Resenha da graphic novel “Batman, Coringa e o Máskara”.

Ainda me recordo com clareza da parte em Dead End – Batman, beco sem saída – no qual o Coringa diz para o Morcego: – Olhe para mim. Isto é o que sou. Minha máscara é permanente!

Então, dias atrás, vasculhando meu vasto acervo de quadrinhos, me deparo com uma HQ publicada aqui em 2001: Batman, Coringa e o Máskara. 

A capa dá uma impressão que teremos algo infantil, uma piada no sentido mais amplo da palavra. Na verdade, o tom cartunesco é a marca de toda a história em quadrinhos, mas o que esperar de qualquer coisa onde o Máskara esteja envolvido? Um drama shakesperiano? Quem assistiu ao filme estrelado por Jim Carrey e Cameron Diaz sabe do que falo (por favor, desconsiderem o Filho do Máskara).

Eu não consigo ver outra pessoa no papel do homem que ganha poderes, invulnerabilidade e loucura, a não ser o Jerry Lewis moderno, Jim Carrey.

Voltemos ao encontro do Coringa e Batman em Dead End (vídeo no final do post) e a alusão à máscara permanente, a desfiguração que caracteriza o palhaço. Ele realmente está mascarado. Eternamente mascarado.

E o que ocorreria caso esse maníaco homicida encontrasse a mitológica máscara de Loki? Para os que ainda não sabem, a face de madeira provoca a saída, a exposição do lado mais oculto do portador, agindo como uma bebida alcoólica que desinibe, porém cobra seu preço.

Essa é a realidade mostrada nessa história. Um Coringa que tem sua loucura elevada exponencialmente e com o agravante de ter agora poderes tão infinitos quanto os do Lanterna Verde.

Em meio ao caos e assassinatos – não tão chocantes por serem mostrados de forma igual ao que acontece nos desenhos do Coyote e Papa-Léguas – o Batman e toda a polícia de Gotham precisam de auxílio, encontrado na figura do Tenente Kellaway (o mesmo que persegue o Máskara do filme). Kellaway sabe como lidar com o lunático, experiência adquirida quando o usuário era Stanley Ipkiss, mas agora a loucura é maior. 

Acrescentem a essa massiva dose de insanidade as participações da Arlequina e Hera Venenosa para termos realmente uma situação fora de controle.

Diante desse absurdo e do poder concedido ao Coringa, resta apenas ao Batman contar com o apoio da polícia de Gotham e de Kellaway… e de um elemento com o qual nem o Máskara contaria.

Mesmo diante de desenhos engraçados por natureza, humor lunático e a presença do carismático Máskara, ainda assim há tensão, violência e mortes em grandes cifras.

Porém o triunfo dessa HQ não está no crossover de personagens; está na revelação do paradeiro de Stanley Ipkiss, o antigo portador da máscara.

Leitura recomendada…

Obs.: não deixe de assistir ao curta Dead End no final do post.

                                                                          Stanley Ipkiss e Mitch Kellaway

Dados técnicos:

Escritor: Henry Gilroy

Arte: Ramon F. Bachs

Argumento: Henry Gilroy e Ronnie del Carmen

Ano de lançamento: 2001

Editora: Abril

Vejam agora o vídeo Dead End, um clássico entre os fãs do Morcego:

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