Olhando para a História do Brasil | 1964: O Verão do Golpe

Antes de mais nada, não pretendo trazer nenhuma discussão mais polêmica sobre a política brasileira, pretendo trazer a minha opinião sobre uma obra que fala do verão que antecedeu o Golpe Militar, que é o livro “1964- O Verão do Golpe”.

Logicamente essa recomendação, ou resenha, caso essa definição caiba, vem do meu lado estudioso, meu lado leitora de História do Brasil. Já li vários livros sobre a história brasileira, seja por curiosidade seja para complementar alguma matéria para o concurso.

O que tem de especial nesse livro? A forma nada complexa que o autor, Roberto Sander, consegue narrar os fatos de um dos momentos mais complexos para a história e para a vida política brasileira, desde o início do ano de 1964 até o dia do golpe. Outra coisa muito boa do livro, e o que mais justifica a leveza dessa leitura, é o toque cultural que envolveram esse verão tenso.

O livro é divido em 17 capítulos, cada um deles representa uma semana, conduzindo os acontecimentos políticos e sociais que culminaram no golpe, em primeiro de Abril de 1964. A introdução expõe acontecimentos anteriores, focado na posse de João Gourlart, e o último capítulo faz uma análise dos 50 anos posteriores ao golpe.

A cada quatro capítulos, ou seja, quatro semanas, há um “entre-capítulos” mostrando os movimentos culturais que ocorreram naquele mês, chamada de “Modas de Verão”.

Em outras palavras, é uma sessão de amenidades para nos situar na vida cultural da época, o que não é nada ruim e chama atenção para aqueles que ainda não têm muito interesse na leitura própria da História do Brasil.

Entre algumas notícias expostas nessas sessões foi a visita de Brigitte Bardot e de Elsa Martinelli, os sucessões de Nara Leão e de Jorge Ben, o cinema nacional sendo aclamado (no mesmo dia que o governo organizava uma “resistência”) e a chegada do fenômeno “The Beatles” ao Brasil (ah, “I Want Hold Your Hand” s2).

Para mim foi muito importante ler a sinopse e a orelha do livro antes de realmente começar a ler o livro, fez com que eu “entrasse no clima”, que era entender que não era um relato “careta” de direita ou de esquerda, mas sim o relato jornalístico de fatos da época.

Não que eu realmente precisasse de ter esse interesse, já sou bem curiosa sobre as personalidades da época. São nomes como Darcy Ribeiro, JK, Tancredo Neves, Castello Branco, Assis Brasil, Leonel Brizola (que é o que está mais na minha memória, lembro de ver a notícia de morte dele, em 2004), Miguel Arraes, San Tiago Dantas (importante nome na diplomacia brasileira), entre tantos outros.

Além de várias imagens de eventos importantes, em que essas personalidades estavam presentes, há um capítulo “extra” falando do destino deles a partir dos eventos de 1964.

Ler esses livros que expõem a nossa história faz com que passamos a ver tais eventos de outra forma. Com certeza causa algum tipo de decepção para com algumas pessoas, mas também pode nos fazer admirar outras coisas que ainda não sabíamos desses fatos que ajudaram a construir as conjunturas políticas que a nossa geração apenas ouviu falar.

Espero que gostem da recomendação e comentem bem aqui!

Beijinhos e até mais!

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