Rotas de Ódio – Polícia quando LGBTQ precisa

Em tempos de direitos civis a minorias, empoderamento ou outros movimentos de protestos e manifestações culturais em favor de setores sociais considerados marginalizados, sempre tem quem abraça essa mudança e tem aqueles com a síndrome da idade de ouro que idealizam o passado e culpam tais mudanças pelos erros da atualidade.

Enquanto em alguns países tais questões já foram resolvidas, tem países que tais leis geram debates resultando em mortes tanto em países de primeiro mundo quanto de terceiro. Cada tem suas questões a resolver independente do IDH. No Brasil, não é diferente. Assim é o tema da série dirigida e roteirizada por Susanna Lira, livremente inspirada no trabalho realizado pela Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI) de São Paulo.

A série ROTAS DO ÓDIO promove um mergulho no submundo dos crimes de intolerância e racismo no coração de São Paulo. A trama se desenvolve na única delegacia de combate a crimes de ódio no Brasil pertencente a delegada Carolina Barreto (Mayana Neiva) e sua equipe no combate a crimes de ameaças a assassinatos.

Seu principal objetivo é desmantelar a gangue de skinheads Falange Branca, comandada pelo obcecado playboy Guillherme Zooter, também conhecido como Jason (André Bankoff), que acumula passagens pela delegacia por espalhar o terror na cidade cometendo crimes principalmente contra gays, negros, nordestinos e estrangeiros.

A delegacia vive sob a ameaça constante de ser extinta pela Secretaria de Segurança, o que gera mais tensão para a delegada e sua equipe, que não podem dar um passo em falso. Também povoam este universo disputas entre membros da equipe, conflitos pessoais como vícios e compulsões, os bastidores das investigações e dilemas éticos. Ao longo da primeira temporada, a Falange Branca fará várias vítimas, inclusive eliminando um policial da própria equipe da delegacia, o que provoca uma grande virada na história, transformando os policiais em verdadeiros vingadores sem limites, não mais movidos pela razão e sim pelo ódio.

Exibida pela Universal Channel, investirá na visibilidade trans. Mais precisamente nos crimes contra travestis e mulheres transexuais e tal elenco desse núcleo haverá atrizes trans.

Uma delas é a atriz Renata Bastos, que em uma das fotos divulgadas aparece com hematomas no rosto e sugere que é agredida durante um dos episódios. E outra é a cantora e atriz Renata Peron, que aparece em uma manifestação contra a transfobia.

Peron é conhecida pela carreira na música popular brasileira, com pelo menos três CDs gravados e no último ano estrelou o espetáculo Pobre Super-Herói – o Avesso do Herói. Já Bastos é artista performática, modelo e produtora, tendo atuado em filmes como Carandiru (2003) e Crime Delicado 2005. Elas estão confirmadas no elenco e contracenam com a protagonista cis Mayana Neiva e o ator cis Antonio Saboia interpretando o braço direito da delegada e chefe de operações Julio Pedrazza que começou na polícia como psicólogo em presídios atendendo aos internos.

O drama é uma coprodução entre a Panorâmica, a Modo Operante e a NBCUniversal International Distribution. Rotas do Ódio contará com duas temporadas com cinco episódios cada. A segunda temporada está prevista para o mês de setembro. O roteiro e a produção contou com a consultoria de texto de Barry Schkolnick, conceituado roteirista americano, com passagem prévia pelas famosas séries The Good Wife e Law & Order. Dado o terreno, é preciso saber o quanto a série irá evoluir.

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