Rei Arthur: A Lenda da Espada. Vocês precisam assistir esse espetáculo!

Quado a Warner Bros Pictures Brasil lançou o trailer de Rei Arthur – A Lenda da Espada, muitos ficaram tensos com o que foi apresentado. Não por causa do que foi visto, mas por que muitos trailers de filmes recentes não corresponderam às expectativas geradas. Antes de prosseguir com a resenha, assista a esse fantástico trailer e me acompanhe nessa jornada para descobrir o que antecedeu à criação da Távola Redonda e do reino de Arthur Pendragon. Vem comigo!

A lenda do Rei Arthur já faz parte do imaginário popular. Adaptada em peças teatrais, filmes (Monty Python – Em Busca do Cálice Sagrado, Excalibur (1981), Rei Arthur (2004), Camelot (1967) e outros), animações (A espada era a lei (1967) e A espada mágica – a lenda de Camelot), quadrinhos (Camelot 3000) e livros (As Brumas de Avalon, apenas para citar). Não há como negar sua influência, porém o público já viu várias versões dessa história em filmes, fato que levou muitos a se questionarem sobre a pertinência desse novo filme. Era realmente necessária outra versão das lendas arthurianas?

Como resposta à pergunta acima, a Warner Bros e o diretor Guy Ritchie nos apresentam a impressionante “Rei Arthur – A Lenda da Espada”, cuja trama narra a ascensão de Arthur e o conflito entre ele e seu tio, o rei Vortigern.

A primeira decisão correta está na escolha do elenco. Charlie Hunnam (Son of Anarchy e Círculo de Fogo) é o rei Arthur. Jude Law (Contágio, A.I., O grande hotel Budapeste) interpreta o maligno rei Vortigern. Astrid Berges-Frisbey (O universo no olhar, Piratas do Caribe – Navegando em águas misteriosas) é a Maga. Eric Bana (Hulk, Troia, Livrai-nos do mal) é o pai de Arthur, o rei Uther Pendragon. Aidan Gillen (Maze Runner, Game of Thrones) é o escorregadio Bill. Djimon Hounsou (Diamantes de Sangue, Gladiador, Guardiões da Galáxia) é o líder Bedivere. Mas há outros atores e atrizes de grande talento que dão credibilidade ao roteiro de Joby Harold, Guy Ritchie e Lionel Wigram.

A seguir, aquilo que poderia ser apenas “mais do mesmo” ganha ares de uma grande produção com apenas alguns minutos de projeção. Há aventura, ação, humor e suspense em boas doses, distribuídos ao longo do filme. A condução do roteiro leva o espectador a torcer pelo menino predestinado a ser o rei da Inglaterra, porém sem aquele previsível apelo ao sentimentalismo. Vi um menino órfão crescer e sofrer nas ruas até que ele estivesse tão integrado a elas ao ponto de não mais reconhecer a criança frágil de outrora, fato que não apaga um passado de dor.

Charlie Hunnam dá ares de bárbaro a Arthur em certas ocasiões, sem que isso o afaste de seu legado real. Aliás, a brutalidade adquirida reflete a realidade de uma suposta “era medieval”, onde o cotidiano lapidava o homem a ponto de torná-lo mais frio e bruto.

O que diferencia essa versão de outras está nas boas interpretações do elenco e na ótima utilização do recurso da jornada do herói. Afinal, qual seria a surpresa em um filme sobre algo que já sabemos como será? A resposta está nas lindas locações, caracterizações condizentes, direção audaciosa e na utilização de uma linguagem cinematográfica ágil (algumas cenas lembram videoclips, outras parecem games de luta como God of War) que prende o espectador àquilo que está sendo mostrado.

Detalhes inesperados dão mais beleza ao filme. A presença da Tríade (três mulheres de imenso poder) ficou perfeita. A concessão de poderes sobrenaturais a Vortigern é outra ideia sensacional, principalmente quando somos lembrados de que nada, absolutamente nada vem de graça. A ascensão da Maga (cujo nome não é revelado, porém creio se tratar de Morgana LeFay) é outro ponto alto da história. Mas a carta na manga está na negação de Arthur em se tornar quem ele está predestinado a ser. A espada é poderosa como as lendas dizem, o que não significa que tê-la em mãos é garantia de poder. Excalibur necessita de alguém digno e que a aceite, quase uma relação simbiôntica. Preparem-se para travar nas poltronas quando Arthur ganhar a motivação certa para aceitá-la.

Agora, sem spoilers, podem se preparar para a ideia genial de como a espada foi parar fincada em uma pedra. Essa foi uma impecável adição ao roteiro que trouxe mais drama à vida de Arthur. A edição de alguns diálogos onde o narrador fala e a cena se passa em paralelo (tal como aconteceu em O Homem-Formiga) é muito boa e garante a atenção do público.

Personagens que seriam presença em filmes comuns não são mostrados ou evidenciados como muitos aguardaram. Merlin é uma espécie de tutor que cuida a distância. Isso, contudo, não tira o impacto de sua presença, principalmente por haver a Maga, responsável por alguns dos momentos mais legais quando o assunto é magia.

Elementos comuns a outros filmes estão presentes e rendem bons tributos a estes. A torre de Vortigern lembra muito as torres de O Senhor dos Anéis. A ação mais radical de Vortigern também lhe concede, temporariamente, a aparência alucinada e doentia de Smeagol, outro personagem de SdA. Atenção especial ao rei Vortigern quando tomado pelo poder, pois ele se torna algo próximo a um Dark Warrior de games como D&D ou de jogos no padrão de Diablo III. Há o mal e a grandiosidade emanando dele, corroendo sua alma.

Rei Arthur – A Lenda da Espada é um filme acessível para toda a família e garantirá ótimos momentos de diversão e bom cinema. Fecharei este post com uma frase que explica bem essa obra: “o início da jornada de um homem ao poder… por direito e justiça!”.

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