Ryan Rasmussen, Jack Thorne e Jane Tranter. Distribuição BBC Studios (Reino Unido) e HBO (internacional), roteirista Jack Thorne. Elenco Dafne Keen, Ruth Wilson, Anne-Marie Duff, Clarke Peters, James Cosmo, Ariyon Bakare, Will Keen, Lucian Msamati, Gary Lewis, Lewin Lloyd, Daniel Frogson, James McAvoy, Georgina Campbell e Lin-Manuel Miranda. Empresas produtoras BBC Studios, Bad Wolf, New Line Cinema e Scholastic, emissora original Reino Unido BBC One e Brasil HBO, formato de exibição em 4K (Ultra HD) e transmissão original dia 3 de novembro de 2019.

A primeira temporada, de oito episódios, estreou em 3 de novembro de 2019 na BBC One, no Reino Unido e em 4 de novembro na HBO, nos Estados Unidos e em outros mercados. Antes da estréia, His Dark Materials já havia sido renovada para uma segunda temporada, também de oito episódios que deverá chegar em 2020.

Sinopse: His Dark Materials se passa em um mundo alternativo, onde todos os humanos têm companheiros animais chamados daemons, que são a manifestação da alma humana. A série segue a vida da jovem Lyra (Dafne Keen), órfã que vive com os estudiosos do Jordan College, Oxford. Como no romance de Pullman, Lyra descobre um segredo perigoso que envolve Lorde Asriel (James McAvoy) e Marisa Coulter (Ruth Wilson). Em sua busca pelo amigo desaparecido, Lyra também descobre uma série de sequestros e seu vínculo com a substância misteriosa chamada Pó.

Crítica: A primeira adaptação da Bussola de Ouro (primeiro livro) nos cinemas foi uma aposta grandiosa e polêmica, (critica no site), que se assemelhava muito a outras adaptações literárias como Nárnia e Harry Potter, apresentando um primeiro e segundo arco ótimos, cheio de efeitos especiais e atore famosos, com uma história coerente, mas que se perdeu terrivelmente no terceiro arco devido a divergências entre os produtores por não aceitar adaptar ao pé da letra o final do livro. Com isso a história se perdeu na quantidade imensa de personagens da história e suas sub tramas, não conseguiu da o climax necessário para apresentar o verdadeiro vilão a altura da história e essas mudanças foram decisivas para desagradar os fãs trazendo uma morna bilheteria, pondo fim a possível franquia.

Já na série, a substituição de Daniel Craig para o versátil James McAvoy (X-Men), como Lorde Asriel, foi por demais acertado. Craig (007 e Millenium) teve cenas demais cortadas no filme e parecia um agente secreto a serviço do governo contra a igreja, já McAvoy da mais consistência ao seu personagem se preocupando nas motivações de Lorde Asriel do que ser um personagem frio e calculista. Outro aparente acerto foi a troca da talentosa Nichole Kidman (Aquaman e De Olhos Bem Fechados) por Ruth Wilson (Luthor e The Affair) como Marisa Coulter. A versão de Wilson parece mais imponderada e inteligente, como a versão literária, do que a versão imprevisível e escandalosa de Kidman, principalmente nas cenas finais do filme, onde usaram uma duble de corpo para finalizar as gravações. .

Se fui apaixonado pela interpretação da Dakota Blue Richards (Juventude a Flor da Pele), posso dizer que a jovem e talentosa Dafne Keen (Logan) como Lyra Belacqua mantém a mesma qualidade de interpretação, cativante e apaixonante como a personagem pede.

Os primeiros capítulos da série deixaram um pouco a desejar na questão do ritmo da trama, mas ainda assim mantendo todo o esperado do livro e do filme, parecendo aprender com os erros e se corrigindo da metade para o final. Não posso dizer que me apaixonei pela série, mas quero muito ver a onde ela vai nos levar na segunda temporada.

Curiosidades: His Dark Materials é uma série literária de fantasia e ficção científica escrita pelo autor britânico Philip Pullman e que compreende a trilogia formada pelos livros A Bússola de Ouro (1995), A Faca Sutil (1997) e A Luneta Âmbar (2000). A série segue o amadurecimento de duas crianças, Lyra Belacqua e Will Parry, em sua jornada por uma série de universos paralelos com um pano de fundo de eventos épicos.

A história envolve elementos de fantasia, como feiticeiras, ursos-polares falantes e daemons, enquanto emprega conceitos e idéias de uma ampla gama de campos, como a física, a filosofia e a teologia. Parcialmente inspirada no poema Paraíso Perdido, de John Milton, a trilogia faz uma reinterpretação do tema da queda da humanidade e foi alvo de controvérsia por conta de seus aspectos de crítica à religião.

Pullman publicou, até o momento, três livros derivados da trilogia: as histórias curtas Lyra’s Oxford (A Oxford de Lyra), em 2003, e Once Upon a Time in the North (Era uma vez no Norte), em 2008, e o romance La Belle Sauvage, primeira parte de The Book of Dust (O Livro das Sombras), em 2017.

Uma adaptação cinematográfica do primeiro livro da série, A Bússola de Ouro, foi produzida pela New Line Cinema e lançada em 2007. Em novembro de 2015, o canal BBC One, em parceria com a New Line e a Bad Wolf, anunciou a produção de uma série de televisão baseada na trilogia, contando a primeira temporada com oito episódios.

A trilogia tem lugar através de um multiverso, deslocando-se entre muitos mundos alternativos. Em A Bússola de Ouro, a história tem lugar em um mundo com algumas semelhanças com o nosso, de estilo similar à era vitoriana, onde a tecnologia não tinha evoluído para construir automóveis ou aviões, sendo os zepelins um notável meio de transporte. Pullman utiliza a retórica para dar a entender que no mundo de Fronteiras do Universo as diversas igrejas cristãs, dentre elas a Igreja Católica, Ortodoxa e as demais Igrejas Protestantes se fundiram: por exemplo, João Calvino, um dos mais notáveis reformadores protestantes, foi no mundo da série um Papa. A Igreja (Magisterium) controla todo o mundo ocidental e provavelmente o oriente também.

Um aspecto distintivo na história de Pullman vem de seu conceito de Daemon. Em vários universos, a partir do nascimento, a alma humana se manifesta ao longo da vida como um animal que sempre fica perto de seu homólogo humano. Daemons normalmente só falam com seus seres humanos, mas podem se comunicar com outros seres humanos e daemons autonomamente. Durante a infância, o daemon pode mudar a sua forma para qualquer animal que desejar, mas na adolescência ele se fixa em uma única forma. A forma final revela a verdadeira natureza da pessoa e personalidade, o que implica que esta está estabilizada depois da adolescência.

O universo de Fronteiras do Universo tem interessante tecnologia; à primeira vista, parece consideravelmente atrás do nosso próprio mundo, mas, em certos domínios, é igual ou ultrapassa nossa. Por exemplo, ressalta que no mundo de Lyra tem-se conhecimento tanto da metafísica, como da física quântica. Em A Luneta Àmbar, usando uma amostra de DNA, uma pessoa pode acompanhar outra de qualquer universo e perturbar o tecido do espaço-tempo para formar um profundo abismo no nada, forçando o alvo a sofrer um destino muito pior do que a morte normal.

Controvérsias: Pullman manifestou surpresa sobre o que ele encara como um baixo nível de críticas por His Dark Materials por motivos religiosos, dizendo “Eu tenho sido surpreendido pela forma como há poucas críticas, Harry Potter tem recebido todas as críticas… Entretanto, eu fui direto ao ponto, dizendo coisas que são muito mais subversivas do que qualquer coisa que o pobre Harry disse. Meus livros são sobre matar Deus”.

Alguns dos personagens de His Dark Materials criticam a religião institucionalizada. Ruta Skadi, uma feiticeira e amiga de Lyra, convoca pessoas para a guerra contra o Magisterium dizendo que “Na história das Igrejas… tentaram suprimir e controlar todos os impulsos naturais. E quando não pode controlá-los, eles os cortavam” (alusão à castração). Skadi depois estende as críticas à toda religião: “Isso é o que a Igreja faz, e cada igreja é a mesma: controla, destrói, oblitera todo bom sentimento”. Nesta parte do livro, as feiticeiras fizeram referência à forma como são tratadas criminalmente pela igreja em seus mundos. Mary Malone, uma dos principais personagens da série, afirma que “… a religião cristã é um erro muito poderoso e convincente”. Anteriormente uma freira católica, ela desistiu de seus votos quando se apaixonou, duvidando então de sua fé. Pullman já avisou, no entanto, que os pontos de vista expressos no livro não são os seus, dizendo de Malone: “Mary é uma personagem de um livro. Mary não sou eu. É uma história, e não um tratado, um sermão ou um trabalho de filosofia”.

Pullman retrata a vida após a morte de modo muito diferente do conceito cristão de paraíso e inferno: no terceiro livro, The Amber Spyglass, o pós-vida é um submundo desolador, semelhante à visão grega, aonde harpias atormentam as pessoas sussurrando-lhes nos ouvidos seus erros cometidos em vida. A “Autoridade” de Pullman é considerado Deus, sendo o primeiro anjo a ter surgido a partir do Pó. Pullman torna explícito que a Autoridade não criou o mundo, e sua trilogia não especula sobre quem ou o que poderia tê-lo feito. Os membros da Igreja são geralmente apresentado como zelotas.

Cynthia Grenier, da cultura católica, disse: “No mundo de Pullman, o próprio Deus (a Autoridade) é um implacável tirano”. “Sua Igreja é um instrumento de opressão, e o verdadeiro heroísmo consiste em derrubar os dois”. William A. Donohue, da Liga Católica, descreveu a trilogia como “ateísmo para crianças”.

Pullman, no entanto, encontrou o apoio de alguns outros cristãos, sobretudo de Rowan Williams, o Arcebispo de Cantuária (chefe espiritual da Igreja Anglicana), que afirma que os ataques de Pullman incidem sobre as limitações e os perigos do dogmatismo e do uso da religião para oprimir, e não no cristianismo em si.

Philip Pullman anteriormente tinha proposto a série o nome “The Golden Compasses”. Esse termo também é tomado de Paraíso Perdido, onde ele se refere ao pó, “compassos”, com qual Deus moldou o mundo, uma idéia também retratada na pintura de William Blake, O Eterno, outra inspiração para a série.

Em 2002, a New Line Cinema comprou os direitos autorais da série e iniciou a adaptação do primeiro livro. O resultado foi o filme The Golden Compass (A Bússola de Ouro), lançado em 2007. O filme é uma adaptação do primeiro livro da série, Northern Lights, apesar de incorporar alguns elementos dos dois volumes seguintes.

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