Fantasy Island ou A Ilha da Fantasia: Da Clássica Série ao remake de 2020

Salve Nosetmanicos, eu sou o Marcelo Moura e hoje vamos falar de mais um fracassado remake para os cinemas do nosso século, que faz vergonha a uma ícone série de 1978.

Fantasy Island – A Série

Com o gênero drama e aventura, a A Ilha da Fantasia tinha duração de 60 minutos em cada capítulo. Seu criador foi o escritor Gene Levitt, os produtores lendários Aaron Spelling (Barrados no Baile, Casal 20, O Barco do Amor e As Panteras) e Leonard Goldberg (As Panteras Detonando, Jogos de Guerra e Dormindo com o Inimigo). No elenco os imortais Ricardo Montalbán (Star Trek), Hervé Villechaize, Kimberly Beck, Wendy Schaal e Christopher Hewett. A série foi exibida pela pela emissora de televisão original nos EUA e ABC, com transmissão original de 14 de janeiro de 1978 a 19 de maio de 1984, com seis temporadas e 157 capítulos, mais um piloto. Ganhou em 1998 uma nova versão, que duraria apenas meia temporada e um filme em 2020. A série conta a história de uma ilha paradisíaca onde qualquer desejo pode ser realizado. O anfitrião dessa ilha é o senhor Roarke, juntamente com seu auxiliar, o pequeno Tattoo, um anãozinho muito simpático, contava histórias e dramas pessoais dos visitantes que vinham para se divertir, mas acabavam resolvendo problemas pessoais.

Curiosidades: Como a série se passava numa ilha paradisíaca onde se passavam temporadas, vários atores fizeram participações especiais nos mais de 150 episódios, entre os quais Dick York e Dick Sargent, os dois intérpretes de James, o marido de Samantha em A Feiticeira. Os dois únicos atores fixos em todos os episódios eram Ricardo Montalban e o anão Hervé Villechaize. Hervé Villechaize, quatro anos antes, havia participado do filme 007 contra o Homem da Pistola de Ouro, como Nick Nack, mordomo de Francisco Scaramanga, “o Homem da Pistola de Ouro”. Ironicamente, ou não, tanto Scaramanga quanto Roarke costumavam se vestir da mesma forma: Terno branco contrastando com gravata preta. O astro da série, Ricardo Montalban, interpretou um dos maiores vilões da saga de Jornada nas Estrelas, Khan, no episódio “Sementes do Espaço” (“Space Seed”) da série clássica e no segundo filme para cinema, Jornada nas Estrelas II – A Ira de Khan. Em 1983, a Warner Bros. produziu um filme de animação chamado “Daffy Duck’s Movie: Fantastic Island”, onde selecionaram Daffy Duck (pensado no Senhor Roarke) e Speedy Gonzales (pensado no pequeno Tattoo) para serem os acolhedores da ilha. A trilha de fundo também tem uma sinfonia bastante parecida com a da série. A paródia também fez sucesso no Brasil e em Portugal, onde foi editado a VHS (mais tarde foi a DVD) nos países. Em Portugal, o VHS/DVD foi o último DVD dos Looney Tunes, da coleção Warner Kids.

No Brasil a série foi apresentada pela Rede Globo na década de 1980, no horário nobre e depois na Sessão Aventura. Em 1987 estreou na TV Manchete, sendo exibido diariamente às 19h30. Entre os anos de 1989 e 1991 foi apresentada nas madrugadas da Manchete até desaparecer da programação da emissora. Em 2004, depois de longa ausência na TV brasileira, a série voltou a ser exibida pela Rede 21 e pelo canal TCM diariamente. Também foi exibida pela Rede Brasil de Televisão e pela Ulbra TV. Após alguns anos de série, uma piada passou a aparecer sempre dita pelo personagem Tatoo, quando os convidados questionavam de onde vinham so poderes da ilha ou do seu anfitrião, Sr.  Roarke. Tatoo deixava na dúvida se eram dons divinos ou infernais, de uma maneira divertida, como uma piada, pois tudo poderiam ser apenas truques de um grande ilusionista.

Fantasy Island (2020)

Direção Jeff Wadlow, produção Jason Blum, roteiro Jillian Jacobs, Chris Roach e Jeff Wadlow, baseado em Fantasy Island de Gene Levitt. Elenco Michael Peña, Lucy Hale, Maggie Q, Portia Doubleday, Jimmy O. Yang, Ryan Hansen e Michael Rooker. Companhia produtora Columbia Pictures e Blumhouse Productions, distribuição Sony Pictures Releasing,

Sinopse: Uma ilha mágica no meio do Oceano Pacífico oferece aos seus visitantes a possibilidade de realizar seus sonhos e viver aventuras que parecem impossíveis em qualquer outro lugar. Porém, como avisa o anfitrião da ilha, Sr. Roarke (Michael Pena), realizar seus desejos pode não acontecer da maneira esperada.

Crítica: Quando anunciaram um remake de Ilha da Fantasia, com uma proposta de filme de terror, eu até que me empolguei em ver, mesmo sabendo que a maioria dos remakes para o cinema de séries clássicas dos anos 60 a 90, foram um fracasso de experiência e bilheteria, como A Feiticeira, Chip´s, Perdidos no Espaço, entre tantos outros. Mesmo assim, eu quis arriscar, paguei para ver e digamos que até os quinze primeiros minutos, o diretor sonolento Wadlow (Kick Ass 2) conseguiu me enganar, como um proposta interessante e saudosista de roteiro para filme B, com fantasias que poderiam render boas histórias e até homenagens não só a série, mas também a filmes cults de terror. O problema é que fica só nisso mesmo, o filme cai um uma espiral de reviradas sem sentido, sem um vilão ou um herói, apenas um roteiro reto que vai se resolvendo a partir de flashbacks para dar andamento a história e o envolvimento dos personagens, que no final não tinham Fantasias e não fica claro qual o real sentido da ilha. Principalmente em um mundo moderno, quem morreu lá morreu, policia para que, investigação para que, o importante é ir embora de avião. No final lembrei muito das séries da MTV , como Um Final de Semana com meu Ex e por ai vai. Completamente sem sentido e com um final piegas demais revelando algo de maneira aleatória que poderia passar até desapercebido se você já estivesse se perguntando porque estou aqui.

Do elenco o bom humorista Michael Peña, da franquia Homem Formiga da Marvel, se perde tentando dar densidade ao clássico personagem Mr. Roarke, sem o mesmo charme enigmático de Ricardo Montalbán. Montalbán parecia um anjo caído, um ser extra temporal, totalmente diferente do personagem de Penã que parecia mais um porteiro que não tem as chaves dos quartos. Penã já tinha feito um outro péssimo remake com Chips, mas parece não ter aprendido a lição e se arriscou em outro péssimo papel. O resto do elenco passa longe de valer a pena citar, tão perdidos no próprio roteiro e em cenas nada a ver, mas gostaria de citar o péssimo Jimmy O. Yang como Brax, que em sua cena final é tão melancólico que dá vontade de chorar e a participação especial de Michael Rooker (Guardiões da Galaxia), que não merecia uma ponta tão ruim. Terminando essa matéria só posso dizer obrigado a Montalbán por ter criado um personagem tão ícone.

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