Não aprendi a voar, então nessa vida eu danço – “Dance Academy”

Vocês já conhecem meus guilty plesuares por aqui, sabem que eu gosto de uns filmes meio adolescentes, não é mesmo? Aí vocês imaginam quando isso se mistura com ballet clássico, lógico que essa colunista tinha que maratonar.

Eu estou falando da série australiana “Dance Academy”, que era transmitida aqui no Brasil pelo canal Boomerang (quem lembra desse canal teve uma infância/adolescência feliz kkkk), mas recentemente a Netflix liberou todas as temporadas, para a minha felicidade.

A série se passa em Sidney, capital da Austrália, mais especificamente, na Academia Nacional de Balé de Sidney, somente a escola mais exigente do país. O foco é em Tara Webster, uma sonhadora bailarina de uma cidade pequena no interior do país, desde pequena ela sonhava em fazer parte do ballet dessa academia.

Tara era boa, o suficiente para entrar na Academia, mas sua técnica não era a melhor, fazendo com que ela sofresse mais do que imaginaria. O lado bom é que ela conseguiu fazer verdadeiros amigos, cada um com suas lutas diárias.

Essa turma de Tara, formada pela descontraída Kat, a focada Abgail, o desastrado, mas sonhador, Sammy e o distante Christian (ninguém o entendia de verdade), é a observada durante as três temporadas. A eles se juntam, na segunda temporada, o louco Ben e a enigmática (pra não dizer louca mesmo) Grace.

Como toda série ou filme sobre ballet clássico, mostra-se o lado difícil de ser bailarino, a concorrência, as dores musculares, os desafios físicos e emocionais de quem se arrisca em uma vida que parece ser de poesia, mas é de muito suor, sangue e intrigas (infelizmente).

É lindo e satisfatório ver aulas de uma academia de elite, aquelas salas gigantes, com piso de madeira e tal, bailarinos focados, vivendo só para aquilo. Mais lindas ainda são cenas de apresentação, especialmente quando trazem os ballets de repertório, dá uma satisfação interna saber identificar qual a música pertence a cada solo (só quem pratica consegue entender essa loucura aí).

Cada um desses personagens encaram essa vida da academia de alguma forma, lidando com suas limitações. Tara teve que enfrentar lesões sérias e críticas destruidoras, Kat teve que analisar suas decisões, saber se era aquilo que ela queria, Abgail teve que superar padrões físicos (ela não tinha o biótipo típico de bailarina), Sammy teve que abrir mão da relação com o pai, que o pressionava para ser médico e Christian teve que deixar para traz preconceitos e ações erradas.

Além deles tem o irmão de Kat, Ethan. Eles são filhos de um grande coreografo, algo que Ethan quer ser, abrindo mão de um contrato com a Companhia vinculada com a Academia.

E, lógico, tudo isso daí regado a bons dramas adolescentes. Foram namoros, traições, amizades desfeitas, outras refeitas, que tudo no final se resume naquele lema: “Vai dá certo!”.

A série terminou em 2013, com Tara fazendo uma cirurgia na coluna (ela havia quebrado uma vertebra, que tinha se curado, mas uma queda fez tudo voltar) e reaprendendo a andar. O produtores acharam por bem fazer um filme quatro anos depois, em 2017, mostrando como estão os personagens depois desse tempo.

No filme Tara ainda enfrenta consequências da lesão na coluna, mas tenta voltar a dançar, porque é aquilo que ela sabe fazer. Ela, novamente, enfrenta o mundo frio das audições e companhias profissionais. A grande dúvida não era se ela tinha talento e capacidade para ser profissional, mas se era aquilo que ela queria mesmo.

O elenco é quase todo de bailarinos mesmo, apesar de trabalharem muito bem como atores. Eles são mais conhecidos em produções australianas mesmo, com a exceção de três moços.

O primeiro é Tim Pocock, o Ethan, fez Ciclope no “X-Men Origens: Wolverine” (2009), nada demais quando sabe-se que o próprio Wolverine também é australiano.

O segundo é Jordan Rodrigues, o Christian, ele faz parte do elenco da série “The Fosters” e do filme “Lady Bird”, que está sendo indicado às maiores premiações de 2018.

Por fim temos Keiynan Lonsdale, que fez Ollie, um personagem que entrou na metade da segunda temporada e ficou até o final, sendo quase que a versão masculina de Abgail. Hoje em dia esse mocinho aí é mais conhecido como Wally West, o Kid Flash, da série “Flash”. Sim, senhoras e senhores, além de um bailarino maravilhoso, ele ainda salva pessoas.

Tenho um carinho muito grande por essa série, porque consigo e identificar um pouquinho com cada personagem e ainda fico sonhando com o que posso vim a ser como bailarina. Quase impossível não se sentir uma Tara dançando “Sapatinhos Vermelhos”.

Beijinhos e até mais.

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