Review do filme de terror “Mama”: amor de mãe é eterno.

Poucos são os filmes que realmente assustam. Infelizmente, a tendência é a de produções que abusam do gore, aqueles onde o excesso de sangue e violência beiram o mau gosto.
Sou um apreciador há longa data dos filmes do gênero, porém a frequência com que vejo tais filmes caiu, seja pela baixa qualidade das novas safras ou pelos enredos repetitivos e fracos.
Mas nem tudo são pesadelos…
Recentemente tive o prazer de assistir ao filme ‘Mama’. Dirigido por Andrés Muschietti e produzido por Guillermo del Toro. Honestamente, a citação do nome de del Toro foi o fator que me levou a buscar conhecer a obra que, para mim, é uma das melhores dos últimos anos no gênero terror.

A trama

Basicamente não há muito de original na história. Um homem mata sua esposa e leva as filhas para uma cabana no meio da floresta. Ao chegar lá, o desespero toma conta de sua mente quando percebe o erro que cometeu. Sem esperanças, o pai das crianças decide matá-las e, posteriormente, se matar. Mas há algo que não irá permitir essa atrocidade.

Cinco anos se passam. Um grupo de caçadores, contratado pelo tio das meninas, acaba por localizá-las na mesma casa na floresta. Tudo aponta para um final feliz… que está longe de ocorrer.

A partir daí, a reintegração das meninas ao âmbito familiar, a luta pela convivência pacífica entre elas, o amparo do tio delas e sua mulher, além da presença de uma entidade que jamais abandona as garotas, são uma pequena parte do que ocorre. Tudo envolto em mistério e medo…

Aparição

A narrativa leva a entendermos que a entidade acompanha as crianças, não importa para onde vão. Entretanto, as formas como ela surge é que dão o tom de medo quase insuportável em muitas cenas. Outro ponto assustador é o convívio “normal” entre as garotas e a entidade que chamam de ‘Mama’. Aos poucos percebemos que Mama é uma criatura possessiva, tal como uma mãe verdadeira. Ela irá lutar por suas ‘filhas’ com todas as forças. E o que não lhe falta é força.

Suspense

O ponto alto da trama não é o final. Ao contrário de muitos filmes que apostam tudo no fim (que ainda assim, nesse filme é ótimo), Mama prima pelo desenvolvimento de uma história coerente. Assim, logo somos levados a acreditar que a entidade realmente ama as meninas. Há uma interação entre as garotas e o fantasma que chega a – literalmente – assombrar. É suspense em quase todas as cenas, o que, novamente, me surpreendeu demais.

Atuações

Percebi que a escolha do elenco ocorreu com base em uma seleção criteriosa. Atores famosos como Nikolaj Coster-Waldau que é o Jamie Lannister em Game of Thrones e Jessica Chastain, de Zero Dark Thirty são boas escolhas, mas a representação das meninas é o ponto alto do filme, principalmente a atriz Isabelle Nelisse. Podem acreditar que haverá momentos em que vocês irão ter pena da menina e, em contrapartida, a odiarão. Mesmo para um filme de terror (onde geralmente os atores não são o que podemos chamar de concorrentes ao Globo de Ouro) a coerência dos atores é surpreendente.

Eis os nomes do elenco principal:

  • Jessica Chastain … Annabel
  • Nikolaj Coster-Waldau … Lucas Kenzo
  • Megan Charpentier … Victoria
  • Morgan McGarry … Jovem Victoria
  • Isabelle Nélisse … Lilly
  • Maya Dawe … Jovem Lilly
  • Sierra Dawe … Lilly Quando muito Nova
  • Daniel Kash … Dr. Dreyfuss
  • Javier Botet … Mama
  • Jane Moffat … Jean Podolski
  • Hannah Cheesman … Mama / Edith Brennan

Curiosidades: 

Barbara Muschietti é irmã do diretor André. Juntos, eles escreveram o roteiro de Mama, baseado no curta-metragem também de autoria da dupla. O curta está disponível para que o vejam no final do post.

A criatura Mama tem efeitos especiais, mas boa parte de seu impacto visual é obtido pela atuação do ator Javier Botet. Ele dá credibilidade à entidade.

Avaliação Final

Mama é a grata surpresa do terror atual. Contrariando a tendência dos filmes ‘gore’, onde o suspense é posto de lado em função do sangue jorrando, este longa-metragem abdica do comum para um agradável retorno às tramas macabras. Ponto positivo para o diretor e seu elenco que mostraram uma interação grande, sem que o estrelismo falasse mais alto. A direção de Andrés Muschietti mostrou competência e a produção de Guillermo del Toro certamente acrescentou muito ao filme.

Recomedado! 

Assista agora ao trailer e ao curta-metragem que inspirou o filme

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