O próximo romancista canadense – “Um Ano da Vida de um (Total e Completo) Gênio”

Uma opinião pode chega a unanimidade: passar pelo ensino fundamental e ensino médio é um desafio gigantesco. Tudo se relaciona a autoestima e algumas outras questões psicológicas.

Agora imaginem quando um menino se imagina um gênio, o escritor do próximo best seller canadense?! Pois é, esse é Arthur A. Bean, o simpático protagonista do livro “Um Ano na Vida de um (Total e Completo) Gênio”, escrita por Stacey Matson.

Arthur escreve bem para alguém de 13 anos de idade, por isso uma professora sempre o incentiva, mas depois do verão ele teve que mudar de escola e enfrentar uma das situações mais difíceis para qualquer pessoa: o falecimento da sua mãe.

Para respeitar o tempo de luto, Arthur começa a frequentar a escola nova uma semana depois que todo mundo, mas já deixa seu recado para a nova professora de escrita criativa, para que não haja confusão sobre sua genialidade.

O ano letivo se inicia com um grande desafio, o Concurso Municipal de Contistas Mirins. Para Arthur essa é a maior conquista para ele e se compromete a começar daí sua ascensão para o estrelato, mas nem tudo será tão fácil quanto ele imaginava.

Na turma dele colocaram alguns colegas antigos, para que ele se adaptasse bem, infelizmente não acertaram e incluíram Robbie Zack, o garoto que sempre zoava com Arthur na outra escola, além de tudo não escrevia direito, o que irritava o pequeno gênio.

Outra distração foi Kennedy, a garota mais linda do ano deles, super engajada em vários aspectos da escola. Ela estava na mesma turma de escrita criativa de Arthur e ele já havia decidido: seria o namorado dela até o final do ano letivo.

Por coincidência, eles passaram a ser parceiros nas tarefas (o que era determinada pelos professores), pela proximidade, a menina convenceu Arthur a entrar no jornal da escola e, pouco depois, no teatro.

Tarefas de casa, pesquisa e artigos para o jornal, exercícios para o teatro, concurso de contos, tentar equilibrar a fase difícil na família e tentar escrever o próximo grande romance canadense não é fácil para ninguém, nem mesmo para um gênio. Além disso tudo ainda tinha outra atividade: ser tutor de Robbie Zack.

Arthur tinha que passar duas horas um dia da semana, toda semana, tentando ensinar a o caro mais bronco que conhecia nuances de gramática e literatura. Nem Robbie curtia, passava o tempo todo desenhando caricaturas do tutor.

Como já se pode supor, nada do que Arthur planejou se realizou da forma como ele queria. Ele estava sem inspiração para seu conto vencedor, não conseguia atingir as notas máximas nas tarefas porque se concentrava em agredir verbalmente Robbie (sempre tentava matar o garoto nas narrativas), só escrevia artigos pequenos para o jornal, não a coluna que sonhava em ter e… Entrou na friendzone com Kennedy.

Mas, como toda boa história, mesmo depois de todos os desafios do ano letivo, Arthur terminou feliz. Ele percebeu que tudo o que precisava era superar o luto da mãe, era isso que empatava a inspiração dele e fazia com que ele se focasse em detalhes que não importavam muito.

Esse livro engana, ao ver a capa você pode achar, como eu achei, que se tratava de uma dessa obras infanto-juvenis bem bobinhos, mas de capa muito fofinha. Mas não se trata disso de forma alguma.

O formato é bem diferente, não há narrativa, a história é contada através de cartas, e-mails, bilhetes, diários (ele mantinha um diário de leitura e um do teatro) e avisos escritos no mural da escola.

O único buraco que é deixado é a questão da mãe, que não esclarecido logo de início, mas dá para entender que isso reflete o psicológico de Arthur, que não queria pensar nem falar sobre isso no começo, apesar de aparentar estar bem, aí depois foi se abrindo aos poucos.

Esse formato dá uma dinâmica diferente na leitura, de alguma forma instiga mais a curiosidade do leitor, que quer saber a resposta ou qual a próxima tarefa ou, ainda, como Arthur irá reagir às críticas dos professores (geralmente ele argumentava teimosamente).

O design ajudou muito, eles diferenciaram a caixa de e-mail do aviso no mural, os textos de tarefas escolares dos bilhetes e cartas, isso incluindo a fonte da letra usada. Os únicos meios que usavam a letra formal, como se tivesse digitada, eram nos avisos e nos e-mails, o resto ganhou caligrafias diferentes, mostrando que eram pessoas diferentes que escreviam.

Além disso há também os desenhos que Robbie fazia, de primeiro só para zoar com Arthur, e depois usados em tarefas, até ajudando o amigo/inimigo/tutor nas dele.

“Um Ano na Vida de um (Total e Completo) Gênio” é uma forma suave de tratar de um momento tão difícil, comunica-se facilmente com qualquer tipo de leitor!

Beijinhos e até mais.

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