Pedro Coelho – Fofo, rebelde e repaginado

Quem já foi criança, deve ter ouvido falar de Peter Rabbit, um coelhinho travesso que vivia invadindo a horta do Senhor McGregor para comer cenouras e depois ser perseguido por ele. O personagem é mais famoso nos países de língua inglesa como um personagem de histórias infantis escritas e ilustrada por Beatrix Potter. Sendo adaptado em longa de animação de produtoras menores ou série de TV. Para as crianças dessa geração, ele vira um longa-metragem de animação misturando computação gráfica e atores reais com liberdade criativa e licença artística.

Tudo começa com pássaros voando pelos céus e cantando a música de abertura. Um lirismo de sonho e fantasia de um filme para toda a família. Até o protagonista (James Corden) atropelar e interromper a cantoria. A partir daí, acaba a inocência e o pudor. Todos os animais, amigos seus, se comportam como gente embora não usem roupas na parte de baixo. Vivia com suas irmãs trigêmeas Flopsy, Mopsy e CottonTail (Margot Robbie, Elizabeth Debicki e Daisy Ridley) e seu primo de criação Benjamin (Colin Moody). Para conseguir comida, precisa entrar na horta do Sr. McGregor (Sam Neil) e quando a situação apertava podia contar com ajuda de Bea (Rose Byrne) pintora e defensora dos animais. Quando o Senhor Mc Gregor pendura as chuteiras, acaba todo o material original da obra.

A fazenda é deixada para o sobrinho neto dele, Thomas Mc Gregor (Domhnall Gleeson). Agora, o conflito deixa de ser as cenouras da horta e é focado no impedimento do romance dele com a personagem que é uma homenagem à autora e ilustradora. Então, o Coelho realiza todo um esquema de armadilhas para afugentar o jovem como não podia fazer ao velho.

O projeto foi totalmente inspirado na popularidade dos dois filmes de Paddignton. Daí, já percebemos o motivo da produção do longa, bem como a quase semelhança de roteiro. Apesar do espaço da trama ser as terras britânicas, as filmagens aconteceram na Austrália, local onde é proibido criar coelhos, considerados pragas.

A trilha sonora conta com músicas compostas exclusivamente pro filme nos momentos de comédia e as conhecidas da cultura pop de todos os gêneros e estilos.
O que justifica a escolha de James Corden para o persoangem-título. Comediante Stand-Up e cantor profissional, caiu como uma luva para a sátira de um clássico infantil unido malicia cômica adulta e cantoria.

Diferenças entre Livro e Filme: O livro infantil tem o argumento bem simples e resumido. Numa família de coelhos humanizados, uma viúva protege os seus filhos de entrarem no jardim do Sr. McGregor dizendo-lhes: “o vosso pai teve um acidente ali; foi colocado numa torta pela Sra. McGregor”. Suas três filhas evitam entrar no jardim, já o seu filho Pedro entra no jardim para apanhar vegetais. Ao ser visto pelo Sr. McGregor, perde o seu casaco e os seus sapatos na fuga. Esconde-se num regador até ser descoberto. Depois de passar despercebido por um gato, Pedro vê o portão por onde entrou e dirige-se para lá, apesar de mais uma vez ser visto e perseguido pelo Sr. McGregor. Com muita dificuldade, consegue fugir do jardim. Agora, suas roupas vestem o espantalho do jardim. Ao voltar pra casa, Pedro, adoentado, é mandado para a cama pela sua mãe e obrigado a beber a contragosto um chá de camomila enquanto que as suas três irmãs recebem um bom jantar. No filme, esta é a primeira parte do primeiro ato. O filme é estruturado em piadas sobre o comportamento dos animais, subtexto adulto acessível para crianças e humor pastelão. Tendo inclusive Pedro filosofando numa voz lenta e calma sobre a vida enquanto come relaxado uma cenoura ao som de reggae. Como se não bastasse, suas artimanhas para espantar o jovem McGregor beiram tentativas de assassinato ao estilo desenho animado e a ingestão de agentes alérgicos. Motivo de protestos nas redes sociais em países de língua inglesa pela violência exagerada e o bullying alimentício. O livro se passa no final do século XIX, enquanto o filme se passa nos dias atuais. Não bastou o pai virar torta, a mãe também faleceu de causas não-mencionadas, suponha-se que seja morte natural. Deixando para Bea o papel de figura materna e protetora. Como se a autora em pessoa resolvesse cuidar de suas criações.

Versão Brasileira: Para adaptar o filme para o público brasileiro, não bastou transformar Peter Rabbit em Pedro Coelho. Senhor Mc Gregor é seu Severino e outros personagens criados pela autora também receberam nomes brasileiros como Almeida. O pai de Pedro virou recheio de empadão. Os pássaros cantores ganharam vozes do grupo Rouge formado por Aline Wirley, Fantine Thó, Karin Hils, Li Martin e Lu Andrade. Adaptando a música-tema do longa: “I Promise You”, traduzida para “Confie Em Mim” além das outras músicas exclusivas com direção da dupla Os Primos (João Monteiro/ Fê Moares), a mesma do clipe “Bailando”.


A autora já recusou propostas de Walt Disney para adaptar a obra em longa-metragem de animação. Será que ela aprovaria o filme? E vocês?

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