Freaks – Um de Nós (2020).

Salve Nosetmaníacos, eu sou o Marcelo Moura e hoje falamos de mais um filme de super heróis da Netflix.

https://www.youtube.com/watch?v=hn5o-dR2AMc

Freaks: You’re One of Us (2020)

Freaks: You’re One of Us é um filme alemão de 2020 dirigido por Felix Binder, escrito por Marc O. Seng e estrelado por Cornelia Gröschel, Tim Oliver Schultz e Wotan Wilke Möhring. Distribuído pela Netflix, com data de lançamento em 2 de setembro de 2020.

Sinopse: Levando uma vida medíocre, com dividas e quase perdendo a casa, uma cozinheira encontra um mendigo misterioso que lhe afirma ser um super heróis e que ela mesmo também é um deles. Após algum descrédito a cozinheira descobre que tem superpoderes e descortina uma conspiração de sabor amargo.

Crítica: Aparentemente não existe mais uma fórmula inédita para filmes e séries de super heróis e estou cansando de ver as mesmas convenções repetitivas ao extremo, me dando uma saudade de Stan Lee, e Jack Kirbe, que com pouco, faziam muito. A fórmula dos live actions para tv, que na maioria das vezes é de pessoas superpoderosas que vivem escondidas ou sendo enganadas para não assustar a sociedade, filmes policiais onde os super são discriminados e caçados, mesmo que aqui a linha entre o bem e o mal seja sutil, já cansou e Freaks cai no mesmo erro do comum.

Passando por esta abertura podemos citar trabalhos que valem a pena ser conferidos, dos melhores ao piores que você precisa assistir, como os épicos The Boys e Umbrella Academy, os razoáveis Warrior Nun e Project Power aos abaixo do esperado The Old Guard e Ragnarock, são interessante streamings que você não pode perder, com o mínimo de inteligência e entretenimento necessários para entreter o público.

Voltando a Freaks da Netflix, não há nada de novo e aos 30 minutos você já tem plena sensação que já viu tudo, que vai ser surpreendido, ou que pelo menos vai acontecer algo novo para se interessar pelo projeto, que é uma repetição caseira e sem o menor esforço do que falamos até agora.

Felix Binder e Marc O. Seng (Dark) parecem copiar a Marvel Comics nos conceitos do Homem Aranha (Stan Lee) ou em um antigo projeto chamado O Novo Universo (1986) de Jim Shooter, onde seres humanos após um evento descobrem poderes e tem que aprender a lidar com eles, se tornando vilões e heróis por motivos sociais e pessoais, como exemplo se já eram egoístas ou egocêntricos na sua vida normal, os poderes apenas aumentariam isso. Blinder e Seng até tentam dar profundidade e motivação aos seus personagens, mostrando situações bullyng (no colégio e trabalho), problemas familiares, além de uma empresa que controla os humanos poderosos através de remédios que cancelavam os poderes, com a desculpa da ansiedade ou mesmo de uma lavagem cerebral quando eram apenas crianças, mas infelizmente o roteiro é tão simplista que usa tudo isso apenas no momento que interessa, se auto explicando o tempo todo, muito longe de uma Vought (The Boys), nada parece ter a força que deveria.

Do elenco Cornelia Gröschel (Wendy) faz uma heroína extremamente poderosa quando convém, mas na hora da briga perde todas. Uma mãe de família tímida, trabalhando como uma cozinheira frustrada, com um marido falido, uma eterna cara de choro e que com os poderes recém descobertos consegue um meio de sair da falência (com grandes poderes vem uma grande responsabilidade), até o momento em que sua consciência e seus atos tenham uma reação negativa em sua vida. Gröschel poderia render mais para parecer a futura líder de uma resistência de super seres, pois em nenhum momento a vejo explorar taticamente como uma líder, apenas uma cozinheira de um Fast Food que descobriu poderes e age de acordo com cada situação por necessidade.

Tim Oliver Schultz (Elmar ou Eletro Man) interpreta um adolescente mimado que descobre ter poderes elétricos, quase um “Peter Parker do Mal que foi picado por uma lâmpada”, Schultz interpreta como “uma porta”, com o mesmo rosto para tudo, Seu personagem tem o mesmo problema de conveniência que o roteiro, onde em momentos é super poderoso capaz de invadir o laboratório com dezenas de guardas sozinho e logo após, perder uma luta simples por falta de determinação. Sua fixação por HQs, seus óculos nerd e pais ausentes que não o entendem parece uma tentativa do diretor de aproximar o personagem ao universo Geek dos adolescentes que queriam ter poderes, mas é só isso.

A psiquiatra médica interpretada por Nina Kunzendorf é o maior fracasso de vilã do filme. Fico realmente preocupado com a escola de atuação alemã, se este for o melhor exemplo de atuações. Kunzendorf faz um personagem sem passado, motivação ou o mínimo de conexão com a situação, é apenas uma ferramenta do roteiro para criar situações sem explicar qual sua verdadeira função no filme. Tem uma cena que ela invade uma acareação policial como se fosse de uma agencia governamental de alto nível, mas fica só nisso. Até Kunzendorf parece não entender suas motivações e o tempo todo interpreta longe de ser uma vilã, mas uma médica com piedade pelos seres poderosos, tratando os como doentes, mas em nenhum momento explicando a quem ela responde, qual sua função no geral, pois no seu laboratório, ou agência governamental, aparentemente tem mais seres poderosos do que guardas e o sistema todo cai com apenas uma falta de luz no bairro.

O roteiro possui tantos buracos de motivação e visual que até assusta. Dos remédios tomados não há uma real explicação de como atuam, já que há pessoas e poderes extremamente diferentes, Outro ponto é que tudo dá para se fazer a pé no filme, convenientemente desde a casa da heroína até o laboratório, tudo se conecta a pé e no final você sai com a sensação que jogou 90 min de sua vida com um filme que não entretém.

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